sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Curiosidade: "Casamentos podem ser reformados no Afeganistão" 25/01/2013


Zuhal Sarhad





afeganistão, casamento

EPA

Um grupo de parlamentares afegãos elaborou um projeto-lei que visa tornar casamentos mais acessíveis para jovens afegãos. Assim, em vez de 4-5 mil convidados, propõe-se limitar seu número a 400 pessoas.

O documento prevê introduzir medidas administrativas e penais em relação aos donos de restaurantes, que aceitam pedidos de acolher procissões nupciais de milhares de pessoas.
Na opinião dos autores do documento, esta lei é necessária para abrir caminho à “vida conjugal” aos jovens afegãos quem devido a um custo desproporcional do casamento tradicional, são privados de fato desta possibilidade. Hoje, este acontecimento é celebrado durante vários dias consecutivos e o número de convidados chega a 5 mil pessoas. Em resultado, mesmo um afegão relativamente rico é obrigado a adiar o casamento por anos ou de contrair enormes dívidas que irá pagar também durante anos.
Esta lei é absolutamente necessária, disse à Voz da Rússia Nalibullah Faek, deputado do Parlamento do Afeganistão:
“Hoje, no Afeganistão é costume que um jovem se case após receber diploma de instrução superior ou chegar à maioridade. Mas na realidade este é um ideal dificilmente realizável. Nossos jovens devem trabalhar durante muitos anos, melhor no exterior, para acumular dinheiro para convidar um número enorme de pessoas. É possível emprestar dinheiro e depois devolvê-lo por parcelas, enfrentando a mesma situação desastrosa de muitos anos. Esta tradição já trasbordou a envergadura de problemas individuais, refletindo-se na sociedade e na economia. Como se evidencia, as brigas entre o marido e a mulher, que terminam às vezes com uma separação, são causadas principalmente por dívidas desmesuradas com que os recém-casados começam a vida conjunta. Por outro lado, estas dívidas não são investidas, por exemplo, na construção de uma nova casa, mas se gastam em vão”.
Para conhecer como os jovens irão reagir à semelhante proposta de parlamentares, o correspondente da Voz da Rússia telefonou a vários jovens e se convenceu de que eles estão a favor da nova lei. Fala Shaima Yakubi de Cabul:
“Hoje, no nosso país, muitos jovens deixam-se conduzir pela vontade de geração mais velha na organização de casamentos. Mas não precisamos de forma alguma destes milhares de convidados, muitos dos quais até não conhecemos. Nossos deputados tomaram uma decisão justa e razoável e, se a lei for aprovada, muitos problemas desaparecerão simplesmente. Mas não todos. Por exemplo, até hoje, sobretudo no campo, são os pais que escolhem os noivos e não eles mesmos. Este problema ainda existe”.
Nazifullah, habitante da província de Kuduz, falou que ganha 200 dólares por mês, enquanto o casamento mais modesto custa vinte mil dólares. Por esta causa ele não pode casar-se. “Esperamos muito que a lei seja aprovada ou, caso contrário, a juventude afegã irá deparar em breve com o problema da solidão”, diz Nazifullah.

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