sábado, 15 de dezembro de 2012

Esquadrões da morte: mais sofisticados e globais 15/12/2012

Patria Latina 


Anna Malm* - Correspondente do Pátria Latina na Europa
Novos esquadrões da morte estão usando os chamados “drones” como armas de execuções barbáricas. 
Philip Giraldi [1] ressalta que o assunto não se discute, que não se fala nisso nos Estados Unidos. Pode-se então acrescentar que o assunto não se discute não só lá de onde partem como também não se discute no resto do mundo, onde os assassinatos de inocentes se multiplicam aos milhares.
Philip Giraldi aponta para o fato de que se espera que as especificações de alvos humanos para assassinatos premeditados – mais geralmente conhecidas como listas de morte estabelecidas pelas sentenças de morte decretadas pura e simplesmente pelo presidente dos Estados Unidos - deverão continuar por aí assim como que pelos próximos dez anos. [1]
Ressalta-se aqui que essas listas de pessoas a serem assassinadas não pressupõem nem tribunal, nem advogados e nem nenhum juiz. São decisões que poderíamos chamar de burocráticas. Pessoas que, ao que tudo indica, não mostram nem vestígios de qualquer capacidade – se ínfima - para tanto, preparam o material “jurídico” para as sentenças de morte.
O senhor presidente dos Estados Unidos, o que toma a decisão final de uma sentença de morte, poderia mostrar alguma qualificação por ser advogado, mas o material que lhe chega às mãos é um material deturpado por muitas e muitas mãos, maneiras de ser, ver e pensar, assim como de muita qualificação moral a ser discutida e avaliada.
Depois temos que sentenças de morte sendo estabelecidas e decretadas por uma só pessoa, não se viu nem mesmo no tempo da Inquisição Espanhola. Pode ser que na Roma de Nero isso lá pudesse acontecer, mas nos tempos modernos – sem uma situação de guerra declarada oficialmente – nem Stalin se atreveria a tanto. Ressalta-se então aqui que se trata de sentenças de morte abrangendo simplesmente o mundo inteiro e não só os cidadãos do próprio país executor.
Mas nos Estados Unidos de hoje isso não levanta nenhuma reação – nem violenta - nem popular – nem académica [1]
As listas de morte já não se restringem a Casa Branca e ao Conselho de Segurança Nacional, acrescenta Philip Giraldi. Essas listas de alvos especificados ou a serem especificados para assassinato premeditado, já agora também são manuseadas, tratadas e negociadas pelo Pentágono e pela Agencia Central de Inteligência dos Estados Unidos, ou seja, pela CIA. [1].
Já também não se precisa ser um doutor especializado em antropologia, sociologia ou ciências sociais para compreender que o risco para manipulações ou erros deve aumentar mais do que exponencialmente, ou seja, aumentará mais que proporcionalmente, aumentando então de muito, dado o número de muitos novos fatores agora a serem envolvidos no manejo das informações vindas de muitas diferentes fontes, diferentes circunstancias, e em diferentes períodos.
Philip Giraldi ressalta que não se trata aqui de algo acontecido por acaso ou de algo passageiro.  O resolver situações inerentemente políticas com assassinatos premeditados está tornando-se, na prática, a linha da política exterior e de defesa dos Estados Unidos. [1]
No contexto delineado acima precisa-se observar que há uma contradição básica no apresentado oficialmente pela administração dos Estados Unidos. Ao mesmo tempo em que há uma declaração de luta ao terrorismo, há uma prática de cooperação com terroristas da Al Qaeda, entre umas tantas outras organizações terroristas. Essa prática envolve financiamento, treino e fornecimento de armamentos aos terroristas para fins estratégicos e geopolíticos norte-americanos. Essa era a estratégia do General Petraeus no Iraque. [2]
A mesma estratégia estava, para quem quisesse observar, também a ser usada na Líbia. Na Síria essa estratégia então já reluz por si mesma, sendo até difícil de deixar de vê-la.
É muito importante compreender, para que se possa combate-la melhor, que a execução dos assassinatos faz-se através de “drones” carregados com um material bélico muito pesado e destrutivo.
Orientando os procedimentos estão o que os oficiais americanos veem e denominam como times especiais de operação – ou times de operações especiais. [1] –
Isso é então o que conhecemos como esquadrões da morte. São os esquadrões da morte, só que agora numa forma mais sofisticada tecnologicamente, assim também como com um maior raio de ação. Entretanto trata-se da mesma morte suja e injustificável sendo feita através de uma tecnologia mais sofisticada e com um alcance muito maior. Em realidade esses assassinatos são feitos dentro de um perímetro global. 
