26/4/2013, MK
Bhadrakumar*, Indian Punchline
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Chuck Hagel |
A questão síria sofreu mudança
significativa, depois dos últimos pronunciamentos dos EUA, de que teriam sido
usadas armas químicas nos confrontos. A declaração dramática feita pelo
secretário de Defesa Chuck Hagel ontem, 5ª-feira, durante
visita a Abu Dhabi, e que desdiz o que ele
próprio dissera no início da semana, somada à carta que a Casa Branca enviou ao senador John
McCain, podem
ter mudado, da noite para o dia e para pior, o quadro na Síria.
Segundo
o que disseram os norte-americanos, o regime sírio teria cruzado a “linha
vermelha” que, nas palavras do presidente Barack Obama, dispararia a intervenção
ocidental.
John McCain |
Não
há dúvidas de que é novidade e ponto de virada. Não se pode esquecer que essa
virada na posição dos EUA acontece imediatamente depois da reunião de ministros
de Relações Exteriores da OTAN em Bruxelas, na qual a Síria foi o principal item
da agenda. O secretário de Estado John Kerry disse diretamente que a
OTAN
prepare-se
para responder.
John Kerry |
Significativamente, Israel
e Grã-Bretanha
também acusaram o regime sírio de ter usado armas químicas. A declaração de
Israel coincidiu com a visita de Hagel a Telavive. Tudo isso sugere um alto grau
de coordenação entre EUA, Grã-Bretanha e Israel, que explica essas declarações
simultâneas.
Rússia
e China serão pressionadas para que desistam e permitam que a ONU inicie
processo de investigação. O secretário-geral Ban Ki-Moon já disse que a ONU
prepara-se para acusar a Síria por uso de armas
de destruição em massa,
o que, é claro, pode ser o primeiro passo rumo a uma arriscada intervenção na
Síria – que muito provavelmente terá consequências tão daninhas e perigosas
quanto a intervenção no Iraque.
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MK
Bhadrakumar*
foi diplomata de
carreira do Serviço Exterior da Índia. Prestou serviços na União Soviética,
Coreia do Sul, Sri Lanka, Alemanha, Afeganistão, Paquistão, Uzbequistão e
Turquia. É especialista em questões do
Afeganistão e Paquistão e escreve sobre temas de energia e
segurança para várias publicações, dentre as quais
The
Hindu,
Asia Times Online
e
Indian Punchline.
É o filho mais velho de MK Kumaran (1915–1994), famoso escritor, jornalista,
tradutor e militante de Kerala.
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