sábado, 31 de agosto de 2013

A vida surgiu em Marte e veio para a Terra - versão 2013 31/08/2013

Com agências - 29/08/2013
A vida surgiu em Marte e veio para a Terra - versão 2013
Comparações entre a Terra e Marte, um campo chamado "planetologia comparada", são muito usadas no campo da geologia.[Imagem: NASA]

A Terra primordial não tinha óxido de molibdênio, mas Marte sim - logo, a vida surgiu em Marte e veio para a Terra a bordo de meteoritos desgarrados por algum impacto.
Esta é a ideia defendida pelo químico Steven Benner, do Instituto de Ciência e Tecnologia de Westheimer (EUA), em uma Conferência realizada nesta semana em Florença, na Itália.
Embora soe mirabolante, a proposta tem lugar para se encaixar nas discussões levadas a sério pelos cientistas, já que não há explicação razoável para a "auto-organização" dos elementos químicos que originaram a vida.
A proposta está longe de ser pioneira nessa área, uma hipótese conhecida como panspermia.
Uma equipe do MIT não apenas defende há anos que a vida pode ter começado em Marte, como também já está desenvolvendo um equipamento para tentar provar isto:
Em 2011, outra equipe encontrou indícios da emissão de nitrogênio por um meteorito primitivo - um meteorito não-marciano -, levando o grupo a defender que os meteoritos podem ter semeado vida na Terra, qualquer que seja sua origem.
Outro indício tem a ver com a quiralidade das moléculas. Todas as formas de vida que conhecemos utilizam somente versões canhotas dos aminoácidos para elaborar as proteínas - e os meteoritos têm mais aminoácidos canhotos do que destros em comparação com rochas da Terra.
Origem da vida
A forma como átomos se juntaram pela primeira vez para formar os três componentes moleculares dos seres vivos - RNA, DNA e proteínas - sempre foi alvo de especulação acadêmica.
As "moléculas da vida" não são as mais complexas que aparecem na natureza, ainda assim não se sabe como elas surgiram. Acredita-se que o RNA (ácido ribonucleico) foi o primeiro a surgir na Terra, há mais de três bilhões de anos.
Uma possibilidade para a formação do RNA, a partir de átomos como carbono, seria o uso de energia (calor ou luz). No laboratório, no entanto, isso produz apenas alcatrão.
Para a criação do RNA, os átomos precisam ser alinhados de forma especial em superfícies cristalinas de minerais. Mas esses minerais teriam se dissolvido nos oceanos da Terra naquela época.
Por outro lado, moléculas essenciais à vida já foram encontradas "nas estrelas" - mais precisamente, a 26.000 anos-luz da Terra.
Em vez de meteoritos, outros pesquisadores sugerem que a vida pode ter começado no espaço e chegado à Terra em cometas.
Ou seja, na falta de explicação melhor, qualquer coisa que não envolva ETs ou metafísica é bem-vinda - além de permitir adiar a questão até que a ciência possa adquirir novos conhecimentos ou tenha mais elementos para encarar o problema com melhor embasamento.
A vida surgiu em Marte e veio para a Terra - versão 2013
Segundo cientistas brasileiros, a vida pode ser possível na lua Titã, de Saturno. [Imagem: Chesley Bonestell /Enciclopédia Britânica]
Molibdênio e boro
Benner diz que os minerais necessários para catalisar a vida eram abundantes em Marte - logo, sugere ele, a vida teria surgido primeiro em Marte, seguindo para a Terra a bordo de meteoritos.
Na conferência em Florença, o cientista apresentou resultados sugerindo que minerais que contém elementos como boro e molibdênio são fundamentais na formação da vida a partir dos átomos isolados.
Ele diz que os minerais de boro ajudam na criação de aros de carboidrato, gerando compostos químicos que são posteriormente realinhados pelo molibdênio. E assim surgiria o RNA.
O ambiente da Terra, nos primeiros anos do planeta, seria hostil aos minerais de boro e ao molibdênio.
"É apenas quando o molibdênio se tornam altamente oxidados que são capazes de influenciar na formação da vida", disse Benner. "Esta forma de molibdênio não existia na Terra quando a vida surgiu, porque há três bilhões de anos a Terra tinha muito pouco oxigênio. Mas Marte tinha bastante."
Segundo ele, isso é "outro sinal que torna mais provável que a vida na Terra tenha chegado por um meteorito que veio de Marte, em vez de surgido no nosso planeta".
"Outro sinal" em relação à teoria de que, embora a água seja essencial à vida, o clima seco de Marte é que seria mais propício para o surgimento da vida - ainda que todos os estudos recentes patrocinados pela NASA defendam que o clima de Marte era muito diferente há três bilhões de anos.
"As evidências parecem estar indicando que somos todos marcianos, na verdade, e que a vida veio de Marte à Terra em uma rocha", defende Benner.
"Por sorte, acabamos aqui - já que a Terra certamente é o melhor entre os dois planetas para sustentar vida. Se nossos hipotéticos ancestrais marcianos tivessem ficado no seu planeta, talvez nós não tivéssemos uma história para contar hoje," ilustra ele.

