Faaala, Putin! “A integração pós-soviética é imparável”
14/2/2013, Mikhail Klementiev, RIA Novosti, Moscou
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Vladimir Putin |
Nada
deterá ou desacelerará a reintegração do espaço pós-soviético, disse na 5ª-feira
o presidente Vladimir Putin da Rússia.
“Circulam
boatos nervosos por aí, sobre a integração do espaço pós-soviético. A maioria,
carregados da retórica emocional de alguns políticos. Que se acalmem...” – disse
Putin, numa reunião de funcionários do FSB (Federal Security Service,
Serviço Federal de Segurança).
“A
integração firme é processo global intrínseco”, disse o presidente. Mas lembrou
que a Rússia, muito provavelmente, terá de enfrentar tentativas para deter sua
caminhada rumo à integração.
“Muito
provavelmente, veremos em ação por aqui diferentes formas de pressão, inclusive
os mecanismos do chamado soft power”. Na sequência, o presidente falou da
necessidade de se fazerem contatos mais próximos com Belarus, Cazaquistão e
outros parceiros no processo de integração regional.
“Consideramos
intolerável qualquer forma de interferência, direta ou indireta em nossos
assuntos domésticos e qualquer tentativa de pressionar a Rússia, nossos aliados
e parceiros. Essas ações são intoleráveis” – disse Putin.
Belarus, Cazaquistão e Rússia já
constituíram, desde 1/1/2012, um Espaço Econômico Comum [Common Economic
Space (EEP)], uma União
Aduaneira [orig. Customs Union]. A
união permite livre movimentação de capital, bens e serviços através de todas as
fronteiras nacionais dos três países. O Quirguistão, vizinho do Cazaquistão na
região da Ásia Central, já solicitou inclusão nesse Espaço Econômico
Comum.
A
Rússia vê esse grupamento como precursor de uma União Econômica Eurasiana mais
ampla, e já convidou Ucrânia e Moldávia para que se integrem, embora Kiev há
muito tempo dê sinais de interesse em aproximar-se da União
Europeia.
Em
dezembro de 2012,
a então secretária de Estado dos EUA Hillary Clinton
criticou a iniciativa pós-soviética de integração na região, em discurso durante
reunião da Organização para Segurança e Cooperação na Europa.
“Terá
o nome de União Aduaneira ou de União Eurasiana e tal... Mas que ninguém se
deixe enganar” – disse Clinton. – “Trata-se sempre de
re-sovietização”.
Putin
reagiu imediatamente. Disse que o comentário da secretária norte-americana não
passava de “absoluta, completa tolice.”
Na
5ª-feira, Putin também criticou as tentativas de Organizações Não Governamentais
(ONGs) mantidas por grupos de fora da Rússia, e que se manifestam como se
tivessem alguma legitimidade para falar por toda a sociedade russa.
“Ninguém
tem qualquer tipo de delegação ou monopólio, nem qualquer direito, para falar em
nome da sociedade russa, como se a sociedade russa fosse monolítica e falasse
voz única. Muito menos teriam qualquer direito ou legitimidade a maioria dessas
estruturas comandadas e financiadas de fora da Rússia. Já definimos regras
claras para a operação de ONGs na Rússia” – disse Putin.
O presidente russo referia-se à “Lei de
ONGs”,
vigente desde novembro, e que exige que militantes de ONGs que tenham sede no
exterior, vivam de verbas vindas do exterior e que se envolvam em atividades
políticas na Rússia sejam registrados como “agentes estrangeiros”. Algumas
organizações de defesa de direitos humanos protestaram contra a nova lei, sob o
argumento de que se trataria de mais uma lei para dificultar a ação da oposição
a Putin.
Vários
funcionários do Kremlin têm denunciado repetidamente que Washington serve-se de
ONGs norte-americanas e outras como fachada para gerar agitação, no processo de
tentar mais uma “mudança de regime”.
Há
algum tempo, em expressão que foi muito comentada, Putin chamou de “chacais”
algumas ONGs ativas na vida política na Rússia.
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