quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Faaala, Putin! “A integração pós-soviética é imparável” 20/02/2013

Faaala, Putin! “A integração pós-soviética é imparável”


14/2/2013, Mikhail Klementiev, RIA Novosti, Moscou  
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Vladimir Putin
Nada deterá ou desacelerará a reintegração do espaço pós-soviético, disse na 5ª-feira o presidente Vladimir Putin da Rússia.
“Circulam boatos nervosos por aí, sobre a integração do espaço pós-soviético. A maioria, carregados da retórica emocional de alguns políticos. Que se acalmem...” – disse Putin, numa reunião de funcionários do FSB (Federal Security Service, Serviço Federal de Segurança).
“A integração firme é processo global intrínseco”, disse o presidente. Mas lembrou que a Rússia, muito provavelmente, terá de enfrentar tentativas para deter sua caminhada rumo à integração.
“Muito provavelmente, veremos em ação por aqui diferentes formas de pressão, inclusive os mecanismos do chamado soft power”. Na sequência, o presidente falou da necessidade de se fazerem contatos mais próximos com Belarus, Cazaquistão e outros parceiros no processo de integração regional.
“Consideramos intolerável qualquer forma de interferência, direta ou indireta em nossos assuntos domésticos e qualquer tentativa de pressionar a Rússia, nossos aliados e parceiros. Essas ações são intoleráveis” – disse Putin.
Belarus, Cazaquistão e Rússia já constituíram, desde 1/1/2012, um Espaço Econômico Comum [Common Economic Space (EEP)], uma União Aduaneira [orig. Customs Union]. A união permite livre movimentação de capital, bens e serviços através de todas as fronteiras nacionais dos três países. O Quirguistão, vizinho do Cazaquistão na região da Ásia Central, já solicitou inclusão nesse Espaço Econômico Comum.
A Rússia vê esse grupamento como precursor de uma União Econômica Eurasiana mais ampla, e já convidou Ucrânia e Moldávia para que se integrem, embora Kiev há muito tempo dê sinais de interesse em aproximar-se da União Europeia.
Em dezembro de 2012, a então secretária de Estado dos EUA Hillary Clinton criticou a iniciativa pós-soviética de integração na região, em discurso durante reunião da Organização para Segurança e Cooperação na Europa.
“Terá o nome de União Aduaneira ou de União Eurasiana e tal... Mas que ninguém se deixe enganar” – disse Clinton. – “Trata-se sempre de re-sovietização”.
Putin reagiu imediatamente. Disse que o comentário da secretária norte-americana não passava de “absoluta, completa tolice.”
Na 5ª-feira, Putin também criticou as tentativas de Organizações Não Governamentais (ONGs) mantidas por grupos de fora da Rússia, e que se manifestam como se tivessem alguma legitimidade para falar por toda a sociedade russa.
“Ninguém tem qualquer tipo de delegação ou monopólio, nem qualquer direito, para falar em nome da sociedade russa, como se a sociedade russa fosse monolítica e falasse voz única. Muito menos teriam qualquer direito ou legitimidade a maioria dessas estruturas comandadas e financiadas de fora da Rússia. Já definimos regras claras para a operação de ONGs na Rússia” – disse Putin.
O presidente russo referia-se à Lei de ONGs, vigente desde novembro, e que exige que militantes de ONGs que tenham sede no exterior, vivam de verbas vindas do exterior e que se envolvam em atividades políticas na Rússia sejam registrados como “agentes estrangeiros”. Algumas organizações de defesa de direitos humanos protestaram contra a nova lei, sob o argumento de que se trataria de mais uma lei para dificultar a ação da oposição a Putin.
Vários funcionários do Kremlin têm denunciado repetidamente que Washington serve-se de ONGs norte-americanas e outras como fachada para gerar agitação, no processo de tentar mais uma “mudança de regime”.
Há algum tempo, em expressão que foi muito comentada, Putin chamou de “chacais” algumas ONGs ativas na vida política na Rússia.  

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