O Ocha informou que pelo menos 4,2 milhões de cidadãos do Mali precisam de ajuda humanitária em 2013 | Foto: Ferdinand Reus/Flickr
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) informou que aumenta o número de refugiados do Mali (África) para os países vizinhos em busca de abrigo e segurança. No total, estão registrados 150 mil refugiados. O Escritório de Coordenação dos Assuntos Humanitários (Ocha) informou que há cerca de 230 mil cidadãos deslocados dentro do país.
O Mali é o sétimo maior país do Continente Africano em extensão e um dos mais populosos da região, cercado por sete países: a Argélia, o Níger, a Mauritânia e o Senegal, além da Costa do Marfim, da Guiné e de Burkina Faso.
O Acnur registrou 144,5 mil refugiados do Mali, dos quais 54,1 mil estão na Mauritânia, 50 mil no Níger, 38,8 mil em Burkina Faso e 1,5 mil na Argélia. O Programa Alimentar das Nações Unidas (PAM) vai distribuir alimentos no Mali, por intermédio de organizações não governamentais (ONGs), com o repasse de US$ 129 milhões.
O Ocha informou que pelo menos 4,2 milhões de cidadãos do Mali precisam de ajuda humanitária em 2013. Do total, 2 milhões necessitam de ajuda alimentar urgente, inclusive crianças malnutridas.
Desde abril, o Norte do Mali foi transformado em reduto dos grupos extremistas Al Qaeda, Magrebe Islâmico (Aqmi), Ansar Dine e Movimento para a Unidade da Jihad no Oeste Africano (Mujao), que impuseram a sharia (lei islâmica).
Nigéria envia 900 militares para apoiar forças oficiais no Mali
A previsão é que até quinta-feira (17) os primeiros militares da Nigéria, que integram tropas de vários países africanos, cheguem ao Mali. Na terça-feira (15), o Ministério da Defesa da Nigéria estimou em 24 horas a chegada dos militares. A Nigéria vai enviar 900 homens – 300 a mais do que o previsto inicialmente – para ajudar na ofensiva liderada pelo governo da França contra os extremistas islâmicos, que ocupam o Norte do país.
No total, as tropas africanas deverão reunir 3,3 mil militares e serão comandas pelo general nigeriano Shehu Abdulkadir. Os governos de Chade, Burkina Faso, Benim, Níger e Senegal informaram que enviarão homens para a missão no Mali. Os países integram a Comunidade Europeia de Estados da África Ocidental.
O ministro das Relações Exteriores da Tunísia, Rafik Abdelassem, disse que se opõe a qualquer intervenção de países não africanos no Mali. Segundo ele, qualquer ação deve ser coordenada em “um quadro africano”. A reação é uma resposta a uma eventual ação de apoio de europeus e norte-americanos às tropas francesas.
Ontem (15) o governo da França anunciou que irá triplicar o número de militares no Mali para prosseguir as operações militares contra os extremistas. O avanço deles é observado com receio pelos países vizinhos, que temem que a região se torne um refúgio para integrantes da rede terrorista Al Qaeda e grupos de criminosos.
Tropas francesas avançam para o Norte do Mali
O
presidente da França, François Hollande, disse que a intervenção
militar no Mali tem como objetivos parar a “agressão terrorista”,
garantir a segurança de Bamako e preservar a integridade territorial do
país | Foto: Divulgação
Le Drian disse que o objetivo do deslocamento das forças para o Norte do país é “garantir a segurança das populações e dos cidadãos, dos cidadãos europeus e da cidade”. A estimativa é que no Mali, ex-colônia da França, vivam cerca de 6 mil franceses.
O presidente da França, François Hollande, disse que a intervenção militar no Mali tem como objetivos parar a “agressão terrorista”, garantir a segurança de Bamako (principal cidade) e preservar a integridade territorial do país. A ação francesa conta com o apoio dos Estados Unidos e da maior parte dos países europeus.
Segundo Hollande, serão feitos esforços para libertar os reféns dos extremistas que estão detidos no Mali. De acordo com ele, o envio de tropas foi “a única solução” para conter o avanço dos grupos armados. “A França não tem a intenção de permanecer no Mali”, ressaltou. “Mas temos um objetivo, que é garantir a segurança das autoridades legítimas, de um processo eleitoral e não permitir ameaças terroristas”, disse.
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