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Uso de VANTs permite acompanhar quadrilhas ininterruptamente. Operação inédita tem como objetivo reprimir crimes.
 Tahiane Stochero
 Em uma ação inédita, os drones 
(veículos aéreos não tripulados – ou vants, na sigla em português) da 
Força Aérea Brasileira e da Polícia Federal começaram a voar juntos para
 reprimir crimes na fronteira do Paraná com o Paraguai.
 O G1 acompanhou nesta quinta-feira (23) 
uma operação na base da PF em São Miguel do Iguaçu, a 40 km de Foz de 
Iguaçu, de onde partiram dois drones da FAB e um da PF para vasculhar a 
fronteira. Com câmeras infravermelhas e sensores térmicos, os drones têm
 permitido o monitoramento de suspeitos de tráfico, fazendo com que 
policiais em terra abordem os carros e as embarcações após a 
visualização.
 A PF não diz se a droga estava em uma embarcação ou em um carro, pois não fornece informações sobre investigações em andamento.
 A ideia é que o teste conjunto de 
drones da PF e da FAB possa ser expandido de forma ininterrupta nas 
fronteiras, em especial no Norte do país, afirma o delegado Rossetti. A 
ação integrada permite que “alvos”, como a polícia denomina quadrilhas 
sob investigação, possam ser monitorados diuturnamente. Isso porque se o
 drone da PF precisar voltar para a base para reabastecer, o da FAB pode
 “rendê-lo” e continuar seguindo os suspeitos.
 “Estamos unindo forças e compartilhando 
conhecimento. A PF tem um know-how de agir como polícia e usamos os 
vants neste sentido, como arma de inteligência. O uso de vants ainda é 
novo para todos nós”, diz Rossetti.
 O coronel Donald Gramkow, 
comandante do Esquadrão Hórus, a tropa da FAB que voa com os drones no 
Brasil, destaca a união das instituições. “Os vants têm finalidades 
diferentes e nós também possuímos conhecimentos e empregos diferentes. 
Somos militares de uma força armada, formados para a guerra. Eles são 
policiais, possuem uma formação de inteligência. Como estamos atuando há
 mais tempo, nossos pilotos, que são pilotos de caça e outros aviões 
também, já adquiriram uma técnica que pode ser compartilhada sobre como 
atuar com segurança."
 Gramkow diz que os aviões não tripulados 
têm um fator surpresa. “Com o vant, a gente pode ver os suspeitos, 
acompanhar os criminosos, descobrir coisas sem que eles, em terra, nos 
vejam”, acrescenta.
 "Disputa"
 
A PF e a FAB, que usam aviões de empresas concorrentes, negam que haja uma eventual disputa entre as corporações. “Não há briga nenhuma entre os vants da PF e da FAB. Isso nunca houve. A ideia do trabalho conjunto é para gerar padrões de atuação. Eles são militares, têm uma visão diferente. Nós temos uma visão policial. Eu tenho quatro pilotos formados para o vant, todos são pilotos comerciais também. Os três pilotos deles que estão aqui são pilotos de caça. Aqui é a oportunidade para nossos pilotos conversarem, trocarem experiências que podem gerar um padrão de atuação para o futuro, para os grandes eventos”, diz o coordenador do projeto vant da PF, Álvaro Marques.
A PF e a FAB, que usam aviões de empresas concorrentes, negam que haja uma eventual disputa entre as corporações. “Não há briga nenhuma entre os vants da PF e da FAB. Isso nunca houve. A ideia do trabalho conjunto é para gerar padrões de atuação. Eles são militares, têm uma visão diferente. Nós temos uma visão policial. Eu tenho quatro pilotos formados para o vant, todos são pilotos comerciais também. Os três pilotos deles que estão aqui são pilotos de caça. Aqui é a oportunidade para nossos pilotos conversarem, trocarem experiências que podem gerar um padrão de atuação para o futuro, para os grandes eventos”, diz o coordenador do projeto vant da PF, Álvaro Marques.
 Apesar de serem de empresas concorrentes,
 tanto os drones da PF como os da FAB são israelenses. A PF opera dois 
drones Heron, da Israel Aeroespace Industries (IAI), que pesam até 1.100
 kg e possuem autonomia de até 36 horas. Mas como possui apenas uma 
central de controle em solo, que recebe as imagens captadas e 
retransmite para um centro de controle em Brasília, a PF não tem 
capacidade de colocar os dois aviões voando ao mesmo tempo.
 Já a FAB opera quatro drones do modelo 
Hermes, da Elbit, com autonomia média de 16 horas e peso de 450 kg. Na 
operação, porém, apenas dois são empregados.
 Mecânicos e técnicos de ambas as empresas
 israelenses conversam e participam, nos bastidores, do teste, 
comparando o desempenho dos drones.
 “A primeira coisa que queríamos descobrir
 era se, voando juntos, um não interferia no outro. Os vants possuem 
radares e antenas para que possam transmitir as imagens, em tempo real, 
para nossa base de controle em solo. Com o vant da FAB e o nosso 
próximos no ar, constatamos que não havia problemas, que a integração 
era perfeita”, diz Álvaro Marques.
 “Outro teste que fizemos era para o caso 
de perda do link (chamado pela FAB de “enlace”), que permite que o 
piloto em terra veja e controle o vant. Se, por acaso, os três vants 
voando (os dois da FAB e um da PF) perdessem o contato com o solo ao 
mesmo tempo, o que podia acontecer? Como faríamos para eles voarem em 
segurança e pousarem sem cair ou se chocar no ar? Combinamos que cada um
 voltaria para a pista por um lado de uma cabeceira. E deu tudo certo”, 
acrescenta Marques.
 Antes de ser agente da PF, Marques 
foi militar da Força Aérea e colega do coronel Gramkow na academia 
militar que forma os oficiais. “Fomos colegas e somos amigos. Aqui é de 
piloto para piloto, não tem competição”, afirma.
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