quarta-feira, 22 de maio de 2013

Recessão lança milhões de italianos na pobreza, diz estudo 22/05/2013


ROMA, 22 Mai (Reuters) - Milhões de italianos não conseguem mais pagar a calefação dos seus lares nem comer carne, e o número de pessoas consideradas gravemente carentes dobrou nos últimos dois anos, num reflexo da recessão e do desemprego que assolam o país, segundo relatório anual do Instituto Nacional de Estatística (Istat).
A Itália é o país europeu onde uma maior parcela dos jovens nem estuda nem trabalha (23,9 por cento), segundo o relatório. No sul, região mais pobre do país, um em cada três italianos de 15 a 29 anos se enquadra nesse grupo.
O número de pessoas vivendo em famílias consideradas seriamente carentes dobrou nos últimos dois anos, chegando a 8,6 milhões, ou 14 por cento da população, segundo o Istat.
Famílias que cumprem mais de quatro entre nove indicadores de pobreza são consideradas seriamente carentes. Isso inclui não poder pagar adequadamente a calefação, o que atingiu um quinto das pessoas em 2012, o dobro do que era em 2010, segundo o relatório.
O percentual de italianos em famílias incapazes de consumirem uma refeição rica em proteínas (como carne) a cada dois dias subiu de 6,7 por cento em 2010 para 16,6 por cento.
Mais de 50 por cento foram incapazes de viajar por pelo menos uma semana nas férias no último ano, disse o Istat, e a cifra chega a 69 por cento no sul.
Cerca de 14,9 milhões de pessoas, ou um quarto dos 61 milhões de italianos, vivem em famílias que preenchem três dos critérios de pobreza do Istat.
Apenas 57,6 por cento dos jovens formados nos últimos três anos estão empregados, o que é abaixo da média europeia, de 77,2 por cento, segundo os dados.
O poder de compra dos italianos caiu 4,8 por cento no ano passado, um declínio "excepcionalmente forte", causado por agressivos aumentos de impostos destinados a fortalecerem as finanças públicas, e após quatro anos de reduções menores, segundo o Istat.
O índice de poupança dos italianos, tradicionalmente alto, vem caindo constantemente, e já está abaixo da França e Alemanha. Também nesse quesito, a situação é mais preocupante no sul, segundo o relatório.
(Reportagem de Gavin Jones, Naomi O'Leary e Roberto Landucci)

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