sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Entrevista derruba mitos da oposição e da mídia sobre o BNDES 25/10/2013

Por Zé Dirceu


Luciano Coutinho

A entrevista do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, publicada no Valor Econômico de ontem é para ser lida e divulgada. Acaba com mitos, como o repetido por Marina Silva de que o banco privilegia determinadas empresas escolhidas a dedo, os chamados campões nacionais, reproduzindo o que dizem a grande mídia e o tucanato.

Vejam o que Coutinho diz sobre os financiamentos concedidos pela instituição: “ O BNDES emprestou R$ 840 bilhões nesse período [2008 até agora], mas também acumulou R$ 45 bilhões de lucro, com o nível de inadimplência mais baixo de todo o sistema financeiro. Desse lucro, cerca de R$ 20 bilhões foram originados na BNDESPar. É uma empresa que, de maneira direta e indireta, apoiou mais de 300 empresas”.

E questionado se o BNDES escolhe setores e empresas, vai direto ao ponto: “Se eu olhar o apoio da BNDESPar e o creditício, das 100 maiores empresas brasileiras, 91 receberam apoio do BNDES. Se pegarmos as 500 maiores, 406 foram apoiadas pelo banco ou 81,2%. Se olharmos as 1.000 maiores, de acordo com dados do Valor 1000, o BNDES apoiou 783, quase 80%. Isso mostra que o banco é isento, técnico e aberto a todo o sistema empresarial brasileiro”.

“No período mencionado, o BNDES também realizou mais de três milhões de operações de crédito para micro, pequenas e médias empresas (MPEs) por meio dos cartões e do Finame. As MPEs representavam 20% do desembolso total. Hoje, em torno de 37%”, acrescenta Coutinho.

Não há perda de dinheiro

Mais do que isso, o presidente do BNDES também acaba com a falsa informação, repetida por Marina Silva, de que o banco perdeu R$ 12 bilhões com empréstimos às empresas de Eike Batista. Na verdade, só R$ 500 milhões ainda estão em risco – e com tendência a serem resolvidos.

“Aprovamos R$ 10 bilhões e liberamos R$ 6 bilhões. O grosso dos R$ 6 bilhões foi para a MPX, que é a empresa de energia e foi comprada pelo grupo alemão E.ON, que mudou o nome da empresa para Eneva. Outro empréstimo, dentro dos R$ 6 bilhões, foi para a MMX, que fez um porto, que está quase pronto, e foi comprada pelo Mubadala [fundo soberano de Abu-Dhabi] e a Trafigura [trading holandesa]. A LLX foi comprada por um fundo americano [EIG]. Só restou uma dívida de R$ 500 milhões da OSX, o estaleiro, com o BNDES. Mas essa dívida tem fiança bancária e o banco envolvido na operação já nos garantiu que, se houver ‘default’, honrará a fiança”, explica Luciano Coutinho.

Também vale a pena ler a entrevista para acabar com os mitos do crescimento da dívida bruta por causa dos repasses do Tesouro ao BNDES. Ele mostra com número e dados como o impacto do BNDES é pequeno e declinante na formação da dívida bruta.

O papel fundamental do BNDES para o desenvolvimento do país fica mais do que evidente com as declarações de Coutinho – inclusive para o aumento dos investimentos e da formação de capital fixo.

Clique aqui para ler a entrevista (para assinantes do Valor)

(Foto: Elza Fiúza/ABr)

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