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 Luis Kawaguti
 O Ministério da Defesa deve enviar até 25
 mil militares para patrulhar toda a fronteira terrestre do país 
simultaneamente em uma operação inédita, relacionada à segurança da Copa
 das Confederações. A ação deve afetar diretamente cerca de seis milhões
 de brasileiros que vivem próximo às fronteiras.
 A operação Ágata 7 será a maior ação 
militar voltada à segurança pública realizada no governo Dilma Rousseff 
em número de participantes, equipamentos e abrangência.
 
As dimensões da ação também superam todas as operações do gênero realizadas desde a criação, em 2009, do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas - o órgão tem a missão de integrar e coordenar as ações do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.
As dimensões da ação também superam todas as operações do gênero realizadas desde a criação, em 2009, do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas - o órgão tem a missão de integrar e coordenar as ações do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.
 Serão cobertos 16.886 quilômetros de 
fronteira com dez países, segundo o brigadeiro Ricardo Machado Vieira, 
chefe de operações conjuntas do Ministério da Defesa. "Vai ser a maior 
operação que já fizemos", afirmou. Operações do gênero realizadas no 
passado eram capazes de cobrir apenas pedaços da fronteira.
 Sua realização foi anunciada na 
terça-feira pela presidente Dilma. Será primeira vez que os comandos 
militares da Amazônia, do Oeste e do Sul trabalharão integrados em uma 
mesma operação.
 "Mas não vamos ter um homem a cada 100 metros. Já identificamos posições que sabemos que são mais críticas", disse Vieira.
 Isso significa que as tropas serão 
espalhadas em pontos da fronteira que já vêm sendo investigados há cerca
 de um mês por cem militares dos setores de inteligência das Forças 
Armadas.
 Os locais específicos não foram 
revelados, mas as maiores concentrações de tropas devem acontecer nas 
regiões de Tabatinga (AM), Assis Brasil (AC), Ponta Porã (MS) e Foz do 
Iguaçu (PR), entre outras.
 Centenas de aeronaves e veículos devem 
ser usados. Os principais meios de transporte das tropas e agentes 
ligados a diversos ministérios para as regiões mais remotas devem ser 
helicópteros Black Hawk, Pantera, Cougar e Esquilo. Caças Super Tucano 
da Aeronáutica serão usados para interceptar aviões suspeitos e drones 
(aviões não tripulados) farão vigilância aérea.
 Embarcações de patrulha da Marinha devem 
interditar os principais rios que cruzam a fronteira e blindados do 
Exército ocuparão as estradas que dão acesso ao país. Todos os militares
 envolvidos levarão armamento letal e terão poder de polícia.
Combate ao crime
 O objetivo da ação será combater diversos
 tipos de atividades criminosas. Alguns exemplos são os garimpos 
irregulares na fronteira com as Guianas, pistas de pouso irregulares e 
tráfico de drogas na região amazônica, contrabando de armas e 
mercadorias ilícitas no oeste e sul da fronteira e a entrada de 
explosivos pelo sul, entre outras.
 Segundo Vieira, não há foco específico em
 um determinado tipo de atividade criminosa. A ideia do governo é 
combater os diversos tipos de crime na fronteira para beneficiar o país 
como um todo – combatendo, por exemplo, a entrada de drogas, armas e 
mercadorias irregulares nas capitais.
 A estratégia do governo em operações 
semelhantes realizadas no passado foi interromper e sufocar o as 
atividades de traficantes e contrabandistas na fronteira para prejudicar
 suas finanças. Quando os militares saíram da região, operações 
específicas da Polícia Federal e da Receita Federal tentaram capturar 
criminosos que voltaram à região para tentar se recuperar do "prejuízo" 
dos dias de bloqueio.
 A data específica de início da ação é 
tratada como informação sigilosa. Foi anunciado apenas que a operação 
deve começar em maio e durar cerca de três semanas – terminando antes da
 Copa das Confederações da Fifa. O torneio ocorrerá entre os dias 15 e 
30 de junho e reunirá equipes de oito países.
 Essa será a sétima edição da operação 
Ágata, um esforço militar iniciado em 2011 para patrulhar a fronteira 
brasileira com ações militares massivas. As operações anteriores 
aconteceram em regiões específicas do país. A última levou mais de 12 
mil militares para os Estados de Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do 
Sul e Acre no fim do ano passado.
 Nas seis edições anteriores foram 
apreendidos mais de 750 veículos e embarcações e 12 toneladas de drogas.
 Os militares aproveitam a presença na região para oferecer tratamento 
médico e odontológico em povoados e cidades isoladas. Cerca de 63 mil 
pessoas foram atendidas.
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