sábado, 27 de abril de 2013

Síria: agrava-se a situação 27/04/2013


26/4/2013, MK Bhadrakumar*, Indian Punchline
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Chuck Hagel
A questão síria sofreu mudança significativa, depois dos últimos pronunciamentos dos EUA, de que teriam sido usadas armas químicas nos confrontos. A declaração dramática feita pelo secretário de Defesa Chuck Hagel ontem, 5ª-feira, durante visita a Abu Dhabi, e que desdiz o que ele próprio dissera no início da semana, somada à carta que a Casa Branca enviou ao senador John McCain, podem ter mudado, da noite para o dia e para pior, o quadro na Síria. 

Segundo o que disseram os norte-americanos, o regime sírio teria cruzado a “linha vermelha” que, nas palavras do presidente Barack Obama, dispararia a intervenção ocidental.

John McCain
O senador McCain imediatamente exigiu que os EUA passem a fornecer armas aos rebeldes sírios.
Apesar de a carta da Casa Branca ainda repetir que é preciso esperar confirmações de fontes da inteligência dos EUA, não há dúvidas de que aumentam as pressões para que Obama “faça mais” na Síria.

Não há dúvidas de que é novidade e ponto de virada. Não se pode esquecer que essa virada na posição dos EUA acontece imediatamente depois da reunião de ministros de Relações Exteriores da OTAN em Bruxelas, na qual a Síria foi o principal item da agenda. O secretário de Estado John Kerry disse diretamente que a OTAN  prepare-se para responder.  
John Kerry
Significativamente, Israel e Grã-Bretanha também acusaram o regime sírio de ter usado armas químicas. A declaração de Israel coincidiu com a visita de Hagel a Telavive. Tudo isso sugere um alto grau de coordenação entre EUA, Grã-Bretanha e Israel, que explica essas declarações simultâneas.
Rússia e China serão pressionadas para que desistam e permitam que a ONU inicie processo de investigação. O secretário-geral Ban Ki-Moon já disse que a ONU prepara-se para acusar a Síria por uso de armas de destruição em massa, o que, é claro, pode ser o primeiro passo rumo a uma arriscada intervenção na Síria – que muito provavelmente terá consequências tão daninhas e perigosas quanto a intervenção no Iraque.
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MK Bhadrakumar* foi diplomata de carreira do Serviço Exterior da Índia. Prestou serviços na União Soviética, Coreia do Sul, Sri Lanka, Alemanha, Afeganistão, Paquistão, Uzbequistão e Turquia. É especialista em questões do Afeganistão e Paquistão e escreve sobre temas de energia e segurança para várias publicações, dentre as quais The Hindu, Asia Times Online e Indian Punchline. É o filho mais velho de MK Kumaran (1915–1994), famoso escritor, jornalista, tradutor e militante de Kerala.





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