Hoje em dia os assassinatos pelos esquadrões da morte não se fazem com metralhadoras em terrenos baldios com os mortos sendo jogados em covas comuns, num rio que por ventura passe por perto, ou nas profundezas do mar por um helicóptero eventualmente disponível.
Que aqui não se cometam enganos pensando-se que serão só os que evidentemente agem como terroristas no Afeganistão, ou lugares similares, que em princípio cairão nas bases de dados dos americanos, onde umas quatro-cinco autoridades centrais e competentes tomam conta do assunto. Pode lá ser que sejam quatro ou cinco, e que ainda por cima sejam muito competentes.
Entretanto, essa atividade centralizada e competente divide-se em miríades de incontáveis ramos de atividade mais diversificada e generalizada, assim como por lá mais ou menos um milhão de divisões e subdivisões, tanto estatais como particulares.
A isso se soma então o esforço agregado de aliados como Inglaterra, Alemanha, França, dos países escandinavos, e de não sei lá mais quem, a mandar detalhes das nossas vidas quotidianas, pessoais e privadas, para uma base de dados dos Estados Unidos, para futuros agrupamentos em sociogramas. Lê-se teias, ou networks, de informação para uso político-militar em ocasião propícia.
Que se compreenda bem. O futuro chegou. Com um presidente americano reclamando a si mesmo o direito de estabelecer quem viverá ou não nesse mundo já chegamos ao fim da linha, e podemos afirmar - sem risco de estarmos enganados- que o inferno existe, e é
aqui.                                                                                    
O mundo entorpecido pela propaganda dirigida não compreende e não age. Mas tem-se que se agir e é depressa. Há dois pontos na situação dos Estados Unidos quanto ao uso dos drones como instrumento de assassinatos que deveriam ser examinados em fórum internacional competente. 
A comunidade internacional deveria exigir duas coisas essenciais, talvez muito diplomaticamente e talvez na ONU - já para não se exigir que se abram inquéritos de crimes de guerra em tribunais tipo Nuremberg. Essas exigências são:-
1)-  que se estipulem  regras jurídicas internacionais para o uso dos drones como armas de ataques assassinos, sendo que essas regras deveriam então definitivamente excluir o uso dos mesmos como instrumentos letais - fora de situações de guerra declarada.
 2)-  sendo que as listas dos alvos humanos, a serem assassinados através desses drones,  abrangem território internacional, e sendo que essas pessoas-alvos a serem assassinadas - lado a lado com seus familiares inocentes - encontram-se em diversos países,  temos que deveria que ser exigido pela comunidade internacional que o governo dos Estados Unidos explicasse aberta, clara e oficialmente, como as devidas evidencias jurídicas para as sentenças de morte se apresentaram, e por quais caminhos labirínticos os nomes colocados nas listas de morte dos Estados Unidos lá chegaram.
Negar-se a tanto com a desculpa de assuntos de segurança nacional não chega, porque isso seria colocar a segurança nacional dos Estados Unidos acima da segurança nacional da maioria dos países do globo, e isso uma comunidade internacional, digna do nome, não deveria aceitar.
Mas, há aqui um aspecto ainda muito mais crucial abaixo desse ponto – O aspecto crucial que se overpõe a tudo o mais aqui, é muito simplesmente que não há o que se discutir, uma vez que não se pode aceitar listas de morte sendo deliberadas por nenhum sr. Obama, Wilson ou Petratouros.   
Em resumo:
1) Estipular regras internacionais que proibam o uso de drones para ataques mortais fora de situações de guerra declarada.
2) Listas de morte não podem ser aceitas pela comunidade internacional. Aqui não se estipula nem mais um jota. É  só basta e nada mais.
REFERENCIAS E NOTAS:
[1]  Philip Giraldi, “Kill Lists Will Continue” , On November, 7, 2012  em  www.antiwar.com  -
Philip Giraldi trabalhou durante muitos anos como especialista de contra-terrorismo e como oficial da CIA em questões militares. Seus artigos encontra-se em     www.antiwar.com e
www.councilforthenationalinterest.org
[2] Prof. James Petras “Elite Intrigues and Military Purges: It’s Not About Sex, Stupid”  –
www.globalresearch.ca  
[3] Andrei Akulov, “UAV- Human and Legal Aspects” – www.strategic-culture.org
PARA UMA ABRANGENTE APRESENTAÇÃO A RESPEITO DOS ASPECTOS LETAIS- JURÍDICO- INTERNACIONAIS DOS CHAMADOS “DRONES” FAVOR VER O ARTIGO DE ANDREI AKULOV [3] - APRESENTADO NO SITE www.bahnhof.se/wb224120 - EM PORTUGUÊS- COM O TÍTULO “DRONES LETAIS ILEGAIS”. –
*Anna Malm – Licenciatura: Economia-Psicologia
Bacharelado: Ciência Política-Economia Nacional
Master’s Degree: Economics-Psychology
Bachelor’s Degree: Political Science- Macroeconomics

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