Árvores estranhas... árvores misteriosas 31/08/2013

Enviado por Janah
Árvores estranhas

Árvores de Circo 
Árvore de Circo

Árvore Cesto
Árvores estranhas

Banyan

Árvores estranhas
 Sequoia




Dracaena cinnabari: a árvore sangue de dragão



Misteriosas Árvores Tortas



Baobá


Globo se desculpa pelo apoio ao golpe de 64 31/08/2013

globogolpe

A Globo, afinal, cospe no golpe em que comeu e engordou

31 de agosto de 2013 | 20:41
O Globo divulgou agora à tarde um comunicado, em que reconhece que seu apoio ao Golpe de 64 foi um erro.
“Desde as manifestações de junho, um coro voltou às ruas: “A verdade é dura, a Globo apoiou a ditadura”. De fato, trata-se de uma verdade, e, também de fato, de uma verdade dura.
Já há muitos anos, em discussões internas, as Organizações Globo reconhecem que, à luz da História, esse apoio foi um erro.”
Não foi um erro, foi um crime e deste crime as Organizações Globo beneficiaram-se lautamente, ao ponto de fazer com que a fortuna dos três herdeiros do capo Roberto Marinho constitua-se na maior do Brasil e uma das maiores do mundo.
Nenhum militar dos que tenham feito e servido à ditadura tem sequer um milésimo dos que o regime deu aos Marinho.
Portanto, começemos assim, chamando as coisas pelo que elas são. Não erro, não “equívoco”.
Crime. Contra a democracia, contra o voto popular, contra a vida de milhares de cidadãos mortos pela ditadura que a Globo ajudou a fazer e a sustentar, e ganhando muito, muito, muitíssimo dinheiro com isso.
Esse dinheiro, certamente, a Globo não considera um “erro”, pois não.
Pois seu império nasceu ali, junto com a ditadura, com um negócio ilegal que o regime ditatorial tolerou e acobertou: a associação com o grupo Time e as fartas verbas que os EUA destinavam a evitar o “perigo comunista”, colocando a nascente e poderosa mídia, a televisão, nas mãos amigas de “gente confiável”.
A Globo usou esse poder. Em condições ilegais perante o Código Brasileiro de Telecomunicações que proibia a concentração de emissoras em todo o país nas mãos de um só grupo empresarial, comprou televisões em todo o Brasil, dissimulando-as na condição de “afiliadas”, quando são verdadeiras sucursais do grupo, presas inteiramente a seu comando e estratégia de negócios.
Para isso, lambeu as botas da ditadura e serviu-lhe de instrumento despudorado de propaganda.
O que seu editorial de hoje diz, ao procurar desvincular-se do horror da tortura e da morte, ao falar de como Roberto Marinho protegia “seus comunistas” é de uma indignidade sem par. Ou vamos entender que aquele que não era seu empregado poderia bem morrer sob seu silêncio, ou vamos entender que aqueles profissionais, que trabalhavam e contribuíam para o sucesso da empresa, merecem ser exibidos como “gatinhos de estimação”, gordos e protegidos, e “livres da carrocinha” que laçava outros pelas ruas deste país.
A Globo nunca teve vergonha de, nas palavras de seu Füher, “usar o poder” de que dispunha em benefìcio dos políticos e governantes de sua predileção, durante e depois do período militar.
Patrocinou a Proconsult contra Brizola. Manipulou o debate de 89 em favor de Collor e contra Lula. Apoiou desavergonhadamente a eleição de Fernando Henrique Cardoso, encobrindo-lhe a escapada conjugal desastrada, somando-se à manipulação eleitoral da nova moeda, promovendo a dilapidação das empresas pertencentes ao povo brasileiro e apoiando e dando legitimidade à vergonhosa corrupção que envolveu a aprovação da proposta de reeleição em causa própria.
Quem quiser provas disso, leia O Príncipe da Privataria, que chegou este final de semana às livrarias.
A autocrítica, que nos homens de bem é uma virtude e um momento a ser louvado, na Globo é apenas o que ela é: interesse em dinheiro transformado em sabujice.
Percebeu que o projeto Lula-Dilma não pode ser derrotado, malgrado todas as suas tentativas, e lança estes “mea culpa” fajutos para se habilitar – ainda mais, ainda mais! – aos dinheiros públicos do Governo, vício incorrigível de seu ventre dilatado e enxundioso.
Tudo na Globo é falso, como tive a honra de escrever há quase 20 anos para Leonel Brizola em seu famoso “direito de resposta” à Globo.
Nem o coro que diz que “voltou às ruas” – ele nunca saiu! – não é esse: é “o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”.
Porque o povo, que não é bobo, pode perdoar aqueles que erraram e mudaram sinceramente de atitude ao perceber seu erro.
A Globo, não.
Comeu cada côdea do rico pão que o regime lhe deu e só mudou de lado quando as ruas, inundadas pelas “Diretas-Já” tornaram o regime uma sombra em ruínas.
Seus jovens executivos, que planejaram este ato de contrição fajuto, com todos as suas melosidades e senões, são apenas pequenos maquiadores deste monstro que acanalhou a vida brasileira e que vai ter um fim mais rápido e ruidoso do que muitos imaginam.
Porque o povo não é bobo, sabe que a Globo é um cancro que precisa ser extirpado da vida brasileira.
E é por isso que grita o que a Globo não pode confessar:
Abaixo a Rede Globo!
PS. reproduzo, enojado, o texto editorial de O Globo.

