A capacidade de articular os governos federal, estaduais e municipais  para ampliar a oferta de habitação no país é uma das principais  características do Programa Minha Casa, Minha Vida, segundo a avaliação  da equipe de especialistas da agência da Organização das Nações Unidas  para Habitação (ONU-Habitat).
O grupo está no Brasil para documentar práticas relacionadas ao  programa, lançado em 2009 pelo governo federal, com o propósito de  construir e financiar 1 milhão de moradias para famílias de baixa renda.  As conclusões farão parte de uma publicação que a ONU-Habitat lançará  em 2016, com experiências bem-sucedidas em diversos países e metas até  2025. Além da iniciativa brasileira, os especialistas estão avaliando  programas habitacionais de outros países, como a Etiópia e o Chile.
De acordo com o representante da ONU-Habitat Erik Vittrup, o Minha  Casa, Minha Vida tem uma visão “adequada” de como atacar o problema do  déficit habitacional.
“O programa entende que essa questão não se resume  à construção de casas, mas que a solução depende de um modelo de  governança, envolvendo as três esferas de poder para a construção de  cidades. Trata-se de um modelo de parceria e interação entre governo  federal, estadual e local, o que em muitos países, mesmo grandes, sequer  existe”, ressaltou.
Vittrup destacou ainda que a parceria estabelecida com empresas  privadas para as construções é um mecanismo importante de dinamização do  setor. As unidades habitacionais do programa são erguidas por  construtoras privadas e financiadas para as famílias pela Caixa  Econômica Federal.
Ele citou ainda a flexibilidade observada no programa, que dois anos  após sua implementação ganhou uma segunda etapa, com alguns reajustes.  Entre as novidades da segunda fase do Minha Casa, Minha Vida, lançada em  junho do ano passado, estão a ampliação das faixas de renda familiar  nas áreas urbana e rural e uma maior ênfase nas obras de saneamento  básico nas áreas construídas.
“Essa flexibilidade não é usual em programas tão grandes e que envolvem tantos atores”, afirmou o representante da ONU-Habitat.
Erik Vittrup acrescentou que um dos principais desafios para a  definição de uma estratégia global para as próximas décadas é evitar o  desenvolvimento de programas habitacionais que construam guetos de  pobres que se contraponham aos condomínios de luxo.
“Isso já ficou provado que não é eficiente e seguro. As pessoas  precisam morar em locais onde elas possam ter por perto trabalho, acesso  aos serviços, como saúde, interação cultural e comercial. Essa  aglomeração de setores e de economias gera prosperidade local”,  explicou.
De acordo com o Ministério das Cidades, a segunda fase do Programa  Minha Casa, Minha Vida prevê a construção de 2 milhões de unidades  habitacionais com investimentos de R$ 125,7 bilhões entre 2011 e 2014.
Fonte: Agência Brasil
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