Amigo navegante que leu o post “quem vai defender o pré-sal” sugeriu acrescentar alguns pontos cruciais.
Trata-se de brasileiro que defende o interesse nacional brasileiro – singularidade de poucos brasileiros, especialmente entre merválicos trombones da Big House.
Depois de acessar o site do Ministério da Defesa e ler “Estratégia Nacional de Defesa” e, aqui, entrevista com o Ministro Celso Amorim
sobre o “Livro Branco da Defesa Nacional”, o ansioso blogueiro considerou importante divulgar as ponderações do amigo navegante.
Uma Política de Defesa de um país pacifista tem por finalidade reduzir vulnerabilidades – explica a fonte.
(País não-pacifista é os Estados Unidos, que, onde entram, defendem seus interesses – geralmente petróleo – e deixam devastação, como a que persegue, hoje, o Iraque e o Afeganistão.)
As vulnerabilidades brasileiras são o pré-sal.
O espaço aéreo.
A Amazônia – a propósito ler importante entrevista do General Villas Boas, comandante da Amazônia, na Folha (*), …
Instalações estratégicas, como Itaipu, Furnas e as usinas de Angra.
E, circunstancialmente, as atividades da Copa e das Olimpíadas.
No porto de Itaqui, RJ, a Marinha, a França e a Odebrecht constroem um submarino movido a energia nuclear.
Ainda não está pronto.
A Presidenta Dilma tem destinado recursos ao programa de submarinos nucleares.
Mas, não basta ter submarino.
Ele precisa estar associado a caças e a satélites geo-estacionários.
O submarino precisa das informações do satélite.
As informações tem que ser coordenadas em terra por um centro de operações, que processa e passa informações para os caças.
É uma combinação de poder nuclear, cibernético e espacial.
O Exército tem um centro de guerra cibernética, mas é pequeno.
O Brasil subloca um satélite geo-estacionário, que possui varias bandas – com dados militares, banda larga etc.
E as informações do satélite vão para uma base terrena.
Mas, o Brasil paga por esses serviços a uma empresa privada.
A presidenta Dilma decidiu que o Brasil comprará seu próprio mega-satélite geo-estacionário até 2014.
Vai comprar dos Estados Unidos, Rússia, China ou da França – os únicos fabricantes.
Se não tiver um satélite, como orientar o submarino nuclear ?
Os Estados Unidos querem fornecer os caças (da Boeing – clique aqui para ler “a Presidenta vai a Obama ou à Boeing ?”) e o satélite.
Como diz uma fonte do Mino Carta – quem será ele ? -, esse é o tipo de assunto em que os Estados Unidos não devem meter o dedo – especialmente depois que a Dilma e Merkel decidiram enfrentar o grampo americano no palco da ONU.
O Brasil tem um programa de fabricação e lançamento de satélites com a China e a Ucrânia.
E o melhor lugar do mundo para lançar satélites – a base de Alcântara, no Maranhão.
Que foi vítima de um acidente muito esquisito, mal explicado pelo então Ministro da Defesa, José Viegas.
(Vamos supor que a Presidenta Dilma cometa a insensatez de comprar caças da Boeing.
E que a Boeing abra a caixa preta – o que é altamente improvável.
Um dia, o Governo americano decide que precisa capturar as informações sobre o Brasil depositadas nos caças da Boeing.
Vai lá, toma as informações e indeniza a Boeing.
E os segredos estratégicos do Brasil vão para o saco.
O mapa da Defesa Aérea do Brasil vai para o colo do Obama.)
Se o Brasil tiver seu próprio mega-satélite, poderá fazer uma parceria com países da América do Sul, para difundir informações que captar.
Como demonstra o Livro Branco da Defesa, a Defesa brasileira tem função dissuasória – “não vem que não tem” e, se vier, vai pagar caro – e exige uma integração com os países sul-americanos na Unasul e no Conselho de Defesa Sulamericano.
O Brasil tem um avião P-3 baseado em Salvador, resultado de cooperação com a Espanha.
PP-3 tem 15 horas de autonomia para fotografar o oceano.
Mas, uma andorinha não faz verão.
Enquanto não chegam os caças – e eles não podem demorar muito, depois do leilão de Libra e o inicio da extração – o Brasil pode e deve comprar bases fixas e móveis de lançamento de mísseis.
Misseis terra-ar, terra-mar, mar-mar e mar-terra.
Os russos que, depois do colapso de União Soviética, reorganizaram sua Defesa para uma estratégia dissuasória – e não mais ofensiva, como a americana - são especialistas em plataformas de lançamento de misseis.
