Defensor declarado da compra pelo Brasil dos caças Gripen, fabricados pela Saab, da Suécia, Luiz Marinho exulta decisão anunciada nesta quarta-feira 18 pelo ministro Celso Amorim; "A Saab Scania tem experiência e convivência com o Brasil, faz parte da nossa indústria, conhece a cadeia produtiva e a qualidade da mão de obra", afirmou ao 247 o prefeito de São Bernardo; Grande ABC deve se tornar epicentro da renovação da indústria nacional de defesa; Projeto FX, de US$ 4,5 bilhões, se pautou por transferência de tecnologia; fabricação dos 36 jatos encomendados pelo País contará com peças e equipamentos feitos localmente; Marinho se torna um Top Gun do governo Dilma
18 DE DEZEMBRO DE 2013 ÀS 20:24
Marco Damiani _ 247 – O Brasil abriu as portas para a criação de uma nova indústria nacional de defesa. O epicentro desta estratégica cadeia produtiva tende a ser a região do Grande ABC, em São Paulo, a 45 quilômetros do porto de Santos. Ali, nas encostas da via Anchieta, a Saab, fabricante dos caças Gripen, monta os conhecidos caminhões Scania desde 1962. Foi no chão da fábrica da companhia, em maio de 1978, que se deu a primeira greve de metalúrgicos daquela quadra que, por fim, mudou a cara política do Brasil. Três mil trabalhadores cruzaram os portões da fábrica, mas não acionaram suas máquinas. A Saab é controlada pela Volkswagen, que por sua vez está em São Bernardo desde 1959 e dispensa maiores apresentações.
O roteiro de conexões da fabricante dos Gripen com a indústria brasileira é lembrada pelo prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, em entrevista ao 247, para acentuar que ficou exultante com a escolha do jato sueco para equipar o Projeto FX, de renovação da Força Aérea Brasileira.
"É a grande oportunidade de criação de uma nova indústria nacional de defesa, moderna e avançada do ponto de vista tecnológico", comemora Marinho, que sempre atuou e se considerou o maior defensor da escolha da gigante sueca.
"A Saab tem vivência de Brasil, conhece a capacidade da nossa indústria, a qualidade da nossa mão de obra. A transferência de tecnologia será facilitada pois as parcerias e os diálogos com a cadeia produtiva existem há mais de 60 anos", frisa o prefeito da cidade que ainda é considerada o coração industrial do Brasil, apesar da dependência quase exclusiva do desempenho das montadoras de veículos.
REMODELAÇÃO E AMPLIAÇÃO - "Nosso parque industrial vai ganhar diversidade, novas ramificações, pode ser remodelado e ampliado", calcula Marinho, talvez o maior especialista, em todo o Brasil, no relacionamento com a grande indústria européia.
Como presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, ele tornou-se interlocutor permanente de todos os principais executivos da indústria pesada e de ponta.
Na condição de Ministro do Trabalho do governo Lula, Marinho completou seu conhecimento no contato direto com dirigentes de diferentes governos. É um dos prefeitos melhor avaliados do País.
"Há muitas maneiras de se entender a importância dessa parceria firmada agora", acredita o ex-sindicalista. "É a continuidade de uma história de lutas e conquistas, para os trabalhadores e para a indústria nacional".
Logo após a implantação, no final jucelinista da década de 1950, no ABC, a indústria automobilística experimentou crescimento vertiginoso. As conturbações das greves operárias, entre 1978 e 1982, foram sucedidas por enxugamentos nos contingentes de empregados, mas em seguida veio a estabilização nos patamares atuais. Os metalúrgicos do ABC são hoje uma categoria de cerca de 80 mil trabalhadores.
BRIGA COM JOBIM - Marinho sempre se orgulhou de sua defesa dos Gripen. Ele bateu de frente com o então ministro da Defesa Nelson Jobim, considerado o maior lobista da francesa Dassault, fabricante dos atuais Mirage e dos ofertados Rafale, a continuação de uma família que causou muitas tragédias à Força Aérea Brasileira. A verdade é que os Mirage que, finalmente, depois de quase 15 anos de debate, serão substituídos, se tornaram aviões assassinos. Jobim foi defenestrado por Dilma. Marinho se fortalece.
Em razão das cláusulas de transferência de tecnologia e obrigatoriedade de componentes fabricados no país de origem do investimento, estimado em US$ 4,5 bilhões para a entrega de 36 caças paulatinamente até 2023, não há como não acreditar que as cadeias produtivas em torno da Saab e da Volks, especialmente, não sejam fortemente beneficiadas.
Aos céticos, o exemplo atual da redenção da indústria naval brasileira deve ser apresentado como um fato superior a quaisquer argumentos de nariz torcido.
