Truculência no Mercosul: chanceleres da Venezuela e da Bolívia são barrados 15/12/2016

A chanceler venezuelana Delcy Rodriguez, representante do governo de Nicolás Maduro, chegou nesta manhã a Buenos Aires com a intenção de participar da reunião do Mercosul e, segundo ela, houve um boicote ao seu país - que foi suspenso formalmente do Mercosul após iniciativa e influência do chanceler brasileiro, José Serra; "Há um golpe de Estado em curso no Mercosul. Se não deixarem a gente entrar pela porta, nós entraremos pela janela", disse a representante de Caracas; confira vídeo do momento em que ela é impedida de entrar na reunião

247, com Agência Brasil - A reunião extraordinária do Conselho do Mercado Comum (CMC) do Mercosul em Buenos Aires foi marcada por tensão nesta quarta-feira (14).

Isto porque a chanceler venezuelana Delcy Rodriguez, representante do governo de Nicolás Maduro, chegou na manhã de hoje à capital argentina com a intenção de participar do encontro, mas foi impedida. Ela estava ao lado de seu homólogo boliviano, David Choquehanca. Segundo ela, houve um boicote ao seu país.

No dia 1º de dezembro, os quatro países fundadores do Mercosul - Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai -, influenciados pelo chanceler brasileiro José Serra, enviaram uma comunicação à Venezuela informando a suspensão do país no bloco.

Confira vídeo do canal venezuelano VTV Canal 8:
http://content.jwplatform.com/previews/9V2cwbCX-WLGkjbVJ

Rodriguez e Choquehanca foram recebidos pela chanceler anfitriã, a argentina Susana Malcorra, e encaminhados para uma sala, onde a venezuelana chegou a postar uma foto no Twitter dizendo estava "esperando pelos chanceleres" do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

No entanto, ao saber da presença da ministra da Venezuela, os chanceleres dos outros quatro países se retiraram do local e se reuniram em outra sala. O ministro das Relações Exteriores brasileiro, José Serra, chegou a postar nas redes sociais, quase ao mesmo tempo, uma outra foto em que aparece ao lado dos outros três representantes em outra sala.

Furiosa, Rodriguez deixou o local e improvisou um "comício" à frente do Palácio San Martin.

"Há um golpe de Estado em curso no Mercosul. Se não deixarem a gente entrar pela porta, nós entraremos pela janela. Viemos para defender a dignidade de nosso povo", disse a representante de Caracas. Entretanto, mesmo passando horas no local, ela não foi recebida pelos outros membros do Mercosul.

Segundo o Itamaraty, o encontro permitiu aos estados-partes tratar da efetiva liberalização do comércio intrabloco, da negociação de um protocolo para a cooperação e facilitação de investimentos no Mercosul, da revisão do protocolo de contratações públicas e da dinamização das negociações extrarregionais.

Na reunião do CMC, foi decidido ainda que a Argentina assumirá a Presidência Pro Tempore do bloco para o primeiro semestre de 2017, conforme o critério da rotatividade por ordem alfabética. No segundo semestre, a presidência caberá ao Brasil.

Com informações da Agência ANSA.



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