quinta-feira, 10 de abril de 2014

PT consegue romper barreiras e criar CPI dos Pedágios em SP 10/04/2014


DUAS CPIS EMPURRAM ALCKMIN A INFERNO ASTRAL

Após ter derrotado nada menos que 70 pedidos de CPIs na Assembleia Legislativa, governador vê deputados aprovarem CPI dos Pedágios na hora em que mais precisa de paz; PT lançou a ideia que foi seguida por descontentes da base de sustentação de Geraldo Alckmin; no plano federal, tucano vê iniciativa de CPI da Petrobras ganhar contornos mais amplos e abrir portas para investigar o escândalo Alstom-Siemens de distribuição de propinas em torno de trens e metrô; auxiliares diretos podem ser atingidos; mergulhado na permanente crise da segurança em São Paulo e sem decidir entre racionamento ou rodízio de água no Estado, Alckmin terá que mostrar toda a sua habilidade para superar o verdadeiro inferno astral que se anuncia

10 DE ABRIL DE 2014 ÀS 18:54


247 – No momento em que mais precisa de tranquilidade, tudo o que o governador Geraldo Alckmin enxerga à sua volta é pressão política contra sua gestão. Na Assembleia Legislativa, onde jamais perdeu uma votação importante e derrubou nada menos que 70 pedidos de abertura de CPIs contra sua gestão, o tucano experimentou na quarta-feira 9 o que parecia ser impossível. A partir de uma iniciativa do PT, deputados da base governista de Alckmin resolveram mandar um recado ao Palácio dos Bandeirantes na forma da aprovação da chamada CPI dos Pedágios. Nela, a intenção é investigar o principal pilar da gestão tucana no Estado, erguido pela excelência das estradas. O ponto fraco é, justamente, o preço cobrado pelas tarifas de pedágio, contra as quais há sempre farta oposição no público.

No momento em que mais precisa de tranquilidade, tudo o que o governador Geraldo Alckmin enxerga à sua volta é pressão política contra sua gestão. Na Assembleia Legislativa, onde jamais perdeu uma votação importante, o tucano experimentou na quarta-feira 9 o que parecia ser impossível. A partir de uma iniciativa do PT, deputados da base governista de Alckmin resolveram mandar um recado ao Palácio dos Bandeirantes na forma da aprovação da chamada CPI dos Pedágios. Nela, a intenção é investigar o principal pilar da gestão tucana no Estado, erguido pela excelência das estradas. O ponto fraco é, justamente, o preço cobrado pelas tarifas de pedágio, contra as quais há sempre farta oposição no público.

Registra-se nos meios políticos, além disso, que uma investigação neste setor é capaz de gerar insegurança entre as empreiteiras que operam as estradas paulistas, o que poderia fechar torneiras de financiamento de campanhas eleitorais. Os empresários, afinal, passam agora a correr o risco de terem seus contratos remexidos pelos deputados estaduais, o que, é claro, não agrada a eles. A mensagem da base de Alckmin que aprovou a CPI dos Pedágios parecer ser a de que o próprio governador precisa cuidar melhor de seus correligionários se quiser mesmo o apoio deles no processo eleitoral prestes a começar.

No mesmo espaço de tempo em que foi derrotado em seu reduto na Assembleia paulista, Alckmin encontro motivos para novas preocupações vindas do Congresso, em Brasília. Lá, a CPI que estava nascendo, por iniciativa do tucano Aécio Neves, para investigar apenas a Petrobras, vai ganhando contornos mais amplos. Cresce a certeza de que, no próximo dia 15, quando a instalação da CPI for à deliberação do plenário do Senado, será aprovado um escopo bem mais amplo de investigação.

ALSTOM-SIEMENS - A curiosidade legal dos parlamentares poderá estar voltada, também, para os contratos de compra de trens para ferrovias e o metrô de São Paulo. Em torno desses contratos se desenrola o chamado escândalo Alstom-Siemens de distribuição de propinas, que atinge auxiliares diretos do próprio Alckmin, como os secretários José Anibal, da Energia, Jurandir Fernandes, dos Transportes Metropolitanos, e Rodrigo Garcia, do Desenvolvimento Econômico. É, sem dúvida, bastante desconfortável a posição do governador nesse caso.

Mas há mais problemas para o atual líder nas pesquisas de intenção de voto para o governo de São Paulo. A possibilidade de haver rodízio ou racionamento de água ainda não teve seu impacto eleitoral medido pelos institutos especializados, mas corre a certeza nos meios políticos de que Alckmin será o maior prejudicado. Apostando numa solução que evite medidas drásticas, apesar da opinião dos técnicos da Agência Nacional de Águas (ANA), que indicam a iminência de um racionamento, Alckmin está postergando uma decisão. Com isso, muitos já acreditam que ele resgata a velha fama de 'murismo' dos tucanos – a falta de decisão -, o que arranharia ainda mais sua imagem.

Com 43% de intenções de voto na pesquisa Datafolha divulgada em dezembro, Alckmin, nas contas dos adversários, tende a exibir um percentual menor nos próximos levantamentos. Há quem acredite que ele já teria emagrecido até dez pontos. Esse otimismo da oposição refaz as projeções iniciais de que não haverá segundo turno em São Paulo, o que só fará aumentar o fogo inimigo contra o governador. Acostumado a fazer política em cenário de tranquilidade, Alckmin vai precisar conviver com o cerco de um verdadeiro inferno astral sobre sua gestão. A maneira como irá reagir às novas pressões determinarão seu futuro no governo do Estado.

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