quinta-feira, 22 de março de 2012

O nascimento da Biologia Matemática 22/03/2012

Da UnespCiência

[biomatemática]: Equações da vida

 REDAÇÃO em 22/03/2012

Modelos matemáticos estão ajudando a responder a questões  complexas das biociências; a Biologia Matemática nasce com promessas de renovação e o desafio de integrar áreas tão díspares. Leia trecho abaixo ou o texto na íntegra em pdf.

Não  é comum ver biólogos fanáticos por números e cálculos, nem matemáticos que passam horas apreciando flores, insetos, enfim, a natureza. É claro que os dois tipos até existem, mas estão longe de ser a regra. A distância entre estas duas ciências e os estereótipos ligados a elas, porém, tende a encurtar. Um número cada vez maior de perguntas do mundo biológico está encontrando respostas no universo matemático. O quebra-cabeça da vida – sobretudo das áreas de Ecologia, Epidemiologia e Genética – está ganhando uma série de equações.
ncia jovem, fruto da fusão de áreas tão díspares, a Biologia Matemática (ou Biomatemática) surge com propostas ambiciosas. Em artigo publicado em 2004 na revista PLoS Biology, o americano Joel E. Cohen, da Universidade Rockefeller, nos Estados Unidos, afirmou que “a Matemática é o novo microscópio da Biologia, só que melhor”, e que “a Biologia será a nova Física da Matemática, só que melhor”. Ou seja, além de os modelos matemáticos darem novo poder de resolução para as análises biológicas, as perguntas das ciências da vida acabarão moldando uma nova base para a Matemática. “A Matemática clássica, aquela do século 19 e de parte do 20, foi inspirada e moldada pelos problemas da Física”, explica o físico Roberto Kraenkel, que chefia o Grupo de Biologia Matemática do Instituto de Física Teórica (IFT) da Unesp em São Paulo e é um dos pioneiros dessa área no Brasil. “A Biologia dará à Matemática um novo objeto de estudo, que certamente levará a progressos”, acrescenta.
O grupo do IFT vem usando o ferramental matemático para solucionar alguns mistérios que intrigam há tempos epidemiologistas e ecólogos. “A modelagem é uma das melhores maneiras de sintetizar informações, quantificar incertezas e gerar novos conhecimentos”, explica um dos colaboradores de Kraenkel, o doutorando Gabriel Zorello Laporta, da Faculdade de Saúde Pública da USP. “Hipóteses que nasceram simples e singelas na cabeça de um biólogo podem tomar corpo e se transformar em verdadeiros monstrinhos, no bom sentido, após as contribuições de matemáticos e físicos”, defende.
Um dos mistérios solucionados pelo grupo de Kraenkel está relacionado à ausência de epidemias de malária em regiões de Mata Atlântica – o contrário do que acontece em quase toda a Amazônia, onde a doença é endêmica e de difícil controle. Os epidemiologistas não sabiam que fatores ecológicos propiciavam a enfermidade em um lugar, mas não em outro. Tampouco tinham como testar suas hipóteses.
“A única maneira de demonstrar conclusivamente uma afirmação científica é por meio de experimentos”, diz Paulo Inácio Prado, pesquisador do Departamento de Ecologia do Instituto de Biociências da USP, outro colaborador do grupo do IFT.  Mas isso nem sempre é viável, acrescenta. “Imagine um experimento em que variamos as condições até obter um surto de malária. Sem um modelo matemático, seria impossível.”
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http://www.unesp.br/aci_ses/revista_unespciencia/acervo/28/biomatematica
 

Foto:  Shutte

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