Apoio editorial ao golpe de 64 foi um erro

  • A consciência não é de hoje, vem de discussões internas de anos, em que as Organizações Globo concluíram que, à luz da História, o apoio se constituiu um equívoco
RIO – Desde as manifestações de junho, um coro voltou às ruas: “A verdade é dura, a Globo apoiou a ditadura”. De fato, trata-se de uma verdade, e, também de fato, de uma verdade dura.
Já há muitos anos, em discussões internas, as Organizações Globo reconhecem que, à luz da História, esse apoio foi um erro.
Não lamentamos que essa publicação não tenha vindo antes da onda de manifestações, como teria sido possível. Porque as ruas nos deram ainda mais certeza de que a avaliação que se fazia internamente era correta e que o reconhecimento do erro, necessário.
Governos e instituições têm, de alguma forma, que responder ao clamor das ruas.
De nossa parte, é o que fazemos agora, reafirmando nosso incondicional e perene apego aos valores democráticos, ao reproduzir nesta página a íntegra do texto sobre o tema que está no Memória, a partir de hoje no ar:
1964
“Diante de qualquer reportagem ou editorial que lhes desagrade, é frequente que aqueles que se sintam contrariados lembrem que O GLOBO apoiou editorialmente o golpe militar de 1964.
A lembrança é sempre um incômodo para o jornal, mas não há como refutá-la. É História. O GLOBO, de fato, à época, concordou com a intervenção dos militares, ao lado de outros grandes jornais, como “O Estado de S.Paulo”, “Folha de S. Paulo”, “Jornal do Brasil” e o “Correio da Manhã”, para citar apenas alguns. Fez o mesmo parcela importante da população, um apoio expresso em manifestações e passeatas organizadas em Rio, São Paulo e outras capitais.
Naqueles instantes, justificavam a intervenção dos militares pelo temor de um outro golpe, a ser desfechado pelo presidente João Goulart, com amplo apoio de sindicatos — Jango era criticado por tentar instalar uma “república sindical” — e de alguns segmentos das Forças Armadas.
Na noite de 31 de março de 1964, por sinal, O GLOBO foi invadido por fuzileiros navais comandados pelo Almirante Cândido Aragão, do “dispositivo militar” de Jango, como se dizia na época. O jornal não pôde circular em 1º de abril. Sairia no dia seguinte, 2, quinta-feira, com o editorial impedido de ser impresso pelo almirante, “A decisão da Pátria”. Na primeira página, um novo editorial: “Ressurge a Democracia”.
A divisão ideológica do mundo na Guerra Fria, entre Leste e Oeste, comunistas e capitalistas, se reproduzia, em maior ou menor medida, em cada país. No Brasil, ela era aguçada e aprofundada pela radicalização de João Goulart, iniciada tão logo conseguiu, em janeiro de 1963, por meio de plebiscito, revogar o parlamentarismo, a saída negociada para que ele, vice, pudesse assumir na renúncia do presidente Jânio Quadros. Obteve, então, os poderes plenos do presidencialismo. Transferir parcela substancial do poder do Executivo ao Congresso havia sido condição exigida pelos militares para a posse de Jango, um dos herdeiros do trabalhismo varguista. Naquele tempo, votava-se no vice-presidente separadamente. Daí o resultado de uma combinação ideológica contraditória e fonte permanente de tensões: o presidente da UDN e o vice do PTB. A renúncia de Jânio acendeu o rastilho da crise institucional.
A situação política da época se radicalizou, principalmente quando Jango e os militares mais próximos a ele ameaçavam atropelar Congresso e Justiça para fazer reformas de “base” “na lei ou na marra”. Os quartéis ficaram intoxicados com a luta política, à esquerda e à direita. Veio, então, o movimento dos sargentos, liderado por marinheiros — Cabo Ancelmo à frente —, a hierarquia militar começou a ser quebrada e o oficialato reagiu.
Naquele contexto, o golpe, chamado de “Revolução”, termo adotado pelo GLOBO durante muito tempo, era visto pelo jornal como a única alternativa para manter no Brasil uma democracia. Os militares prometiam uma intervenção passageira, cirúrgica. Na justificativa das Forças Armadas para a sua intervenção, ultrapassado o perigo de um golpe à esquerda, o poder voltaria aos civis. Tanto que, como prometido, foram mantidas, num primeiro momento, as eleições presidenciais de 1966.
O desenrolar da “revolução” é conhecido. Não houve as eleições. Os militares ficaram no poder 21 anos, até saírem em 1985, com a posse de José Sarney, vice do presidente Tancredo Neves, eleito ainda pelo voto indireto, falecido antes de receber a faixa.
No ano em que o movimento dos militares completou duas décadas, em 1984, Roberto Marinho publicou editorial assinado na primeira página. Trata-se de um documento revelador. Nele, ressaltava a atitude de Geisel, em 13 de outubro de 1978, que extinguiu todos os atos institucionais, o principal deles o AI5, restabeleceu o habeas corpus e a independência da magistratura e revogou o Decreto-Lei 477, base das intervenções do regime no meio universitário.
Destacava também os avanços econômicos obtidos naqueles vinte anos, mas, ao justificar sua adesão aos militares em 1964, deixava clara a sua crença de que a intervenção fora imprescindível para a manutenção da democracia e, depois, para conter a irrupção da guerrilha urbana. E, ainda, revelava que a relação de apoio editorial ao regime, embora duradoura, não fora todo o tempo tranquila. Nas palavras dele: “Temos permanecido fiéis aos seus objetivos [da revolução], embora conflitando em várias oportunidades com aqueles que pretenderam assumir a autoria do processo revolucionário, esquecendo-se de que os acontecimentos se iniciaram, como reconheceu o marechal Costa e Silva, ‘por exigência inelutável do povo brasileiro’. Sem povo, não haveria revolução, mas apenas um ‘pronunciamento’ ou ‘golpe’, com o qual não estaríamos solidários.”
Não eram palavras vazias. Em todas as encruzilhadas institucionais por que passou o país no período em que esteve à frente do jornal, Roberto Marinho sempre esteve ao lado da legalidade. Cobrou de Getúlio uma constituinte que institucionalizasse a Revolução de 30, foi contra o Estado Novo, apoiou com vigor a Constituição de 1946 e defendeu a posse de Juscelino Kubistchek em 1955, quando esta fora questionada por setores civis e militares.
Durante a ditadura de 1964, sempre se posicionou com firmeza contra a perseguição a jornalistas de esquerda: como é notório, fez questão de abrigar muitos deles na redação do GLOBO. São muitos e conhecidos os depoimentos que dão conta de que ele fazia questão de acompanhar funcionários de O GLOBO chamados a depor: acompanhava-os pessoalmente para evitar que desaparecessem. Instado algumas vezes a dar a lista dos “comunistas” que trabalhavam no jornal, sempre se negou, de maneira desafiadora.
Ficou famosa a sua frase ao general Juracy Magalhães, ministro da Justiça do presidente Castello Branco: “Cuide de seus comunistas, que eu cuido dos meus”. Nos vinte anos durante os quais a ditadura perdurou, O GLOBO, nos períodos agudos de crise, mesmo sem retirar o apoio aos militares, sempre cobrou deles o restabelecimento, no menor prazo possível, da normalidade democrática.
Contextos históricos são necessários na análise do posicionamento de pessoas e instituições, mais ainda em rupturas institucionais. A História não é apenas uma descrição de fatos, que se sucedem uns aos outros. Ela é o mais poderoso instrumento de que o homem dispõe para seguir com segurança rumo ao futuro: aprende-se com os erros cometidos e se enriquece ao reconhecê-los.
Os homens e as instituições que viveram 1964 são, há muito, História, e devem ser entendidos nessa perspectiva. O GLOBO não tem dúvidas de que o apoio a 1964 pareceu aos que dirigiam o jornal e viveram aquele momento a atitude certa, visando ao bem do país.
À luz da História, contudo, não há por que não reconhecer, hoje, explicitamente, que o apoio foi um erro, assim como equivocadas foram outras decisões editoriais do período que decorreram desse desacerto original. A democracia é um valor absoluto. E, quando em risco, ela só pode ser salva por si mesma.”

Por: Fernando Brito

EUA controlam todo o Oriente Médio, exceto Síria e Irã 31/08/2013




 

EUA vão perdendo aliados na futura guerra contra Síria

Todos os países do Oriente Médio, exceto Síria, Irã e Líbano, estão sendo controlados pelos Estados Unidos, declarou um alto funcionário do Ministério da Defesa da Líbia em uma entrevista à Voz da Rússia, na condição de anonimato.
Segundo ele, as declarações do príncipe saudita, Bandar bin Sultan, que afirmou ter controlado os grupos de terroristas na Síria, incluindo chechenos, são verídicas.
No Ministério da Defesa da Líbia há rumores de que foi o próprio Bandar quem forneceu armas químicas aos rebeldes sírios, acrescentou a fonte.

