Por Altamiro Borges
A mídia colonizada do Brasil, que mais
parece uma sucursal rastaquera do Departamento de Estado dos EUA, sofreu
três duras derrotas neste início de semana. O presidente Hugo Chávez,
que os abutres da velha imprensa já davam como morto, retornou à
Venezuela e foi saudado por milhares de pessoas. Rafael Correa, outro
satanizado pela mídia, foi reeleito com folga no Equador. Por último, a
"blogueira" cubana Yoani Sánchez, marionete dos EUA, chegou ao Brasil e
foi desmascarada nas ruas e nas redes sociais.
A volta de Hugo Chávez, após dois meses
de tratamento do seu câncer em Cuba, frustrou os barões da mídia. Eles
juravam que o líder bolivariano não retornaria ao país. Acreditaram
piamente nas informações dos agentes da sinistra CIA de que o presidente
venezuelano sobrevivia apenas por aparelhos. A grotesca foto do jornal
espanhol El País, com Hugo Chávez entubado, foi replicada pela mídia
nativa. Merval Pereira, o "imortal", já havia anunciado a sua morte no
ano passado, antes das eleições presidenciais de outubro.
Com base nessas informações falsas e
macabras, a mídia mundial e nacional fez intensa campanha para anular o
resultado do pleito de outubro passado, que garantiu mais um mandato
para Hugo Chávez de forma consagradora. O intento era criar o clima para
uma nova tentativa de golpe na Venezuela. A iniciativa não vingou
graças ao apoio de milhões de venezuelanos, que lotaram as ruas de
Caracas no dia da posse. "O povo tomou posse" no lugar de Hugo Chávez,
que agora volta ao país para se recuperar do tratamento.
Por sua vez, a vitória de Rafael Correa
era esperada pela mídia colonizada. Todas as pesquisas apontavam que ele
venceria facilmente o ex-banqueiro Guillermo Lasso, da seita fascista
Opus Dei, e os outros sete concorrentes. Tanto que a imprensa, sempre
seletiva, evitou dar destaque para a eleição no Equador - como se o país
vizinho não existisse. Com a conquista de quase 58% dos votos e a
reeleição já no primeiro turno, a mídia servil apenas lamentou a vitória
do "inimigo" dos EUA e da "liberdade de imprensa".
O bombardeio contra Rafael Correa deve
se intensificar agora. Com a fácil reeleição e a conquista da maioria no
Congresso Nacional, o líder equatoriano já anunciou que a sua
prioridade é a aprovação da "Ley de Medios" no país. Nas suas primeiras
entrevistas, ele fez questão de afirmar que os maiores derrotados nas
eleições foram "a oligarquia financeira e os donos dos meios de
comunicação". O projeto de regulação democrática da mídia, antes
barrado, agora deve ser aprovado pelo parlamento. A gritaria midiática
será infernal.
Por último, no que se refere à visita ao
Brasil da "blogueira" Yoani Sánchez, o show armado pelo império e por
sua mídia servil não deu os melhores frutos. O script previa que a
diretora "imposta" pelo antro patronal da Sociedade Interamericana de
Prensa (SIP), com um salário de US$ 6 mil, fosse a estrela da campanha
mundial contra a revolução cubana. Os jornalões garantiram generosos
espaços; as revistonas, em especial a Veja, não param de falar na
"blogueira independente"; e as emissoras de tevê a seguem por todos os
cantos.
Mas o show midiático, que esconde as
origens e as ideias da "principal dissidente cubana", foi ofuscado nas
redes sociais e nas ruas. De forma legítima, grupos de manifestantes
protestaram contra Yoani Sánchez na sua chegada ao Recife, no seu
deslocamento para Salvador e na sua viagem ao interior da Bahia. A mesma
mídia colonizada, que já estimulou protestos contra líderes mundiais
desafetos dos EUA, agora censurou as legítimas manifestações contra a
"blogueira" financiada e manietada pelo império.
Com mais essas três derrotas na América
Latina, a mídia servil aos EUA só tem a apresentar como trunfos aos seus
ingênuos seguidores os golpes em Honduras e no Paraguai, a eleição
fraudulenta no México e a manutenção do governo terrorista da Colômbia. A
região continua se movendo de forma progressista, apesar de todos os
percalços e dificuldades. Ela se firma como polo contra-hegemônico ao
neoliberalismo e ao imperialismo ianque, o que causa desespero nos
barões da mídia.
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