"O Brasil tem muito a ganhar", sustenta Marinho, que mantém em seu gabinete uma coleção de ao menos 15 miniaturas de caças militares. Ele próprio já voou em um modelo Gripen, posando para a fotografia, na pista sueca, como um verdadeiro Top Gun. Da experiência, o prefeito, que divide com seu compadre Lula o entusiasmo pela escolha da presidente, extraiu que a cadeia produtiva em torno daquela joia tecnológica teria muito a se enriquecer.
"Vai começar um novo momento para a indústria", crava ele.
Em seu segundo mandato, Marinho recebeu, na semana passada, a visita de Dilma na inauguração do Hospital de Clínicas. Lula também estava lá. Com a escolha dos Gripen e sua base, como Saab e Volks, em São Bernardo, não há dúvida de que o próprio Marinho se tornou um apoiador ainda mais estratégico com o governo federal.
O roteiro de conexões da fabricante dos Gripen com a indústria brasileira é lembrada pelo prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, em entrevista ao 247, para acentuar que ficou exultante com a escolha do jato sueco para equipar o Projeto FX, de renovação da Força Aérea Brasileira.
"É a grande oportunidade de criação de uma nova indústria nacional de defesa, moderna e avançada do ponto de vista tecnológico", comemora Marinho, que sempre atuou e se considerou o maior defensor da escolha da gigante sueca.
"A Saab tem vivência de Brasil, conhece a capacidade da nossa indústria, a qualidade da nossa mão de obra. A transferência de tecnologia será facilitada pois as parcerias e os diálogos com a cadeia produtiva existem há mais de 60 anos", frisa o prefeito da cidade que ainda é considerada o coração industrial do Brasil, apesar da dependência quase exclusiva do desempenho das montadoras de veículos.
REMODELAÇÃO E AMPLIAÇÃO - "Nosso parque industrial vai ganhar diversidade, novas ramificações, pode ser remodelado e ampliado", calcula Marinho, talvez o maior especialista, em todo o Brasil, no relacionamento com a grande indústria européia.
Como presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, ele tornou-se interlocutor permanente de todos os principais executivos da indústria pesada e de ponta.
Na condição de Ministro do Trabalho do governo Lula, Marinho completou seu conhecimento no contato direto com dirigentes de diferentes governos. É um dos prefeitos melhor avaliados do País.
"Há muitas maneiras de se entender a importância dessa parceria firmada agora", acredita o ex-sindicalista. "É a continuidade de uma história de lutas e conquistas, para os trabalhadores e para a indústria nacional".
Logo após a implantação, no final jucelinista da década de 1950, no ABC, a indústria automobilística experimentou crescimento vertiginoso. As conturbações das greves operárias, entre 1978 e 1982, foram sucedidas por enxugamentos nos contingentes de empregados, mas em seguida veio a estabilização nos patamares atuais. Os metalúrgicos do ABC são hoje uma categoria de cerca de 80 mil trabalhadores.
BRIGA COM JOBIM - Marinho sempre se orgulhou de sua defesa dos Gripen. Ele bateu de frente com o então ministro da Defesa Nelson Jobim, considerado o maior lobista da francesa Dassault, fabricante dos atuais Mirage e dos ofertados Rafale, a continuação de uma família que causou muitas tragédias à Força Aérea Brasileira. A verdade é que os Mirage que, finalmente, depois de quase 15 anos de debate, serão substituídos, se tornaram aviões assassinos. Jobim foi defenestrado por Dilma. Marinho se fortalece.
Em razão das cláusulas de transferência de tecnologia e obrigatoriedade de componentes fabricados no país de origem do investimento, estimado em US$ 4,5 bilhões para a entrega de 36 caças paulatinamente até 2023, não há como não acreditar que as cadeias produtivas em torno da Saab e da Volks, especialmente, não sejam fortemente beneficiadas.
Aos céticos, o exemplo atual da redenção da indústria naval brasileira deve ser apresentado como um fato superior a quaisquer argumentos de nariz torcido.
"O Brasil tem muito a ganhar", sustenta Marinho, que mantém em seu gabinete uma coleção de ao menos 15 miniaturas de caças militares. Ele próprio já voou em um modelo Gripen, posando para a fotografia, na pista sueca, como um verdadeiro Top Gun. Da experiência, o prefeito, que divide com seu compadre Lula o entusiasmo pela escolha da presidente, extraiu que a cadeia produtiva em torno daquela joia tecnológica teria muito a se enriquecer.
"Vai começar um novo momento para a indústria", crava ele.
Em seu segundo mandato, Marinho recebeu, na semana passada, a visita de Dilma na inauguração do Hospital de Clínicas. Lula também estava lá. Com a escolha dos Gripen e sua base, como Saab e Volks, em São Bernardo, não há dúvida de que o próprio Marinho se tornou um apoiador ainda mais estratégico com o governo federal.
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