sábado, 1 de dezembro de 2012

PIB e produção industrial brasileira 01/12/2012

Por José Antônio Araújo
Comentário ao post "As contradições com o resultado do PIB"
Selecionei dois artigos sobre o assunto: o 1º do Márcio Pochman; o 2º, o do nosso comentarista Diogo Costa. São primorosos!!!
ECONOMIA - Pochmann: país sai da 'financeirização' para economia baseada na produção
Ex-presidente do Ipea afirma que expansão do PIB no terceiro trimestre, de 0,6%, é atenuada pela continuidade no processo de distribuição de renda, e vê país 'pavimentando' desenvolvimento sustentável
   país sai da 'financeirização' para economia baseada na produção
A indústria teve leve recuperação, puxada pelo setor de transformação, que cresceu 1,5% (Foto: Rodrigo Paiva / Folhapress)
São Paulo – Embora nos dois últimos anos o Brasil tenha tido desempenho aquém de suas possibilidades, o que preocupa do ponto de vista conjuntural, o economista Marcio Pochmann, ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), destaca as mudanças estruturais em curso no país e critica o que chama de falta de melhor entendimento em algumas análises. Ele observa que há uma transição, longa, de uma economia de “financeirização da riqueza” para uma economia mantida pelo investimento produtivo. “Passamos duas décadas (1980 e 1990) em que a economia não cresceu sustentada pelos investimentos produtivos, mas pela financeirização, juros altos, levando a um quadro de regressão social. Havia setores que viviam às custas do assalto ao Estado”, afirma. “Vai crescer pouco este ano, mas é um crescimento que permite reduzir a pobreza e a desigualdade de renda.”
Pochmann lembra de decisões tomadas no início do governo Lula, baseadas na visão de que o Brasil tinha uma economia com elevada capacidade ociosa. Com Dilma, “estamos pavimentando um caminho de desenvolvimento sustentável”, avalia o economia. “Só não vê quem não quer.” Ele cita fatores como o pré-sal, nacionalização de setores produtivos e a política de concessões, “que não têm nada a ver com as privatizações dos anos 1990”. E diz ver "grande sintonia entre as decisões cruciais de Lula e Dilma".
Ele lamenta que a comparação com outras economias não tenha sido feita naquele período, quando havia um ciclo de expansão mundial. “Em 1980, éramos a oitava economia e em 2000, a 13ª. Na segunda metade dos anos 1990, até o México ultrapassou o Brasil. E agora estamos caminhando para ser a quarta economia.”
O economista disse que gostaria de ver mais “ousadia” do governo, com, por exemplo, mais articulação com os demais países do continente, especialmente pensando na competição com a China. “O Brasil poderia ajudar a reorganizar esse espaço, a partir de políticas de caráter supranacional."
Ao acompanhar as projeções de 4% para o crescimento da economia em 2013, Pochmann não vê o país com problemas estruturais, mas em um momento de "desincompatibilização" entre decisões privadas e públicas. "As decisões de investimento não resultam imediatamente. O investimento requer decisões mais complexas, significa ampliar a capacidade de produção", afirma.
Ele vê Lula como um "estrategista", do ponto de vista da política de juros, que em seu governo teve redução gradual. Não adiantaria uma queda dramática, diz ele, se não houvesse alternativas de deslocamento dos recursos "financeirizados" para a produção, com o Estado criando condições para o investimento. Mudanças, sublinha, em uma nova realidade política, dentro da democracia e com uma nova maioria. "O investimento financeiro está perdendo para o investimento produtivo", reafirma Pochmann. "Estamos voltando a ter capacidade de fazer política macroeconômica e industrial."
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Diogo Costa publicou no grupo Amigos do Blog Luis Nassif Online
Diogo Costa1 de dezembro de 2012 01:36
A taxa de juros SELIC está em 7,25% ao ano.
Muitos dirão que este patamar ainda é elevado, porém, nunca é demais lembrar que Lula recebeu a SELIC em inacreditáveis 25% ao ano em janeiro de 2003. O Brasil está deslocando seus esforços, desde o governo Lula, para sair da armadilha neoliberal da financeirização da economia.

Essa financeirização é perniciosa pois concentra renda e aumenta o desemprego. A grande verdade é que o Brasil de Dilma segue e aprofunda as medidas iniciadas por Lula para tornar o país uma nação próspera, com distribuição de renda, pleno emprego, apoio ao setor produtivo em detrimento dos rentistas, etc. Esse processo iniciou tímidamente. Sabemos todos que até o crash de 15 de setembro de 2008, o mundo vivia a orgia neoliberal. Após o crash, o Brasil pulou na frente com Lula e suas medidas econômicas anti-cíclicas e agora navega com solidez rumo ao desenvolvimento sustentável.

Esse processo capitaneado pelo PT, verdadeira mudança nas placas tectônicas da sociedade brasileira, está longe de se exaurir e podem ter certeza, isso está incomodando muito os países centrais, mergulhados até o pescoço na crise econômica e ávidos por retornar aos velhos tempos de dinheiro fácil via juros estratosféricos nos países em desenvolvimento. Em 2014, mais uma vez, é isso que estará em jogo, se o Brasil seguirá seu rumo atual de desenvolvimento nacional com distribuição de renda e apoio à produção, ou se voltará a priorizar o setor financeiro aliado à interesses estranhos aos do desenvolvimento nacional.

Toda essa história da mídia venal, no que toca à denúncia diária de casos de corrupção (somente contra o PT), não passa de cortina de fumaça para escamotear os verdadeiros interesses que estão por trás desse discurso moralista, cínico e mistificador. Aqui em Pindorama, isso não é sequer original... Nos governos de Getúlio Vargas e de João Goulart a mídia venal da época denunciáva, dia sim e outro também, que o Brasil vivia num "mar de lama", que éramos "um povo honrado governado por ladrões", etc. Tudo isso é jogo de cena dos herdeiros da Casa Grande que sabotam desde sempre o interesse nacional brasileiro. São os velhos entreguistas da UDN que pretendem voltar hoje com nova roupagem.

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