Francisco pisou no Brasil às 16h desta segunda-feira e foi recebido pela presidente Dilma Rousseff logo que desceu do avião. Na sequência, Francisco cumprimentou autoridades como o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), o prefeito Eduardo Paes (PMDB), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e os ministros Antônio Patriota (Relações Exteriores), Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Paulo Bernardo (Comunicações). Em homenagem ao pontífice, um coral de 140 crianças cantou a música oficial da Jornada Mundial da Juventude no aeroporto, enquanto ele cumprimentava as autoridades.
A aeronave que trouxe o papa Francisco para o Brasil entrou em espaço aéreo brasileiro às 14h desta segunda-feira e, às 15h, as ruas do Centro do Rio de Janeiro, por onde o pontífice desfila no papamóvel até o Palácio da Guanabara, já estavam fechadas. A presidente Dilma Rousseff vai receber o papa junto com o governador do Rio, Sérgio Cabral, e o prefeito Eduardo Paes. Mas o papa, que vem ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude, que começa nesta terça e vai até domingo, também será esperado por manifestantes.
O grupo Anonymous Rio, que conta com 153 mil seguidores no Facebook, tem uma manifestação prevista para as proximidades do Palácio nesta segunda-feira. Uma organização de defesa dos direitos dos homossexuais também convocou seus seguidores para se reunirem no Largo do Machado e, depois, marcharem até o palácio. Há um 'beijaço' marcado para a recepção do pontífice.
O secretário municipal de Transportes, Carlos Osório, informou, contudo, que o público não terá acesso às proximidades do Palácio, localizado em Laranjeiras. Pelo menos 300 policiais patrulham o entorno do Palácio Guanabara desde o fim da manhã desta segunda. Os PMs se concentram entre as sede do governo e a sede do Fluminense. Quase todos os policiais portam escudos e, até o fim da manhã, não havia manifestantes no local.
Seguro
O papa estará totalmente seguro e poderá circular livremente pela cidade durante a Jornada Mundial da Juventude, garantiu o prefeito Eduardo Paes. Ele informou, no entanto, que a JMJ será o grande evento mais complexo da cidade do ponto de vista logístico, se comparada a outros como a Rio+20 e a Copa das Confederações, que o Rio sediou nos últimos 12 meses.
Para a jornada, são esperados milhares de visitantes, que se deslocarão pela cidade, mas outra característica contribui para o desafio da organização: "Sabemos que o papa Francisco quebra regras e isso é um orgulho para a nossa cidade, porque mostra que ele estará à vontade", disse o prefeito, que concedeu uma entrevista coletiva ao lado do arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta, para dar boas-vindas aos jornalistas.
Sobre as manifestações que podem ocorrer durante a presença do pontífice, Paes disse que isso é já é esperado e que não há cidade visitada pelo papa em que não haja protestos. "A cidade vai criar todas as condições para que o papa possa circular à vontade. Ele é querido pelos católicos e por pessoas de outras religiões, e o carioca tem uma tradição de receber bem os visitantes".
O prefeito disse ainda não ter números, mas afirmou que a primeira impressão é a de que a cidade receberá uma quantidade de visitantes ainda maior do que o esperado, o que considerou bom. Em seu discurso, Paes reconheceu que a maior exposição do Rio evidencia suas contradições, mazelas e desafios, assim como suas qualidades. Apesar disso, para o prefeito, a imagem que ficará será a de uma cidade que está se desenvolvendo.
"Fica o compromisso de usar essa visita do papa como estímulo a superar os desafios e a receber o papa de braços abertos", disse o prefeito, que garantiu: "Realizaremos a melhor JMJ de todos os tempos".
Jovens
O arcebispo do Rio destacou a participação de jovens na organização da jornada, já que sua presença no Comitê Organizador Local passa de 80% dos membros. Dom Orani disse crer que o encontro fortalecerá as esperanças da população e dos fiéis, e que a jornada "vem para estender a mão a todas as pessoas que queiram construir um mundo mais justo e fraterno."
"Sabemos que existem movimentos e ideais diversificados e que nem todos pensam como nós, mas temos a mesma preocupação com a dignidade humana", enfatizou o arcebispo.
Ao lado de Paes e Orani, seis jovens católicos de diferentes partes do mundo deram testemunhos na coletiva. Entre eles estava o carioca Allan Farias, da zona norte, que é DJ e tocará música eletrônica em um dos atos culturais da programação, na Cidade do Samba. Além dele, falaram representantes da China, de Moçambique, da Argentina, do México e da Síria.
Dilma
A presidente Dilma deixou o Palácio Alvorada por volta das 13h40 em direção à Base Aérea de Brasília, onde embarcou para o Rio. Dilma presenteará o papa com uma estátua em cobre que retrata um frade com um livro nas mãos. Será o segundo encontro entre Dilma e o papa Francisco.
Em março, quando houve a cerimônia de celebração do começo do pontificado de Francisco, a presidente foi ao Vaticano e teve um encontro privado com o papa. Na ocasião, Francisco demonstrou acompanhar os acontecimentos no Brasil e lamentou a tragédia ocorrida em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, quando um incêndio matou 242 pessoas.
Dilma deve ter um encontro reservado com o papa no Palácio Guanabra e volta ainda hoje do Rio para Brasília.
Com Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário