Modelos matemáticos estão ajudando a responder a questões complexas das biociências; a Biologia Matemática nasce com promessas de renovação e o desafio de integrar áreas tão díspares. Leia trecho abaixo ou o texto na íntegra em pdf.
Não é comum ver biólogos fanáticos por números e cálculos, nem matemáticos que passam horas apreciando flores, insetos, enfim, a natureza. É claro que os dois tipos até existem, mas estão longe de ser a regra. A distância entre estas duas ciências e os estereótipos ligados a elas, porém, tende a encurtar. Um número cada vez maior de perguntas do mundo biológico está encontrando respostas no universo matemático. O quebra-cabeça da vida – sobretudo das áreas de Ecologia, Epidemiologia e Genética – está ganhando uma série de equações.
O grupo do IFT vem usando o ferramental matemático para solucionar alguns mistérios que intrigam há tempos epidemiologistas e ecólogos. “A modelagem é uma das melhores maneiras de sintetizar informações, quantificar incertezas e gerar novos conhecimentos”, explica um dos colaboradores de Kraenkel, o doutorando Gabriel Zorello Laporta, da Faculdade de Saúde Pública da USP. “Hipóteses que nasceram simples e singelas na cabeça de um biólogo podem tomar corpo e se transformar em verdadeiros monstrinhos, no bom sentido, após as contribuições de matemáticos e físicos”, defende.
Um dos mistérios solucionados pelo grupo de Kraenkel está relacionado à ausência de epidemias de malária em regiões de Mata Atlântica – o contrário do que acontece em quase toda a Amazônia, onde a doença é endêmica e de difícil controle. Os epidemiologistas não sabiam que fatores ecológicos propiciavam a enfermidade em um lugar, mas não em outro. Tampouco tinham como testar suas hipóteses.
“A única maneira de demonstrar conclusivamente uma afirmação científica é por meio de experimentos”, diz Paulo Inácio Prado, pesquisador do Departamento de Ecologia do Instituto de Biociências da USP, outro colaborador do grupo do IFT. Mas isso nem sempre é viável, acrescenta. “Imagine um experimento em que variamos as condições até obter um surto de malária. Sem um modelo matemático, seria impossível.”
Continue lendo em pdf.
http://www.unesp.br/aci_ses/revista_unespciencia/acervo/28/biomatematica
Foto: Shutte
Nenhum comentário:
Postar um comentário