Israel “quase em pânico” (e não é metáfora) 31/08/2013


Da série “O que diz Israel, quando fala prô seu próprio público”

30/8/2013, [*] Conflicts Forum, “Comentário semanal” [excerto]
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

O Secretário de Estado John Kerry, à esquerda, e o Primeiro-Ministro israelense, Benjamin Netanyahu, antes de sua reunião de 23 de maio de 2013, em Jerusalém, Israel. Foto Uriel Sinai 
O evento mais significativo dessa semana foi, talvez, a publicação de um artigo em Israel. Foi escrito pelo principal analista militar israelense, Alex Fishman, e publicado em hebraico no jornal Yedioth Ahronoth no domingo. Foi atentamente lido na região e nos EUA, sobretudo porque Fishman, muito respeitado, é o veterano correspondente militar desse jornal de grande circulação em Israel, conhecido pela qualidade de suas fontes.

Fishman diz, sem meias palavras, que Israel entrou numa situação de “emergência diplomática”: do primeiro-ministro para baixo, Israel combate “batalha diplomática desesperada” em Washington para desconstruir o antagonismo dos EUA contra Sisi e “os generais”. Essa caracterização de quase pânico, vinda de Fishman, não é metáfora nem “licença poética”. 

Vê-se, de outras matérias na imprensa israelense, que embaixadores israelenses em pontos chaves já foram instruídos, com mensagens claras de que a situação no Egito pode ter “agudo” [orig. dire] impacto em Israel. 

A mensagem oficial alerta que Israel, portanto, não pode manter-se omissa, em momento em que a fragilidade do governo egípcio e a deterioração da economia exigem que o exército seja autorizado a restaurar a segurança no Egito [i.e., que Europa e EUA devem ajudar o exército nesse papel].

Alex Fishman
Fishman alerta que a reação antagonista dos EUA contra o golpe militar acabará por explodir sobre Israel. O modo incompetente como os EUA lidaram com a situação, diz Fishman, inflamou os dois lados na arena egípcia, gerando desejo vicioso de “ferir qualquer coisa que simbolize os EUA – o que inclui Israel”. A oposição liberal/secular, diz ele, já reúne assinaturas insistindo em que o Egito abandone os acordos de Camp David.

Simultaneamente, Fishman sugere, o Egito aproxima-se – ou, como ele especula, talvez até já tenha ultrapassado – seu próprio “momento Síria” [o momento no qual protestos inicialmente administráveis converteram-se em conflito armado]. “Ninguém está falando sobre uma guerra civil no Egito. Os ganhos obtidos pelo exército egípcio contra a Fraternidade Muçulmana foram apenas táticos. Nenhum lado obteve vitória decisiva e hoje mal se seguram em suas posições”.

“A previsão em Israel” – escreve Fishman – “é que o Egito está entrando em longo conflito interno de baixa intensidade (tumultos, terrorismo) que anuncia período de instabilidade continuada, durante o qual será impossível administrar adequadamente o país, não haverá investimentos externos e a indústria do turismo permanecerá paralisada. O resultado disso será uma situação de declínio econômico que piorará gradualmente, e o Egito ficará dependente do bolso dos regimes na Arábia Saudita e estados do Golfo Pérsico. Alimentar 85 milhões de bocas com doações por muito tempo não é solução que reabilite a economia egípcia e dê solidez ao atual regime”.

Num segundo artigo, publicado dia 20 de agosto, sob o título “Eventualmente seremos engolidos”, Fishman associa especificamente o “massacre de 25 soldados das forças especiais do Egito, na véspera”, à decisão do Exército Egípcio de retirar suas forças especiais antiterrorismo do Sinai – temendo a possibilidade de um ataque no Canal de Suez. As Forças Especiais foram re-deslocadas para Port Said.

Mais uma vez, Fishman lamenta o vácuo de segurança criado no Sinai, que foi imediatamente preenchido por jihadistas. A menos que o comando egípcio consiga conter rapidamente a situação, ele prevê que “o fogo se espalhará – não só na direção do que resta do Exército Egípcio no Sinai – mas também em direção da fronteira com Israel”.

Ephraim Halevy
Outra publicação importante essa semana em Israel foi uma entrevista com Ephraim Halevy, ex-diretor do Mossad, por Yossi Melman, publicada em Sof Hashavua. Ecoa o tema de Fishman, de que se está abrindo uma ravina entre EUA e Israel: Dessa vez não é o Egito; diz respeito à possibilidade de uma implosão da credibilidade de Israel nos EUA, mas tem a ver com o Irã.

Halevy, ex-diretor do Mossad e ex-Conselheiro de Segurança Nacional, aponta abertamente as contradições da política de Israel para o Irã: de um lado, Israel diz que as sanções não estão funcionando; mas insiste em mais sanções (enquanto os EUA supõem que as sanções ajudaram a modelar a agenda de Rowhani, como Halevy destaca). 

De modo semelhante, Israel diz agora que o presidente iraniano, que obteve mais de 50% dos votos, não importa, e que só o Supremo Líder fala na questão nuclear [posição contrária à de antes, quando Israel pintava o presidente Ahmadinejad como causa de todos os problemas].

Hassan Rouhani
“Mas”, pergunta Halevy, se Rouhani “é tão pouco importante”, como se diz agora em Israel, por que Israel tanto se empenha em demonizá-lo como “lobo em pele de cordeiro”? Na opinião de Halevy, ao adotar essa abordagem Israel se torna redundante nas negociações entre o Irã e o ocidente: “Israel basicamente diz, desde o início, que as negociações não são importantes e que os iranianos, não importa o que aconteça, não desistirão do programa nuclear, porque o programa nuclear sempre esteve nos interesses nacionais do Irã – já no tempo do Xá – e, portanto, não faz diferença quem esteja no poder em Teerã”. E continua: “Portanto, negociações não fazem sentido, porque fracassarão sempre”. Halevy diz aqui, porém, que não é o que pensam os EUA – que não faz sentido negociar com Rouhani. E que Israel corre o risco de divergir e “perder os EUA nessa questão”: “Interessaria a Israel expor, nesse estágio inicial, antes mesmo do início de qualquer negociação, que há divergência entre nós e os EUA nosso aliado?” – pergunta Halevy, só retoricamente.

