Da Rede Brasil Atual –
Pesquisa divulgada ontem (26) pela Confederação Nacional dos
Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) mostra que o desemprego
no setor, no primeiro semestre, concentrou-se nas empresas privadas, que
fecharam quase 5 mil postos de trabalho. No total do sistema
financeiro, foram fechados 1.957 postos de trabalho, segundo o
levantamento, feito em parceria com o Dieese e com base nos dados do
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do
Trabalho Emprego.
A confederação afirma que o
resultado "vai na contramão da economia brasileira", uma vez que,
conforme o próprio Caged, o mercado abriu perto de 830 mil postos de
trabalho com carteira assinada no mesmo período. Três dos cinco maiores
bancos do país registraram lucro líquido tiveram lucro líquido de R$
11,7 bilhões apenas nos primeiros três meses do ano. Para os
sindicalistas, a rotatividade de mão de obra é uma maneira "perversa" de
reduzir salários.
Segundo a pesquisa, os bancos
múltiplos, com carteira comercial, contrataram 15.173 bancários no
primeiro semestre e desligaram 20.230 – 4.890 a menos. Entre os
principais bancos, a Caixa Econômica Federal é o único que apresenta
saldo positivo, com 2.804 empregados a mais no primeiro semestre,
resultado da contratação de 7.423 profissionais. O Banco do Brasil
manteve o quadro estável.
O salário médio dos admitidos no
primeiro semestre foi de R$ 2.896,07, ante salário médio de R$ 4.523,65
dos afastados. Ou seja, os trabalhadores que entram no sistema
financeiro recebem remuneração 36% inferior à dos que saem. O Itaú
Unibanco comanda a lista, com 6.679 desligamentos, seguido pelo
Bradesco, com 2.309.
“Isso explica porque, embora os
bancários tenham conquistado 16,2% de aumento real no salário e 35,6% de
ganho real no piso salarial desde 2004, a média salarial da categoria
diminuiu neste período. Esse é o mais perverso mecanismo de concentração
de renda, num país que faz um grande esforço para se tornar menos
injusto”, afirma o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, em nota
emitida pela entidade, referindo-se à alta rotatividade no utilizada
como mecanismo para redução de custos.
A pesquisa também indica que as
mulheres contratadas recebem salário médio de R$ 2.479,92, ou 25% a
menos que os homens (R$ 3.290,43). E quando são desligadas, o salário
médio das bancárias é 30% inferior ao dos bancários homens (R$ 3.713,43,
ante R$ 5.314,74). "Por isso os bancários definiram a defesa do emprego
como uma das principais bandeiras da campanha nacional deste ano",
disse Cordeiro.
Na próxima terça-feira (30) os
bancários entregam a pauta da campanha nacional, na qual reivindicam
reajuste salarial de 11,93% , sendo 5% de aumento real, entre outros
itens. A categoria tem data-base em 1º de setembro.
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