Por Carlos Cardoso
O Anequim pesa menos que a maioria dos blogueiros. Seu nome vem do tubarão, mas suas linhas são muito mais aerodinâmicas. Suas asas de fibra de carbono são construídas com precisão de 0,002 polegadas. Geram 1/3 do arrasto de um Cessna.
Ao contrário da maioria dos aviões experimentais essa beleza que deixaria Howard Hughes sexualmente excitado foi toda projetada em computador, os moldes dos painéis e as peças feitas em máquinas CNC. O motor, um Lycoming IO-360 é um dos mais comuns na aviação de pequeno porte. Lançado em 1955, é do tempo dos carburadores e magnetos, produzindo modestos 180 hp.
Ele foi modificado para funcionar com injeção eletrônica, controle de disparo, aumentaram a compressão dos cilindros e deixaram pra trás o limite de 2.700 RPM. A versão customizada e tunada entrega uma potência de 280 Harry Potters.
O objetivo do Anequim é bater os recordes da categoria, de aviões de quatro cilindros e na sua faixa de peso — 330 kg — metade disso motor. Mais de 500 km/h é uma meta respeitável, poucos aviões a pistão no mundo chegam a isso.
O Anequim existe por causa do sonho de um brasileiro voador. Não, não o Santos Dumont, está mais pra Kelly Johnson. O brasileiro em questão? Paulo Iscold, Professor de Engenharia Aeronáutica da Universidade Federal de Minas Gerais.
Mordido pelo bicho da aviação aos 10 anos de idade, Paulo direcionou sua carreira para o alto, tendo trabalhado na Red Bull (aquela empresa de energéticos que tem um programa espacial melhor que o nosso). Seu mentor foi um amigo do pai, Cláudio Barros, Professor de Engenharia da UFMG e que em 1963 construiu o primeiro planador brasileiro, usando como base o único livro de design aeronáutico que achou na biblioteca da universidade.
Paulo Iscold foi tão chato que quando Cláudio estava pra se aposentar Paulo o convenceu a ficar na UFMG até ele se formar.
Na Academia existe uma separação onde quem faz é mal-visto, mas Cláudio e Paulo não compraram esse peixe. A filosofia era aprender fazendo, e ainda estudante Cláudio desafiou Iscold a quebrar um recorde mundial atingido pelo AR-5, avião mais rápido na categoria, voando a mais de 340 km/h.
Como aqui é Brasil, Cláudio Barros entrou com US$ 500,00 do próprio bolso, um amigo do Iscold deu metade do salário (US$ 150,00) como um investimento inicial, e depois de vários anos nasceu o 308, antecessor do Anequim. Recordes foram quebrados, missão dada é missão cumprida.
Construído e projetado por alunos de mestrado e graduação da UFMG, supervisionados por Paulo Iscold, o Anequim fez seu primeiro vôo no final do ano passado, e agora foi levado ao limite. O resultado? Cinco recordes mundiais batidos:
Velocidade em percurso de 3 km com altitude restrita: 521,08 km/h
Recorde anterior: 466,83 km/h
Velocidade em percurso de 15 km: 511,19 km/h
Recorde anterior: 455,8 km/h
Velocidade em percurso fechado de 100 km: 490,14 km/h
Recorde anterior: 389,6 km/h
Velocidade em percurso fechado de 500 km: 493,74 km/h
Recorde anterior: 387,4 km/h
Tempo para atingir 3.000 m de altitude: 2 minutos e 26 segundos
Recorde anterior: 3 minutos e oito segundos
Aqui o primeiro vôo dele:
Ao contrário da maioria dos aviões experimentais essa beleza que deixaria Howard Hughes sexualmente excitado foi toda projetada em computador, os moldes dos painéis e as peças feitas em máquinas CNC. O motor, um Lycoming IO-360 é um dos mais comuns na aviação de pequeno porte. Lançado em 1955, é do tempo dos carburadores e magnetos, produzindo modestos 180 hp.
Ele foi modificado para funcionar com injeção eletrônica, controle de disparo, aumentaram a compressão dos cilindros e deixaram pra trás o limite de 2.700 RPM. A versão customizada e tunada entrega uma potência de 280 Harry Potters.
O objetivo do Anequim é bater os recordes da categoria, de aviões de quatro cilindros e na sua faixa de peso — 330 kg — metade disso motor. Mais de 500 km/h é uma meta respeitável, poucos aviões a pistão no mundo chegam a isso.
O Anequim existe por causa do sonho de um brasileiro voador. Não, não o Santos Dumont, está mais pra Kelly Johnson. O brasileiro em questão? Paulo Iscold, Professor de Engenharia Aeronáutica da Universidade Federal de Minas Gerais.
Mordido pelo bicho da aviação aos 10 anos de idade, Paulo direcionou sua carreira para o alto, tendo trabalhado na Red Bull (aquela empresa de energéticos que tem um programa espacial melhor que o nosso). Seu mentor foi um amigo do pai, Cláudio Barros, Professor de Engenharia da UFMG e que em 1963 construiu o primeiro planador brasileiro, usando como base o único livro de design aeronáutico que achou na biblioteca da universidade.
Paulo Iscold foi tão chato que quando Cláudio estava pra se aposentar Paulo o convenceu a ficar na UFMG até ele se formar.
Na Academia existe uma separação onde quem faz é mal-visto, mas Cláudio e Paulo não compraram esse peixe. A filosofia era aprender fazendo, e ainda estudante Cláudio desafiou Iscold a quebrar um recorde mundial atingido pelo AR-5, avião mais rápido na categoria, voando a mais de 340 km/h.
Como aqui é Brasil, Cláudio Barros entrou com US$ 500,00 do próprio bolso, um amigo do Iscold deu metade do salário (US$ 150,00) como um investimento inicial, e depois de vários anos nasceu o 308, antecessor do Anequim. Recordes foram quebrados, missão dada é missão cumprida.
Construído e projetado por alunos de mestrado e graduação da UFMG, supervisionados por Paulo Iscold, o Anequim fez seu primeiro vôo no final do ano passado, e agora foi levado ao limite. O resultado? Cinco recordes mundiais batidos:
Velocidade em percurso de 3 km com altitude restrita: 521,08 km/h
Recorde anterior: 466,83 km/h
Velocidade em percurso de 15 km: 511,19 km/h
Recorde anterior: 455,8 km/h
Velocidade em percurso fechado de 100 km: 490,14 km/h
Recorde anterior: 389,6 km/h
Velocidade em percurso fechado de 500 km: 493,74 km/h
Recorde anterior: 387,4 km/h
Tempo para atingir 3.000 m de altitude: 2 minutos e 26 segundos
Recorde anterior: 3 minutos e oito segundos
Aqui o primeiro vôo dele:
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