Os dois artigos, duas manifestações de preocupação que se constata entre os israelenses, parecem relacionados a um certo ressentimento muito visível na imprensa em hebraico. 

O primeiro sinal de apreensão e ansiedade surgiu da declarada intenção da União Europeia de formalizar decisões anteriores sobre comércio com os Territórios Ocupados da Palestina. 

Benjamin Netanyahu
A imprensa israelense sugere que Netanyahu preocupa-se menos com a des-legitimação em si, que não ferirá tanto Israel, e, mais, porque qualquer deslegitimação enfraquecerá a posição de Netanyahu para mobilizar a União Europeia e os EUA em sua “cruzada” a favor de ação militar contra o Irã.

Outros israelenses têm preocupação diferente: o chamado “processo de paz” visava precisamente a “vacinar” Israel contra movimentos do tipo “Boicote-Desinvestimento-Sanções” (BDS) (com o “processo” apresentado como sacrossanto). Mas ali estava a União Europeia a agir na direção oposta, e no mesmo momento em que Kerry lançava sua iniciativa. O episódio parece sugerir, segundo outros israelenses, que o sistema imunológico israelense estaria enfraquecendo – e que já não estava operando com a eficácia de antes. E esse, de fato, é o tema, também, de Halevy.

Vários jornais israelenses têm sugerido que o principal objetivo de Netanyahu – talvez o único – para engajar-se no “processo de paz” de Kerry é, precisamente, fortalecer a posição de Israel, para influir mais decisivamente no lobby contra o Irã – especialmente durante a fase de “pato manco” de Obama, depois das eleições de meio de mandato de senadores e deputados, quando Netanyahu pode girar o “porrete” de um “ataque israelense independente” com um pouco mais de credibilidade operacional. 

Jeffrey Goldberg
Mas Halevy diz que isso tampouco funcionará – pressupor, simploriamente, que bastaria Israel engajar-se num ‘'processo de paz'’, para adquirir legitimidade ‘'imediata'’ para ameaçar o Irã –, sobretudo porque os EUA, hoje, estão pensando de outro modo. A velha (inconsistente) retórica já não basta. 

Na entrevista que Kerry deu a Jeffrey Goldberg, Kerry absolutamente não confirmou a eficácia da estratégia de “processo de paz” de Netanyahu. Em vez de o “processo” valer a Israel alguma recompensa e “licença” mais ampla, Kerry disse o contrário – que se Israel não se entender com os palestinos terá de enfrentar a deslegitimação – e ainda acrescentou, para enfatizar, “deslegitimação reforçada com esteroides”.

John Kerry
O que mais chocou o comentarista israelense é que Kerry omitiu todos os comentários considerados obrigatórios sobre os EUA manterem-se fiéis aos compromissos assumidos com a segurança de Israel etc., etc.. Em resumo, Fishman fez, sutilmente, soar o alarme: a maioria dos israelenses pode estar maravilhada com a ascensão ao poder no Egito do “machado matador de Irmãos” (o general Sisi). Mas ninguém pode esquecer o quanto os amigos de Israel (Arábia Saudita, Egito e Jordânia) estão fragilizados nesse momento. E amigos fragilizados são amigos que rapidamente se tornam pouco confiáveis e até infiéis – sobretudo contra Israel – e num momento em que também se abrem ravinas profundas a separar aqueles mesmos amigos e os EUA.

Kerry e a União Europeia parecem estar dizendo, isso sim, que Israel não pode continuar a contar com favores especiais – simplesmente por aceitar participar do “processo”. Alguma coisa está mudando.



[*] Conflicts Forum visa mudar a opinião ocidental em direção a uma compreensão mais profunda, menos rígida, linear e compartimentada do Islã e do Oriente Médio. Faz isso por olhar para as causas por trás narrativas contrastantes: observando como as estruturas de linguagem e interpretações que são projetadas para eventos de um modelo de expectativas anteriores discretamente determinam a forma como pensamos - atravessando as pré-suposições, premissas ocultas e até mesmo metafísicas enterradas que se escondem por trás de certas narrativas, desafiando interpretações ocidentais de “extremismo” e as políticas resultantes; e por trabalhar com grupos políticos, movimentos e estados para abrir um novo pensamento sobre os potenciais políticos no mundo.

EUA, França e Reino Unido preparam ataque à Síria 31/08/2013

– Mais um crime à sombra das "armas de destruição massiva"

por Declaração do Tribunal-Iraque [*]
As ameaças proferidas nos últimos dias pelos dirigentes norte-americanos, britânicos e franceses não deixam dúvidas de que está em marcha um ataque militar à Síria por parte destas potências. De novo se invoca a vontade da "comunidade internacional", ou seja, a cobertura legal da ONU para levar a cabo o crime. Mas ao mesmo tempo vão-se ouvindo vozes de que a intervenção tem de ir por diante, com ou sem apoio das Nações Unidas. Antes mesmo de os inspectores da ONU chegarem a qualquer conclusão acerca das acusações sobre o uso de armas químicas, os EUA, seguidos pelos seus cães de fila em França e no Reino Unido, dão como culpado o regime de Damasco. Ou seja, a decisão está tomada, haja ou não provas. Lembram-se do Iraque?

Estes recentes desenvolvimentos são fáceis de perceber à luz do que foi a história dos últimos dois anos de guerra civil na Síria.

A contra-revolução

Na primavera de 2011, como no resto do mundo árabe, protestos populares surgiram na Síria contra o regime de Assad. Mas rapidamente as manifestações — reprimidas à bruta pelo poder — foram transformadas numa rebelião financiada e armada por uma vasta coligação de interesses que reuniu as monarquias reaccionárias do Médio Oriente, a França, o Reino Unido, os EUA e Israel, e a que se associou a Turquia.

Tal como na Líbia, tratou-se de um contra-ataque das forças imperialistas e dos seus fieis aliados na região para estancar e reverter a onda popular que queria expulsar os ditadores e exigia democracia e condições de vida dignas. A partir daí, a luta deixou de ser um levantamento popular pela democratização do país, e passou a ser uma guerra pelo domínio da Síria conduzida pelas potências europeias e norte-americana.

