Opera Mundi
Com apenas dois dias de debate, a oposição qualificou a aprovação da medida como “violação da democracia parlamentar”
O Parlamento da Grécia aprovou neste domingo (28/04) um novo pacote de medidas para o corte de gastos do orçamento do país. A medida estipula a “reestruturação” do setor público e prevê a demissão de 15 mil funcionários do governo nos próximos dois anos.
As exigências foram feitas pela troika (formada por Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) para que os gregos recebessem o próximo empréstimo econômico, estipulado em 8,8 bilhões de euros (cerca de 23 bilhões de reais). O governo se justificou dizendo que os trabalhadores demitidos serão aqueles envolvidos com corrupção, os “incompetentes” ou aqueles que vão se aposentar voluntariamente. No total, serão 4 mil demitidos em 2013 e outros 11 mil em 2014.
A medida foi aprovada sob protestos da população e da oposição. A votação foi feita em procedimento de urgência, com apenas dois dias de debate, fato que a oposição grega - composta por alianças de esquerda - qualificou como “violação da democracia parlamentar”.
Agência Efe
Gregos protestam contra medidas que prometem demitir 15 mil funcionários públicos até o fim de 2014
Segundo informações da Agência Efe, o ministro das Finanças, Yannis Sturnaras, defendeu a votação de urgência com o argumento de que o acordo deveria sair antes da reunião desta segunda-feira (29/04) do grupo de trabalho do Eurogrupo, em que deve ser dado sinal verde ao desembolso do lance correspondente a março, no valor de 2,8 bilhões de euros.
A Grécia necessita com urgência da liberação de fundos da troika para quitar salários, pensões e os bônus que vencem no mês de maio, afirmou Sturnaras durante a votação.
A taxa de desemprego da Grécia atingiu um novo recorde em janeiro e situa-se, agora em abril, nos 27,2%. Este é o valor mais alto desde 2006, ano em que o instituto oficial de estatística da Grécia começou a divulgar os dados. A Grécia tem a taxa mais alta de toda a zona do euro, que equivale a mais que o dobro da média do bloco, de 12% em janeiro.
Novos protestos na Europa
Milhares de pessoas ligadas aos movimentos sociais de Portugal, Espanha, Grécia, Chipre, França e Alemanha prometem para o dia 1° de junho uma grande manifestação contra as políticas de austeridade adotadas pelos dirigentes de diversos países da Europa.
Segundo informações da Agência Brasil, os protestos terão como alvo os governos nacionais, os credores internacionais e a troika. Na internet, os movimentos sociais responsabilizam o controle fiscal das despesas públicas, exigido por essas instituições, como a principal razão da crise que causa desemprego em massa na região.
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