Do Estadão
Na pesquisa da PwC divulgada anualmente no Fórum Econômico em Davos, 
País só perde para a China e para os EUA; fórum começa nesta 
quarta-feira
FERNANDO DANTAS, ENVIADO ESPECIAL / DAVOS
Num mundo em que a confiança empresarial permanece combalida, o 
Brasil aparece como o terceiro mercado mais importante, depois dos 
Estados Unidos e da China, segundo pesquisa com 1.330 principais 
executivos de empresas em 68 países. A pesquisa, da empresa de 
consultoria e auditoria PricewaterhouseCoopers (PwC), é divulgada 
anualmente em Davos, um dia antes da abertura do Fórum Econômico 
Mundial, que começa hoje.
Numa pergunta em que os executivos listam os três principais mercados
 globais nos próximos 12 meses fora do seu país base, o Brasil foi 
mencionado por 15% deles, só perdendo da China, com 31%, e dos Estados 
Unidos, com 23%. O Brasil ficou na frente de países como Alemanha (12%),
 Reino Unido (6%) e Índia, 10%. No estudo, o Brasil é colocado no grupo 
de países cujo crescimento deve acelerar, com uma projeção da PwC de 
expansão média do PIB de 4% nos três anos a partir de 2013.
Segundo Dennis Nally, chairman da PwC International, apesar do baixo 
crescimento recente do Brasil, "os principais executivos se mantêm muito
 focados quando veem perspectivas de longo prazo". Entre as razões que 
sustentam o otimismo de médio e longo prazos no Brasil, Nally mencionou a
 boa demografia e a expansão da classe média.
Em relação ao mundo como um todo, porém, a pesquisa anual da PwC é 
menos animadora. Apenas 36% dos principais executivos consultados estão 
"muito confiantes" nas perspectivas de crescimento das suas empresas nos
 próximos 12 meses. Este número está abaixo dos 40% para a mesma 
resposta na pesquisa de 2012, mas ainda está acima dos níveis de 2009 e 
2010, de respectivamente 21% e 31%.
Em termos da economia, 28% dos executivos previram que ela vai 
declinar ainda mais em relação a 2012, 18% previram melhora e 52% 
acharam que vai continuar na mesma. Esses números denotam melhora em 
relação à pesquisa de 2012, quando 48% dos executivos previram que a 
economia global iria piorar.
Os executivos europeus foram os mais pessimistas em relação ao 
aumento do faturamento no curto prazo, seguidos dos americanos. Mesmo em
 relação à África, que hoje é vista como a próxima região de grande 
potencial de crescimento, houve queda de 2012 para 2013 no número de 
executivos que previram crescimento do faturamento, de 57% para 44%.
Dentre todas as regiões, a América Latina foi a única em que não 
houve queda da confiança (medida pela perspectiva dos empresários da 
região de aumento do faturamento em 2013) de 2012 para 2013, quando o 
índice atingiu 53%.
"A economia mundial parece relutante em se recuperar", disse Nally, 
sintetizando a mensagem da pesquisa. Isso, para ele, explica por que "a 
confiança de curto prazo dos executivos está numa montanha-russa".
Os países com maior nível de confiança empresarial de curto prazo (de
 empresas no próprio país) na pesquisa de 2013 foram a Rússia, com 66%, a
 Índia, com 63%, e o México, com 62%. O Brasil ficou com 44%, de 42% na 
pesquisa de 2012. A China, cuja economia cresce velozmente, mas está 
desacelerando (a previsão da PwC é de média de 7,3% nos próximos três 
anos), ficou com 40% no índice de confiança.
A pesquisa da PwC mostra que a principal preocupação dos executivos é
 com o crescimento econômico, mas no alto da lista consta também o papel
 dos governos, com muitas reclamações sobre excesso de regulação e de 
impostos e sobre a situação da dívida pública nos países ricos.
Outras preocupações, segundo Nally, são a carência de profissionais 
capacitados e o corte de custos. Segundo ele, 80% dos executivos 
reportaram ter dado passos para cortar custos nos últimos 12 meses e 
pensam em fazer o mesmo em 2013. Em termos de contratação, 45% pensam em
 aumentar o pessoal em 2013 (ante 51% na pesquisa de 2012), e 23% 
disseram que farão cortes. Os setores mais propensos a contratar são 
serviços empresariais, engenharia e construção, varejo e saúde, e os 
mais propensos a cortar são sistema bancário, metalurgia e papel.
Outras prioridades dos executivos foram o foco no cliente e 
investimentos em tecnologia. Há também preocupação com as tensões 
sociais, o que Nally associa às altas taxas de desemprego de jovens em 
vários países.
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