Cientistas russos sabem onde se esconde a "matéria escura" 22/06/2013

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Um grupo de cientistas russos e norte-americanos avançou uma nova teoria sobre a composição e a localização no Universo da "matéria escura". Esta substância sem a radiação eletromagnética se escapa a captadores, razão pela qual se pode apenas conjeturar onde se encontra esta matéria enigmática.

"Sabemos onde se deve procurá-la", asseveram os cientistas do referido grupo. "Ela está formando discos ao redor de galáxias, estrelas e planetas", acrescentam.

"Procurar ver o invisível e conhecer novas incógnitas", tal é um lema do grupo que trabalha na Universidade de Harvard. Até hoje se considerava que as partículas desta substância não se articulavam. Todavia, um grupo científico dirigido por Andrei Kaz, em um artigo redigido na revista Physical Review Letters, desmente esta hipótese. "As partículas da "matéria escura" devem ser diferentes, ou seja, tanto ativas, como passivas. Existem ainda prótons "escuros" e elétrons que interagem, formando os átomos "negros", afirmam.

Ao que tudo indica, a origem da substância misteriosa deve ser semelhante à natural, supõe Kaz. A interação pode ocorrer não apenas a nível subatômico, mas também entre os próprios átomos "escuros".

O grupo passou a falar sobre a atividade e a interação de partículas da "matéria escura" depois de analisar os efeitos gravitacionais. A julgar por tais efeitos, a "matéria escura" está formando discos em redor de galáxias, estrelas e planetas. Tais aglomerações podem surgir na sequência da interação de prótons "escuros" e elétrons. A interação vem provocando a perda da energia, o que faz desacelerar o movimento de partículas, esclarece Andrei Kaz. Isto, por sua vez, leva à acumulação e à formação de um disco plano à volta da galáxia. Assim acontece com a matéria comum.

Os físicos acreditam que os átomos "escuros" tenham formado ainda um plasma "escuro", cujas pulsações influíram na formação do Universo. E hoje, tais partículas extraordinárias vão exercendo a influência sobre os objetos cósmicos.

A teoria de "disco escuro" constitui uma nova espiral na compreensão da história do Universo, disse a respeito da nova hipótese Sean Carroll, astrofísico do Instituto Tecnológico da Califórnia.

 Os efeitos gravitacionais, causados por um disco da "matéria escura", deverão ser detetados pelo telescópio espacial Gaia, reputa Carrol. Este telescópio superpotente da Agência Espacial Europeia será colocado em órbita no outono de 2013 e permitirá obter um mapa pormenorizado da galáxia e, na melhor das hipóteses, comprovar a nova teoria sobre a "matéria escura".
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