sábado, 24 de novembro de 2012

Palestinos apresentam queixa contra Israel à ONU por violação de trégua 24/11/2012

Opera Mundi

A OLP denunciou a morte de um jovem em um ataque fronteiriço, no qual também ficaram feridos outros 25 palestinos

A OLP (Organização para a Libertação da Palestina) apresentou uma queixa ao Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) para denunciar a violação por Israel da trégua que entrou em vigor em Gaza na quarta-feira, após oito dias de investida militar israelenses.
Efe

Manifestante participa de protesto em solidariedade à Faixa de Gaza em frente à Embaixada de Israel em Londres

A queixa, informa neste sábado (24/11) a OLP em comunicado, denuncia a morte de um jovem de 20 anos ontem em um ataque fronteiriço no qual também ficaram feridos outros 25 palestinos. O jovem participava de um protesto junto à cerca eletrônica que separa os territórios de Israel e Gaza, e segundo várias testemunhas foi atingido por tiros de soldados israelenses quando tentava pendurar uma bandeira palestina na cerca.

Um porta-voz militar israelense alegou que a vítima fazia parte de um grupo de cerca de 300 palestinos que tentavam derrubar a cerca em vários pontos do sul da faixa, e que foi atingido após ignorar os disparos de advertência para que não se aproximassem.

O governo do Hamas denunciou os fatos ao Egito, fiador do acordo de trégua, mas não pode fazê-lo oficialmente perante a ONU por não ser membro na organização internacional. Como os palestinos têm status de observadores na ONU através da OLP, seu embaixador, Riad Mansur, apresentou a queixa.

Brasil

O permanente clima de tensão no Oriente Médio preocupa o governo brasileiro, que considera fundamental a discussão do tema no âmbito das Nações Unidas, com respeito à posição da Liga Árabe. Nos últimos dias, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, conversou com o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Al Arabi, para obter informações e colocar-se à disposição. Patriota reiterou a preocupação com a violência na região, defendeu o diálogo e a criação do Estado da Palestina como caminhos para a solução da crise.

Paralelamente, o emissário do Brasil para o Oriente Médio mais a Turquia e o Irã, embaixador Cesário Melantonio Neto, disse que mantém conversas frequentes com o enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, e com os embaixadores brasileiros na região. O embaixador brasileiro e Brahimi se reunirão na próxima semana, em Nova York, para conversar sobre o tema.

“A preocupação é perene. O governo do Brasil acredita que o tema de fundo, envolvendo a tensão no Oriente Médio, está centrada na questão palestina. Para nós, a defesa de um Estado da Palestina faz parte da moral e ética do Brasil, pois, em 1948, quando foi criado o Estado de Israel, a sessão na ONU era presidida pelo brasileiro Oswaldo Aranha, e a questão foi muito bem colocada por nós à época”, disse Melantonio Neto.

Melantonio Neto destacou ainda que o governo brasileiro, por intermédio do Ministério das Relações Exteriores, está em alerta para ajudar os brasileiros que vivem nas áreas consideradas sob ameaça. Segundo ele, se um cidadão pedir ajuda ao governo, receberá. “É obrigação do governo prestar apoio”, disse.

Porém, o embaixador lembra que, na maioria dos casos, os brasileiros que estão no Oriente Médio mantêm laços afetivos ou negócios e, por isso, resistem em deixar os locais onde vivem, mesmo quando há um clima de tensão. “Respeitamos, mas nos mantemos em alerta, caso necessitem do nosso apoio”, disse Melantonio Neto.

* Com informações da Agência Efe e Agência Brasil

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