Todavia, os conflitos de interesses e a diversidade de obediências dos rebeldes que combatem na Síria (na verdade, bandos de mercenários de todas as proveniências) torna-os incapazes de propor um programa político digno de crédito, de conquistar o apoio das massas populares e mesmo de bater no plano militar o regime de Assad. Nos últimos meses, de facto, as tropas de Damasco retomaram o controlo de zonas estratégicas e viraram o curso da guerra.

Tal como na Líbia, uma vez mais, tornou-se evidente que uma vitória militar dos rebeldes só poderia dar-se com a intervenção directa das potências que fomentam a rebelião. Mas para isso era preciso encontrar um pretexto adequado. E é esse o ponto em que estamos agora.

A provocação

A oposição da Rússia e da China nas Nações Unidas travou, até agora, a intervenção militar das forças imperialistas. Para tornear este obstáculo, franceses, britânicos e israelitas trabalharam incansavelmente para arranjar uma provocação à medida que permitisse chocar convenientemente a opinião pública. Há meses atrás, Barack Obama estabeleceu a "linha vermelha": o uso de armas químicas não seria tolerado. Estava assim encontrado o tema; a partir daí era uma questão de preparar as coisas no terreno.

A primeira tentativa, em Maio passado, de acusar Assad de usar armas químicas "contra a população civil", saiu furada porque os investigadores da ONU chamados ao terreno descobriram não apenas que as tropas de Assad não tinham usado armas químicas, mas que, pelo contrário, tinham sido os rebeldes a fazê-lo. Mais: um grupo de rebeldes foi nessa mesma altura detido pelas autoridades turcas na posse de uns quantos quilos de gás sarin. Mas isto, é claro, não conta para a história que as potências agressoras fazem do conflito. Se assim fosse, metade do zelo com que os dirigentes norte-americanos, britânicos e franceses agora acusam Assad de crimes contra a humanidade teria bastado para acabar com a aventura militar dos rebeldes.

Nas notícias recentes sobre o uso de armas químicas, poucas provas há de que elas tenham sido usadas e, menos ainda, que tenha sido o regime sírio a fazê-lo. Apesar de a investigação dos inspectores da ONU, que está em curso, não ter concluído nada, tanto o presidente francês Hollande, como o vice-presidente norte-americano Biden, como o ministro britânico dos Estrangeiros Hague decretaram já que está "provado" o uso de gás sarin bem como a "culpa" do regime de Damasco. Tal como há 10 anos George Bush "provou" que o Iraque tinha armas de destruição massiva, quando os inspectores da ONU as procuravam por todo o lado e não as encontravam...

Os "Factos sobre a Síria" abaixo registados mostram bem como está em curso uma montagem para neutralizar a opinião pública diante da barbaridade que se prepara.

Os serviçais de sempre

A unanimidade que a comunicação social adopta, sem quaisquer provas, na acusação do regime sírio; a veemência com que um responsável do PS português apelou à intervenção militar; a colaboração canina do governo e das autoridades portuguesas com as potências europeias e os EUA — estão a levar de novo o país a tornar-se cúmplice de mais um crime de guerra e de uma violação flagrante do direito internacional.

Dez anos depois da miserável colaboração na invasão do Iraque e dois anos depois do servil apoio no ataque à Líbia, as autoridades portuguesas e os partidos do "arco do poder" mostram que, contra o que apregoam, não respeitam nem estão dispostos a bater-se seja pelos direitos humanos, seja pela Carta das Nações Unidas, seja pela democratização da Síria. Apenas as move o propósito de dizer que sim à linha ditada pelas forças imperialistas.

Este historial mostra ao povo português o papel criminoso de todos os que falam em seu nome sem mandato — do "seu" Estado, do "seu" governo, das "suas" autoridades. E exige, portanto, plena solidariedade com o povo sírio e uma clara condenação da agressão em marcha.

Factos sobre a Síria [1]

Não há absolutamente nenhuma prova ou confirmação de que o governo de Assad tenha efectuado o suposto ataque químico.

Os inspectores de armas das Nações Unidas estão na Síria, a pedido directo do governo sírio, para provar que não foi o regime de Assad que usou armas químicas.
O governo de Assad tem cooperado plenamente com as equipas de inspecção de armas.

Carla Del Ponte, uma investigadora de Direitos Humanos das Nações Unidas, afirmou em Maio que o governo sírio (acusado já então) não usou armas químicas, mas que os rebeldes o tinham feito.
Também em Maio, 12 membros das forças rebeldes sírias foram presos na Turquia na posse de perto de 3 quilos de sarin, o gás que, alegadamente, teria sido utilizado no recente ataque.

Em Janeiro, o Daily Mail, um destacado jornal britânico, informou que os rebeldes estavam a planear um ataque químico para culpar o governo sírio, a fim de justificar a intervenção dos EUA. O relatório foi baseado em fugas de informações provindas de empresas militares privadas.

Apesar de seu historial de atrocidades, incluindo estupro, assassinato e tortura, os rebeldes recebem armas e financiamento directamente dos EUA e dos seus aliados. A ONU informou mesmo que recrutam crianças, além de cometerem outras violações do direito internacional.

Os membros da equipa de inspecção das Nações Unidas manifestaram abertamente as suas dúvidas sobre o ataque químico. O dr. Ake Sellstrom, o chefe da equipa, declarou "suspeitos" os relatórios do suposto ataque.

Os relatos sobre o ataque são extremamente inconsistentes. Alguns apontam mais de 1.300 mortos, outros falam em menos de 200, outros ainda em mais de 350. Os números são contraditórios e totalmente sem fundamentação.

O relatório divulgado pelos Médicos Sem Fronteiras, que o governo norte-americano tem usado para culpar Assad, não é baseado em informações próprias, mas em relatos recebidos de um grupo rebelde sírio. De resto, os MSF demarcaram-se do aproveitamento feito pelos EUA e exigiram que a inspecção da ONU seja levada a cabo.

Vídeos do suposto ataque foram divulgados na internet por aliados dos rebeldes sírios antes de o ataque ter ocorrido. A credibilidade desses vídeos está ser amplamente questionada por especialistas em armas químicas. As vítimas não apresentam os sintomas próprios de quem é atingido pelo gás de nervos sarin e as pessoas que tratam dos feridos não usam equipamento adequado.

Os EUA estão neste momento a pressionar a equipa de inspecção de armas da ONU para terminar o seu trabalho. Mas os inspectores insistem que devem ser autorizados a continuar as investigações e a determinar os factos reais.

