Este blogue não concorda com o Golpe. RESISTÊNCIA JÁ A morte da Marisa, não é diferente da morte dos milhares no Iraque, invadido, na Líbia destroçada, entre outros, as mãos são as mesmas, acrescentadas dos traidores locais.
domingo, 21 de dezembro de 2014
Canal da Nicarágua, um marco no comércio latino com a China 21/12/2014
Tijolaço
Autor: Fernando Brito
Começa na segunda-feira a obra de construção do segundo canal de navegação entre o Oceano Atlântico e o Pacífico, o Canal da Nicarágua.
Aqui, o assunto é praticamente ignorado, embora a China seja hoje a maior parceira comercial do Brasil.
E a potência comercial em maior expansão no mundo.
O canal, com 278 quilômetros – 105 deles aproveitando o Lago Nicarágua, próximo à costa Oeste daquele país e sua abertura é iniciada exatamente um século da inauguração do Canal do Panamá, que atendeu aos interesses estratégicos dos Estados Unidos.
(Para se ter uma idéia, o Panamá nasceu por causa do canal, pois a área pertencia à Colômbia e os rebeldes da região panamenha só puderam proclamar sua independência porque Theodore Roosevelt mandou para lá uma baita canhoneira americana que fez os colombianos engolirem a perda de território)
A obra, de US$ 50 bilhões, é oficialmente contratada pela Xinwei Telecom Technology, do megaempresário Wang Jing, mas ninguém duvida que este tem o governo chinês a garanti-lo.
Mas o que faz os chineses se lançarem a um empreitada deste vulto se já existe – a 600 km de distância – o Canal do Panamá e que, embora sobrecarregado, está em vias de inaugurar uma ampliação, inclusive com a ampliação da capacidade de operar grandes navios sendo dobrada, para até 150 mil toneladas de porte bruto ou até 13 mil conteiners?
Não é só porque por ali poderão passar navios de até 330 mil toneladas ou 30 mil conteiners, o que certamente tornará muito mais econômicas as viagens de minério, petróleo e outras mercadorias e porque, com navios maiores, o custo do transporte da carga chega a cair 60%.
Os chineses, com interesses russos a reboque, não querem depender do controle – militar ou econômico – norte-americano sobre sua rota mais curta com o ocidente: a América Latina e até, no caso de uma deterioração das condições políticas no Golfo de Suez, com a Europa e o Norte da África.
Para o Brasil (e para Venezuela, Colômbia e Cuba, além de todo o Caribe) as possibilidades de ampliação do comércio com os chineses (e Russia, Austrália e o Sudeste Asiático) são imensas.
Mas aqui, pouca ou nenhuma atenção se presta a isso.
Os eixos de poder econômico no mundo estão mudando e, com eles, os de poder político.
http://tijolaco.com.br/blog/?p=23884
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