Redação do Site Inovação Tecnológica - 23/01/2013
A colagem mostra a riqueza de informações que instrumentos adequados
podem gerar - cada imagem dá informações sobre uma região ou um
comportamento específico do Sol.[Imagem: NASA/SDO/Goddard Space Flight
Center]
Um Sol, muitas personalidades
Você nunca poderá ver o Sol diretamente, porque isso danificaria irremediavelmente as células da sua retina.
Mesmo uma câmera comum, com um filtro apropriado, não lhe daria mais do que uma imagem do disco amarelo característico da nossa estrela, que poderá aparecer um pouco mais avermelhado se ele estiver baixo no horizonte - o caminho maior que a luz percorre na atmosfera terrestre faz com que ela perca seus componentes azuis.
Mas os sensores do telescópio SDO (Solar Dynamics Observatory, Observatório da Dinâmica Solar) podem ver a luz do Sol de inúmeras formas diferentes.
O Sol emite luz em uma gama muito ampla de comprimentos de onda, ou frequências, que incluem, além da luz visível, infravermelha, ultravioleta e até raios X, apenas para citar as frequências mais conhecidas.
Cada um desses comprimentos de onda nos dá informações diferentes sobre o funcionamento e o comportamento do Sol, permitindo avaliar com mais precisão seu impacto sobre a Terra e todo o Sistema Solar.
A equipe do SDO, que pertence à NASA, fez então uma colagem das diversas imagens que os diferentes sensores do observatório fazem do Sol, mostrando a riqueza de informações que instrumentos adequados podem gerar.
Por exemplo, a luz amarela característica do Sol é gerada por átomos com temperatura na faixa dos 5.700 ºC, o que representa o que está acontecendo na superfície da estrela.
Já a luz ultravioleta extrema é emitida por átomos a 6.300.000 ºC, um bom comprimento de onda para estudar as erupções solares - a temperatura na atmosfera solar atinge picos muitíssimo superiores à da sua superfície, um fenômeno para o qual os cientistas ainda não possuem boas explicações.
A colagem inclui ainda imagens geradas por outros instrumentos, que mostram informações sobre magnetismo e Doppler.
Olhares sobre o Sol
Algumas
das imagens usadas para compor o mosaico, todas feitas pelos
instrumentos do telescópio solar SDO. [Imagem: NASA/SDO/Goddard Space
Flight Center]
4.500: Mostra a superfície do sol, ou fotosfera.
1.700: Mostra a superfície do sol, juntamente como uma camada da atmosfera solar, chamada cromosfera, que fica logo acima da fotosfera e é onde a temperatura começa a aumentar.
1.600: Mostra uma mistura entre a fotosfera superior e a chamada região de transição, uma região entre a cromosfera e a camada mais superior da atmosfera solar, chamada corona. É na região de transição onde a temperatura sobe mais rapidamente.
304: Esta luz é emitida a partir da região de transição e da cromosfera.
171: Este comprimento de onda mostra a atmosfera do Sol, ou corona, quando ela está tranquila. Também mostra gigantescos arcos magnéticos, conhecidos como laços coronais.
193: Mostra uma região ligeiramente mais quente da corona, e também o material mais quente de uma labareda solar.
211: Este comprimento de onda mostra regiões magneticamente ativas e mais quentes na corona solar.
335: Este comprimento de onda também mostra regiões magneticamente ativas e quentes na corona.
94: Essa frequência destaca regiões da corona durante uma tempestade solar.
131: É nesta frequência que aparece o material mais quente durante uma erupção solar.
O Observatório da Dinâmica Solar (SDO) foi lançado em 2010, tendo como objetivo principal analisar o funcionamento do chamado dínamo solar, uma rede profunda de corrente de plasma que gera o campo magnético solar.
Mas os benefícios do telescópio estão indo muito além: seus instrumentos fotografam o Sol a cada 0,75 segundo e enviam de volta à Terra 1,5 terabyte de dados por dia.
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