Este blogue não concorda com o Golpe. RESISTÊNCIA JÁ A morte da Marisa, não é diferente da morte dos milhares no Iraque, invadido, na Líbia destroçada, entre outros, as mãos são as mesmas, acrescentadas dos traidores locais.
quarta-feira, 19 de outubro de 2016
Áustria demolirá a casa onde Hitler nasceu 19/10/2016
O edifício mais famoso de Braunau am Inn deixará de existir em um futuro não muito distante. Aqui, nesta pequena localidade perto da fronteira alemã, nasceu há 127 anos Adolf Hitler. Depois de anos debatendo o que fazer com os primeiros tijolos que viu o homem que meio século depois faria a Europa arder, a polêmica foi encerrada nesta segunda-feira.
AFP Protesto em abril contra os nazistas diante da casa onde Adolf Hitler nasceu, em Braunau am Inn (Áustria) “A casa de Hitler vai ser derrubada. Os pilares podem ficar, mas será erguido um novo edifício que será usado por uma fundação beneficente ou pelas autoridades locais”, disse o ministro do Interior austríaco, Wolfgang Sobotka, ao jornal Die Presse.
A decisão não agradará aos que estão há anos pedindo que no local de nascimento do fundador do nacional-socialismo seja estabelecido um monumento que recorde o horror que essa ideologia trouxe ao mundo. Como o cientista político austríaco Andreas Maislinger. Há 16 anos ele se empenha em levar adiante o projeto que batizou de Casa da Responsabilidade, um lugar onde jovens de todo o mundo possam discutir sobre os erros do passado e os desafios do presente e futuro.
“Apesar de ter vivido em Braunau muito pouco tempo, o nome da cidade está indissoluvelmente ligado ao de Hitler. Com a Casa da Responsabilidade esse estigma poderia ser rompido”, afirmava em abril a El País o incentivador do projeto, que conseguiu apoios internacionais como o da Liga Antidifamação de Nova York. Sua página no Facebook contava, no último dia 17, com 4.256 simpatizantes.
Mas o ministro Sobotka não compartilha essa ideia. “Já temos monumentos que lembrem o ocorrido, como o campo de concentração de Mauthausen. Também prosseguirá o trabalho dos historiadores para investigar o período nazista”, afirma o político democrata-cristão.
A Áustria –anexada ao Terceiro Reich em 1938, quando Hitler e seu grupo foram recebidos por uma multidão fervorosa nas ruas de Viena– tem uma complicada relação com seu passado nazista. O exame de consciência realizado pela Alemanha foi muito mais leve em seus vizinhos do sul.
Apesar do anúncio do ministro de que a casa será derrubada, um porta-voz oficial citado pela agência Reuters considera que a demolição é “uma possibilidade”. O que é certo, continua, é que o espaço vai ser profundamente remodelado até que “não seja reconhecível”, e serão evitados os espaços vazios.
Com esta decisão o Governo austríaco segue o conselho de uma comissão de especialistas criada para esse fim, da qual participaram, além de historiadores e funcionários públicos, o representante da comunidade judaica na Áustria. O objetivo primordial das autoridades do país é impedir que o número 15 da rua Salzburger Vorstadt, de Braunau, caia em mãos erradas e se transforme em lugar de peregrinação dos nostálgicos do nazismo. Por isso o Governo anunciou em abril que, depois de manter durante mais de 40 anos um aluguel pago pelo Estado, havia decidido expropriar o imóvel de sua proprietária. O Parlamento prepara um projeto de lei, que ainda não tem data de apresentação, para efetuar a expropriação.
Braunau quer desfazer-se quanto antes da etiqueta de “cidade parda” (a cor das camisas das temíveis unidades de assalto SA). Foi essa vontade de romper com o passado que levou seu prefeito a dar um basta em 2012: propôs derrubar o imóvel e erguer ali novas residências. A surpresa se estendeu a imprensa internacional. “Apartamentos Hitler?”, perguntou com sarcasmo o Washington Post. Agora, o Governo austríaco propõe algo parecido, mas não igual. O novo espaço deverá ser ocupado por uma organização social ou um órgão público. Mas isso não evitará que muitos sintam falta de um lugar que lembre o que, há mais de um século, começou ali.
Fonte: El País
http://www.vermelho.org.br/noticia/288446-1
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