Veja grita contra Donadon, de olho em dois petistas
O deputado Natan Donadon (sem partido-RO) não mereceria uma capa da revista Editora Abril se o desfecho do seu caso não sinalizasse uma possível decisão da Câmara em relação aos deputados João Paulo Cunha (PT-SP) e José Genoino (PT-SP); o objetivo dos Civita é vê-los encarcerados e sem mandato; e olha que os embargos infringentes nem foram julgados, mas eles já estão pintados na revista com roupas listradas e como representantes da "bancada da penitenciária"O problema é que esse "wishful thinking" é prematuro. O principal motivo é o fato de que os embargos infringentes ainda não foram avaliados pelo Supremo Tribunal Federal – no caso de João Paulo, até os de declaração ainda estão pendentes. Por mais que alguns ministros, como Celso de Mello, pareçam dispostos a rasgar própria biografia, passando por cima do que disseram textualmente durante o julgamento e desconsiderando a existência desses recursos, que existiram para vários outros réus até recentemente, João Paulo e Genoino ainda não são condenados. E caso seja revista a condenação por formação de quadrilha, em que tiveram quatro votos favoráveis na primeira fase, não serão presidiários. Portanto, terão o direito de exercer o mandato, se os deputados assim decidirem – uma vez que a competência para cassar parlamentares é do Legislativo, e não do Judiciário ou de Veja – em sua plenitude.
Na reportagem interna de Veja, assinada pelo Robson Bonin, há uma charge em que já aparecem vestidos de presidiários, com roupas listradas, os parlamentares Natan Donadon, Genoino, João Paulo, Valdemar Costa Neto (PR-SP), Pedro Henry (PP-PR) e o senador Ivo Cassol (PP-RO). No fim, há também a pressão, com fotos das manifestações de junho e o aviso de que o Congresso Nacional poderá ser tomado por manifestantes no 7 de setembro.
Veja também aponta como uma possível luz no fim do túnel a promessa do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), de acabar com o voto secreto nos processos de cassação. Mas diz que a resistência maior virá do PT, uma vez que "o poço não tem fundo".
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