DO VALOR
DE SÃO PAULO
O forte crescimento das importações de automóveis, partes e peças do México levou integrantes do governo brasileiro a defender a interrupção unilateral do acordo automotivo com o país. DE SÃO PAULO
O México e países do Mercosul podem exportar veículos para o Brasil sem tarifa de importação e sem o aumento de 30 pontos percentuais no IPI cobrado pelo governo.
O assunto vem sendo discutido com o governo daquele país e chegou a fazer parte de conversas informais entre diplomatas brasileiros e mexicanos durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos.
"O assunto está em discussão no governo", afirmou a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, ao ser questionada sobre a possível revisão do acordo.
A exportação ocorre a partir de fábricas instaladas no México, como a Ford, a Volkswagen, a General Motors, a Fiat e Nissan, para as unidades no Brasil.
Segundo dados da Anfavea (associação dos fabricantes de veículos), a participação dos importados no mercado brasileiro subiu de 18% em 2010 para 23,6% no ano passado.
O Brasil é deficitário no comércio de produtos automotivos com o México desde 2009. A embaixada do México não se pronunciou.
O Brasil manteve superávit no comércio de produtos automotivos com o México até 2008, quando passou a ter déficits crescentes. No ano passado, as compras de automóveis fabricados no México cresceram quase 40% e as vendas de carros brasileiros àquele mercado caíram na mesma proporção.
O déficit, de quase US$ 550 milhões em 2010, elevou-se para pouco menos de US$ 1,7 bilhão em 2011, antes mesmo da entrada em vigor do IPI maior que discrimina produtos importados, a não ser os originados da Argentina, Uruguai e México, com quem o Brasil tem acordos de comércio.
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