segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Rios de Marte 21/01/2013

Sonda Mars Express fotografa leito de rio em Marte

Da ESA - 20/01/2013
Sonda Mars Express fotografa leito de rio em Marte
O afluente que atinge o canal principal parece ser parte de uma bifurcação do vale principal em dois ramos distintos. [Imagem: ESA/DLR/FU Berlin/G. Neukum]

Rios de Marte

A sonda espacial Mars Express captou uma imagem da impressionante região de Reull Vallis, em Marte, usando sua câmera estéreo de alta resolução.
Acredita-se que Reull Vallis, como sua aparência bem indica, teria sido mesmo um rio, formado quando água escorreu por ali no passado, cortando um canal ao longo das Terras Altas, antes de chegar ao solo da vasta bacia de Hellas.
A estrutura sinuosa, que se prolonga por quase 1.500 km da paisagem marciana, é ladeada por inúmeros afluentes, um dos quais pode ser visto claramente em corte para o vale principal em direção ao lado (norte) superior.
As novas imagens da Mars Express mostram a região de Reull Vallis, num ponto em que o canal tem quase 7 km de largura e 300 metros de profundidade.
Topografia
Os lados de Reull Vallis são particularmente escarpados e íngremes nestas imagens, com estruturas paralelas longitudinais que cobrem o chão do próprio canal. Acredita-se que estas estruturas têm origem na passagem de detritos soltos e de gelo durante o período "Amazônia" (que continua até hoje), devido ao fluxo glacial ao longo do canal.
As estruturas formaram-se muito depois de o vale ter sido originalmente esculpido por água líquida, durante o período Hesperian, que se acredita ter terminado entre 3,5 bilhões e 1,8 bilhões de anos atrás.
Estruturas similares, que se acredita serem ricas em gelo, também podem ser encontradas em muitos outras crateras vizinhas.
Na imagem maior, o afluente que atinge o canal principal parece ser parte de uma bifurcação do vale principal em dois ramos distintos, mais a montante, antes de se fundir em um único vale principal.
Sonda Mars Express fotografa leito de rio em Marte
A estrutura sinuosa prolonga-se por quase 1.500 km da paisagem marciana. [Imagem: ESA/DLR/FU Berlin/G. Neukum]
Glaciação marciana
A parte norte (direita) da imagem principal é dominada pelo Terra Promethei Highlands, com as suas montanhas altas e arredondadas, que se podem ver nessas imagens, subindo cerca de 2.500 m acima das planícies à sua volta.
Esta região apresenta uma notável semelhança com a morfologia encontrada em regiões na Terra afetadas por glaciação.
Por exemplo, podem ver-se estruturas circulares semelhantes a degraus nas paredes interiores da cratera, preenchidas por sedimento - no primeiro plano da segunda imagem em perspectiva.
Cientistas acreditam que essas estruturas podem representar níveis elevados de água ou de glaciares, antes do gelo e a água terem sublimado ou evaporado, em vários momentos.
A morfologia de Reull Vallis sugere que a região teve uma história diversa e complexa, análoga à atividade glacial na Terra.
Estas analogias oferecem pistas aos geólogos, oferecendo uma visão sobre o passado do Planeta Vermelho não muito diferente do que se passa no nosso mundo atualmente.

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