A informação vem da coluna da jornalista Sonia Racy, do Estadão, e dá conta de que o protótipo viria da China e seria adaptado às necessidades e regras brasileiras. A ideia seria reproduzir experiências copiar dos governos chinês e coreano, que apoiaram fortemente suas indústrias automobilísticas.
O apoio governamental, dizem especialistas, é essencial para uma empreitada do tipo. "Em qualquer lugar do mundo, a indústria automobilística, quando instalada, tem o apoio do governo, que não dá benefício de graça, mas financia", diz Luiz Carlos Mello, diretor do Centro de Estudos Automotivos. "O caso da China é diferente do resto do mundo ocidental, porque o governo é sócio, participa da gestão", completa.
Para o especialista, a notícia (ainda não confirmada pela Caoa ou o BNDES) vem em boa hora, porque encontra um pais preparado para a empreitada, diferente do Brasil dos anos 1960. Quando criou o Grupo Executivo da Indústria Automobilística (GEIA), em 1956, o então presidente Juscelino Kubitschek impulsionou o setor, mas questões conjunturais impediram que se constituísse uma indústria com raízes nacionais.
À época, o governo estava mais preocupado em instalar a indústria automobilística, e não se deu ao trabalho de estabelecer condicionantes para que, ao longo do tempo, fosse desenvolvida uma inteligência automotiva no pais. Sem as áreas de pesquisa e desenvolvimento, a indústria internacional acabou virando refém dos concorrentes estrangeiros.
Outra diferença dos anos 1960 para hoje é o papel adquirido pelo BNDES. "Naquela época, não havia os instrumentos que temos agora. Hoje, o BNDES participa do empreendimento", compara Mello. Uma montadora brasileira poderia alçar o Brasil de país meramente consumidor para exportador ao longo do desenvolvimento do projeto. Resta saber se a Caoa e o governo têm de fato interesse no projeto.
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