Apesar de toda a confusão e inconsistência que rodeiam as acusações sobre este suposto ataque, o governo dos EUA, juntamente com seus aliados na Grã-Bretanha e França estão abertamente a criar as condições para um ataque à Síria.
30/Agosto/2013

[1] Fontes: International Action Center, Nova Iorque (iacenter.org), comunicação social e internet.

Ver também:
  • Syrian rebels "say Saudis gave them chemical weapons"
    (Rebeldes sírios "dizem que sauditas lhes deram armas químicas")
  • Dangerous Crossroads. A War on Syria, Prelude to a World War III Scenario?
    (Perigosas encruzilhadas. Uma guerra à Síria, prelúdio para um cenário de III Guerra Mundial?), Michel Chossudovsky
  • American Jews Push Obama to War
    (Judeus americanos pressionam Obama à guerra), Andrey Melekhov
  • War as Way to Cover Evidence that West Used Chemical Weapons
    (A guerra como meio de encobrir a prova de que o Ocidente utilizou armas químicas), Alexander Mezyaev

    Forças presentes na região.


    [*] Tribunal-Iraque (Audiência Portuguesa do Tribunal Mundial sobre o Iraque)

    Esta declaração encontra-se em http://resistir.info/

    Mais Médico e a farsa da Folha 2: Desmontado a "pegadinha" da Folha 31/08/2013

    Desmontando a “pegadinha” da Folha

    Enviado por on 30/08/2013 – 12:02 pm
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    Cafezinho 
    Desmontado a "pegadinha" da Folha
    O Fernando Brito já escreveu alguma coisa sobre a nova farsa da Folha, cuja manchete hoje é nada mais que um ataque político rasteiro à iniciativa do governo federal de ampliar o número de médicos por habitante no país. O Cafezinho também fez pesquisas sobre o tema e levantou informações interessantes.
    Em primeiro lugar, o ministro da Saúde avisou há tempos que o prefeito que demitir médico estará violando o acordo com o governo federal, visto que o objetivo do programa é ampliar o número de médicos no país. E a prefeitura acabará perdendo dinheiro porque o governo cancelará o convênio com a prefeitura que fizer isso. Agora, um programa dessa magnitude, num país com 5.500 municípios, necessariamente implicará em fatos dessa natureza. Se não há médico brasileiro querendo ir ao interior, é natural que haja médicos brasileiros no interior querendo sair, ou trabalhando de má vontade, sem cumprir expediente.
    Entretanto, o problema me parece ainda mais grave que isso. Fui pesquisar, individualmente, todos os exemplos citados pela Folha, de prefeitos que estão, supostamente, demitindo médicos para substituí-los pelos profissionais enviados pelo Ministério da Saúde. E descobri que a Folha conseguiu escolher a dedo.
    Vamos lá.
    1) Coari.
    O primeiro caso citado é o da cidade de Coari, no interior profundo do Amazonas. A reportagem da Folha diz o seguinte:

    Um exemplo é Coari, no Amazonas, a 421 km de barco de Manaus, onde a prefeitura paga R$ 25 mil para médicos recém-formados e R$ 35 mil para os especialistas.
    “Somos obrigados a pagar esse valor ou ninguém aceita. Vamos tirar alguns dos nossos médicos e colocar os profissionais que chegarão do Mais Médicos”, diz o secretário da Saúde, Ricardo Faria.
    A prefeitura diz que vai demitir um médico de seu quadro para trocá-lo por outro que chegará já na primeira fase do programa federal.

    Pois bem, fui pesquisar o prefeito de Coari, Adail Pinheiro, e quase me arrependi de tê-lo feito. O homem é o principal acusado da Operação Vorax, concluída pela Polícia Federal há alguns anos.
    Leia esse trecho, extraído de matéria da Agência Brasil de junho de 2008;
    Adail Pinheiro é apontado pela PF como o chefe do esquema responsável pelo desvio de, pelo menos, R$ 49 milhões dos cofres públicos. Segundo o delegado, não restam dúvidas sobre a participação dele no esquema de corrupção. Pinheiro foi indiciado pela PF pelos crimes de peculato, corrupção ativa, formação de quadrilha, favorecimento à prostituição, atentado violento ao pudor, sonegação fiscal e fraude em documento público. A organização criminosa é acusada de direcionar licitações, superfaturar obras e simular prestação de serviços para se apropriar de recursos repassados pelo governo federal e pela Petrobras referentes à exploração de petróleo e gás em Coari.

    Ou seja, o prefeito entrevistado pela Folha é useiro e vezeiro em desviar recursos do governo federal, coisa que pretendia fazer agora com Mais Médicos.
    Mas a coisa é ainda mais barra pesada. Pinheiro também se tornou o principal suspeito de chefiar uma organização voltada à exploração sexual de crianças. Como resultado paralelo da Operação Vorax, descobriu-se em Coari um sinistro esquema de pedofilia, e a Câmara dos Deputados criou uma CPI, presidida pela deputada federal Erika Kokay (PT-DF).
    Mais notícias aqui. Dê um google com o nome do prefeito e “exploração sexual de crianças”, para vocês verem o nível do primeiro exemplo trazido pela Folha de prefeitos espertalhões que pretendem demitir médicos da cidade para substituí-los pelos oferecidos pelo Ministério da Saúde.
    2) Lábrea.
    Trecho da matéria da Folha:
    “Plano igual ao de Lábrea (a 851 km de Manaus), que tem seis médicos. “Pago R$ 30 mil para cada um deles. [Substituí-los] diminuiria os gastos da prefeitura”, diz o prefeito Evaldo Gomes (PMDB).”

