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EPA
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Um grupo de parlamentares afegãos elaborou um projeto-lei que visa tornar casamentos mais acessíveis para jovens afegãos. Assim, em vez de 4-5 mil convidados, propõe-se limitar seu número a 400 pessoas.
O documento prevê introduzir
medidas administrativas e penais em relação aos donos de restaurantes,
que aceitam pedidos de acolher procissões nupciais de milhares de
pessoas.
Na opinião dos autores do documento, esta
lei é necessária para abrir caminho à “vida conjugal” aos jovens afegãos
quem devido a um custo desproporcional do casamento tradicional, são
privados de fato desta possibilidade. Hoje, este acontecimento é
celebrado durante vários dias consecutivos e o número de convidados
chega a 5 mil pessoas. Em resultado, mesmo um afegão relativamente rico é
obrigado a adiar o casamento por anos ou de contrair enormes dívidas
que irá pagar também durante anos.
Esta lei é absolutamente necessária, disse à Voz da Rússia Nalibullah Faek, deputado do Parlamento do Afeganistão:
“Hoje,
no Afeganistão é costume que um jovem se case após receber diploma de
instrução superior ou chegar à maioridade. Mas na realidade este é um
ideal dificilmente realizável. Nossos jovens devem trabalhar durante
muitos anos, melhor no exterior, para acumular dinheiro para convidar um
número enorme de pessoas. É possível emprestar dinheiro e depois
devolvê-lo por parcelas, enfrentando a mesma situação desastrosa de
muitos anos. Esta tradição já trasbordou a envergadura de problemas
individuais, refletindo-se na sociedade e na economia. Como se
evidencia, as brigas entre o marido e a mulher, que terminam às vezes
com uma separação, são causadas principalmente por dívidas desmesuradas
com que os recém-casados começam a vida conjunta. Por outro lado, estas
dívidas não são investidas, por exemplo, na construção de uma nova casa,
mas se gastam em vão”.
Para conhecer como os jovens
irão reagir à semelhante proposta de parlamentares, o correspondente da
Voz da Rússia telefonou a vários jovens e se convenceu de que eles estão
a favor da nova lei. Fala Shaima Yakubi de Cabul:
“Hoje,
no nosso país, muitos jovens deixam-se conduzir pela vontade de geração
mais velha na organização de casamentos. Mas não precisamos de forma
alguma destes milhares de convidados, muitos dos quais até não
conhecemos. Nossos deputados tomaram uma decisão justa e razoável e, se a
lei for aprovada, muitos problemas desaparecerão simplesmente. Mas não
todos. Por exemplo, até hoje, sobretudo no campo, são os pais que
escolhem os noivos e não eles mesmos. Este problema ainda existe”.
Nazifullah,
habitante da província de Kuduz, falou que ganha 200 dólares por mês,
enquanto o casamento mais modesto custa vinte mil dólares. Por esta
causa ele não pode casar-se. “Esperamos muito que a lei seja aprovada
ou, caso contrário, a juventude afegã irá deparar em breve com o
problema da solidão”, diz Nazifullah.
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