5 de outubro de 2013 | 09:21
Deu hoje em O Globo que o Governo estuda fazer aquilo que este modesto blog já tinha lembrado aqui.
Os “cancelonistas” do leilão reivindicam: a transferência direta do campo de Libra para a Petrobras, esquecem ou não dizem que o governo já fez com um conjunto de áreas que, talvez, contenha a mesma quantidade de petróleo que há em Libra.
As áreas de cessão onerosa que o Governo cedeu à Petrobras no processo de capitalização de 2010 - Franco, Iara, Florim, Tupi (Nordeste e Sul), Guará Sul e Peroba – podem guardar até mais petróleo que Libra. Franco, sozinha, é capaz de produzir os cinco bilhões de barris que o Governo delegou à Petrobras extrair.
E é até o limite destes cinco bilhões de barris que essa reserva se incorporou aos ativos realizáveis a médio prazo da Petrobras, a partir dos quais e empresa pode, com estabilidade financeira, tomar recursos para financiar seus investimentos.
O que, segundo o jornal, o Governo estuda fazer é, nos termos da Lei de Partilha, contratar a Petrobras, no mesmo esquema de cessão onerosa – a empresa pagará por ele em petróleo, quando este for extraído – para retirar uma quantidade maior do que aqueles cinco bilhões de barris.
Assim, a Petrobras incorporaria este excedente em seus ativos e poderia, com mais folga, contratar recursos para viabilizar esta exploração e a sua parte – majoritária, veremos – em Libra, que também passa, nao proporção que vier a ser arrematada pela brasileira, a constituir reserva provada e, com isso, patrimônio.
O Governo Dilma, presidido pela mulher que articulou, sob o comando de Lula, a retomada do petróleo que FHC queria entregar às multis, não mudou a política petrolìfera para fazer igual.
Dentro da lei, os incrédulos verão, Libra também vai ser do Brasil.
Se as reservas são maiores do que a Petrobras dá conta de explorar e o governo está mais interessado no bônus de assinatura do que em resultados futuros, uma solução é angariar recursos em parte do Pré-sal no regime de concessão – cujo bônus de assinatura é maior – e utilizar estes recursos na exploração do campo de Libra recém leiloado.
ResponderExcluir“Na prática um bônus de assinatura maior é mais compatível com o regime de Concessão, no qual o governo nacional privilegia a antecipação de receitas e não se preocupa com a otimização da produção e da arrecadação de longo prazo. O valor de bônus fixado pode expressar a opção por maximizar a arrecadação de curto prazo e também reduzir a atratividade do leilão de um campo, a princípio, muito promissor como é o caso de Libra”. Fonte: Thales Viegas, Blog Infopetro.