    Outra cidade encravada no sertão amazônico. O prefeito Evaldo Gomes, do PMDB, só está no cargo por uma liminar provisória, depois de ter sido acusado de vários crimes eleitorais.
    A denúncia do TSE descreve os seguintes fatos:
    a) Denúncia de eleitores indígenas ludibriados por Mesários; b) Problemas técnicos na urna da Seção Eleitoral n° 002; c) Violação do lacre da urna da Seção Eleitoral n° 73 e o deslocamento da urna ao local de votação 4 (quatro) dias antes da data do pleito bem como fornecimento de alimentação a eleitores pelo Presidente da referida Mesa Receptora de votos para captar ilicitamente sufrágio em favor dos investigados; d) Entrega pelo Chefe de Cartório Eleitoral de mais de 300 (trezentos) títulos eleitorais a servidor municipal no mês de agosto/2012 para distribuição; e) Irregular parceria entre o Chefe de Cartório Eleitoral e o Prefeito Municipal; f) Reunião entre o Chefe de Cartório, o Prefeito Municipal e o primeiro investigado no dia 02.10.2012; g) Entrega irregular de 300 (trezentos) títulos eleitorais na região sul de Lábrea; h) Irregularidades consistentes no fato de terceiros votarem em lugar de eleitores.
    E muitos outros.
    3) Sapeaçu.
    O exemplo desta cidade ocupa a maior parte da segunda matéria da Folha. Trecho da matéria:

    O prefeito de Sapeaçu, Jonival Lucas (PTB), confirma a demissão de Junice e a chegada de um profissional do Mais Médicos para substituí-la.
    Lucas afirma que a médica deixará o cargo por não cumprir a carga horária estabelecida e que o substituto será um profissional brasileiro que já atuou naquela região do interior da Bahia.
    O aviso da demissão partiu da Coofsaúde –cooperativa que faz o pagamento dos médicos que trabalham no município, por meio de contrato com a prefeitura.
    “Já estávamos procurando outro para assumir o lugar dela”, diz o prefeito do município, que fala em “uma série de vantagens para o município” com o Mais Médicos.
    A Coofsaúde confirma a saída de Junice e também que, em seu lugar, entrará um profissional do programa federal Mais Médicos.

    Esse é um caso interessante, porque envolve a Coofsaúde, uma cooperativa de médicos que atua no interior da Bahia. As prefeituras contratam a Coofsaúde para fornecer médicos aos hospitais municipais. É uma terceirização lamentável do serviço médico, mas tudo bem. Acontece que, procurando na internet, descobri uma série de denúncias contra a Coofsaúde justamente por pagar supersalários a diretores de hospital municipais que fizeram convênio com a cooperativa.
    Em Jeremoabo, houve denúncia de que o Hospital Municipal da cidade, apesar dos péssimos serviços oferecidos, e da falta de médicos, pagava quase 100 salários mínimos ao diretor da instituição. Foram publicados os contracheques do diretor.


    A imagem está apagada, mas dá para ver que a “taxa da cooperativa” é quase R$ 2.000/ mês. No site da Coofsaúde, informa-se que a instituição surgiu em “agosto de 2005, fruto da união de um grupo de profissionais de saúde , com a finalidade de prestar serviços ,de forma legal e justa, atendendo aos princípios do cooperativismo e assumindo a responsabilidade na gestão de seus contratos junto ao poder público. Atualmente a nossa cooperativa possui mais de 1000 (mil) cooperados, mais de 30 (trinta) contratos com Prefeituras Municipais”
    É óbvio que a Coofsaúde é uma parte totalmente interessada no fracasso do programa “Mais Médicos” do governo federal, visto que ele concorre diretamente para reduzir os lucros da instituição.  Fui conferir na cartilha da Coofsaúde e descobri que a entidade não tem “fins lucrativos”, mas tem “sobras”:

    O que são sobras? A cooperativa tem lucro?
    O que em uma empresa comum é chamado de lucro, nas cooperativas chama-se de sobras. Ao final de cada exercício fiscal é levantado o balanço financeiro da sociedade e, em caso de haver sobras, estas devem ser distribuídas igualitariamente aos sócios.

    A cartilha informa ainda que o “cooperado” não tem nenhum direito trabalhista garantido. Não tem décimo-terceiro, FGTS, aviso prévio, férias remuneradas. Nada.

    O autônomo cooperado tem direito a férias, 13° salário, aviso prévio e FGTS?
    O prestador de serviço que aderir à cooperativa e, por estatuo da mesma, adquirir o status de cooperado, não é caracterizado como empregado, conforme artigo 442 da CLT, adiante reproduzido:

    “Qualquer que seja o ramo da atividade da sociedade cooperativa, não existe vínculo empregatício entre ela e seus associados, nem entre estes e os tomadores de serviços daqueles”. Dito isto, fica claro que o cooperado não tem os mesmos direitos de um trabalhador celetista como as férias remuneradas, 13º salário, aviso prévio e FGTS.

    Segundo o site Congresso em Foco, Jonival Lucas, agora prefeito de Sapeaçu, “foi um dos deputados denunciados pela CPI dos Sanguessugas. Responde ao processo 13226-30.2007.4.01.3600 na Justiça Federal de Mato Grosso pelos crimes de quadrilha ou bando, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.”
    Em entrevista dada há pouco para o site Bahia Recôncavo, Jonival reafirma que Junice foi demitida por negligência, por não cumprir a carga de horário. E reforça que ela não vai ser substituída por nenhum cubano, mas por um brasileiro que já trabalhou na região, do programa Mais Médicos.
    Neste caso, a fonte desqualificada nem é tanto o prefeito, e sim a médica entrevistada.
    Nas redes sociais, internautas denunciam Junice: ele teria 3 vínculos públicos e 128 horas semanais de trabalho, o que provaria, naturalmente, que ela não está cumprindo efetivamente a carga horária de suas obrigações médicas.



    4) Camaragibe.

    “Dos quatro profissionais do Programa Mais Médicos a que Camaragibe, na região metropolitana do Recife, terá direito, apenas dois são novos. Os outros já estão na cidade e vão deixar de receber pela prefeitura para ter o salário pago pelo governo federal.”

    A Folha informa, por fim, que a prefeitura de Camaragibe, Pernambuco, também vai substituir médicos próprios por profissionais contratados pelo governo federal. O prefeito da cidade é o Jorge Alexandre, do PSDB. Os servidores municipais tem acusado o prefeito de estar promovendo uma série de cortes de direitos adquiridos há muito tempo, e contratando pessoal sem concurso. O seu sindicato conseguiu que o Ministério Público publicasse uma recomendação ao prefeito para respeitar o plano de carreiras do município.
    Me parece, portanto, que a prefeito Jorge Alexandre, é suspeito duas vezes nessa “pegadinha” da Folha. É de um partido adversário do governo federal, interessado portanto em desgastar a iniciativa do Ministério da Saúde. Tem um histórico de querer “economizar” cortando direitos dos funcionários, contrariando a orientação expressa do Ministério da Saúde, pela qual as prefeituras que demitirem médicos para receberem profissionais do programa serão cortadas do convênio.