Segundo a Folha do dia 17 deste mês de outubro, “Brasil compra R$ 2 bi em armas da Rússia e agora negocia caça (Sukhoi-35). Contrato para a aquisição de baterias anti aéreas Pantsir-S1 e lançadores de foguetes Igla-S será assinado ano que vem”.
R$ 2 bi neste jogo é dinheiro de pinga …
Os franceses, por exemplo, não tem plataforma de lançamento de mísseis.
O que aproximaria o Brasil da Rússia na hora de encomendar os aviões caça.
Esse informante do ansioso blogueiro considera que os caças russos Sukhoi são os melhores.
E a Rússia estaria disposta a abrir a caixa preta dos caças e permitir a progressiva fabricação aqui.
A Rússia, é claro, tem a linha completa de produtos de Defesa.
Inclusive na área nuclear e cibernética.
O problema é que, para realizar uma integração dessa profundidade, deve haver uma expectativa de segurança e estabilidade de longo prazo.
E o Brasil precisa estar seguro de que a Rússia é este parceiro.
Até agora, o favorito nessa corrida dos caças – depois que os Estados Unidos deram o tiro no pé com as revelações do espião Snowden – é a França.
Os ministros Celso Amorim e Nelson Johnbim, da Defesa, preferiam o caça francês.
(Uma vez que o Príncipe da Privataria tirou o sapato para os americanos e retirou os russos da disputa.
Ficaram os franceses, os suecos (de tecnologia americana) e os americanos, claro !
Mas, essa é outra história – a das três traições do Príncipe, que aqui será contada, breve.)
Quando o Presidente Lula se preparava para anunciar a compra dos caças franceses, o presidente da França, Sarkozy, se antecipou e espalhou a notícia.
Depois, Sarkozy prometeu irrestrito apoio a Lula na tentativa de conseguir, com a Turquia, um acordo entre os Estados Unidos e o Irã.
Quando Obama traiu Lula,Sarkozy roeu a corda e apoiou Obama.
Hoje, se o Brasil comprar os caças da Boeing “arrebenta a política externa para a América do Sul”, diz a fonte.
A França, além dos caças, tem tem satélites muito bons.
E uma indústria de Defesa flexível – que pode, rapidamente, converter-se de civil em militar.
Graças, é claro, à visão do General De Gaulle, que, no centro da Europa, devedor dos Estados Unidos na II Guerra, jamais tirou os sapatos.
Em Minas Gerais, o Brasil tem um excelente produtor de mísseis, a Avibrás.
E, com a África do Sul, trabalha na construção de um outro tipo de míssil.
(É bom não esquecer que, enquanto os merválicos pigânicos sonham com a Alca, o Nunca Dantes montou uma aliança por dentro dos BRICs: o IBAS, que reúne África do Sul, Índia e China.
Esse Nunca Dantes …)
O Brasil precisa reforçar substancialmente seu Orçamento de Defesa.
Decidir sobre alianças estratégicas que envolvam o desenvolvimento de programas nucleares, de satélites e centros de guerra com cibernética avançada.
Não pode haver nada solto no espaço – diz a fonte.
O caça e o satélite tem que ser integrados ao submarino nuclear e todos a um centro de guerra num Estado Maior único.
Uma Defesa sistêmica.
O leilão de Libra demonstrou que o Brasil tem muitas vulnerabilidades.
A maior delas é uma elite subserviente, pronta se deixar colonizar pelos Estados Unidos.
Com suas extensões na Política – seja no PSDB, com o Príncipe, e, agora, com o Dudu, que quer detonar a partilhae pensa que ninguém percebeu.
O Brasil tem massa crítica para se tornar, também, um fabricante de produtos de Defesa – e forte exportador.
O Brasil faz parte de um conjunto es-pe-ta-cu-lar: a América do Sul.
São 12 países, tem a Amazônia, a Bacia do Prata, a Cordilheira, e dois oceanos – do lado Leste, tem muito petróleo; do Oeste (Mato Grosso), muita comida !
(Clique aqui para ler sobre “a melhor agricultura do mundo”.)
A Defesa brasileira tem que ter informação.
Mobilidade.
Foco.
E grana !
Em tempo: se o Brasil tivesse a bomba, tudo seria mais fácil. O Paquistão, por exemplo. Por que os Estados Unidos não invadem ? Porque tem a bomba. Por que o Greenpeace não paralisa a Belo Monte russa ? Porque a Rússia tem muitas bombas. Mais do que Israel, que ninguém manda assinar o Tratado de Não Proliferação das Armas Nucleares. Mas, essa questão – a bomba, que não é para ser usada, mas para fazer parte do arsenal dissuasório – é uma questão que, um dia, se imporá aos brasileiros que se preocupam com a integridade do interesse nacional.
Paulo Henrique Amorim
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