Jornal GGN - Após um oficial das Forças Armadas ser detido pela Polícia Militar junto a manifestantes, em manifestação de São Paulo, contra o governo de Michel Temer, o Exército brasileiro admitiu que faz "operações de inteligência" permanentes em protestos e manifestações de rua.
Após o episódio da prisão do militar e mais 18 ativistas pela PM, no Centro Cultural de São Paulo, zona sul da capital paulista, no dia 4 de setembro, os Ministérios Públicos Federal e Estadual anunciaram a abertura de uma investigação contra a medida dos agentes militares, com o caso do capitão Wilian Pina Botelha, de 37 anos.
Os investigadores apuram se Willian trabalhava como agente infiltrado. O MPSP também investiga se a ação policial foi legal. Os manifestantes foram levados à Polícia Civil, onde foram detidos e acabaram sendo responsabilizados por associação criminosa e corrupção de menores, por portar "objetos suspeitos", entre eles kit de emergências, medicamentos e um chaveiro.
Ao ser questionado por reportagem do G1, o Exército não confirmou se Botelho trabalhava como agente infiltrado e se estava lá com autorização judicial ou não, mas confirmou que realiza "emprego permanente da inteligência para benefício da população".
"No caso específico ocorrido recentemente na cidade de São Paulo/SP, envolvendo oficial, o Exército Brasileiro aguarda a conclusão do processo administrativo, já instaurado pelo Comando Militar do Sudeste", informou o Exército em nota.
No comunicado, também defenderam as ações de inteligência. "A atividade de inteligência tem respaldo legal. O Exército tem sido empregado frequentemente nas operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). A utilização permanente da inteligência tem assegurado a eficácia nas operações, o emprego proporcional da Força e minimizado os efeitos colaterais na população", dizem as Forças Armadas.
"O acompanhamento de manifestações de rua em nosso país está inserido no contexto das Operações de Inteligência", conclui a nota.
http://jornalggn.com.br/noticia/exercito-admite-uso-permanente-da-inteligencia-em-protestos
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