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A África ocupará o lugar da China... Os recursos de mão-de-obra no “Império Celeste” estão prestes a serem esgotados. Este é um desafio sério a toda a economia moderna. Alguns analistas reputam que a salvação virá do continente africano que irá tornar-se uma nova fonte de mão-de-obra barata e, futuramente, o centro da produção mundial. Será assim mesmo?
A base do “milagre chinês” foi a
fusão de um sistema autoritário rígido com uma reserva enorme da
mão-de-obra barata. Mas quaisquer reservas não são infinitas. Jack
Goldstone, professor da Universidade de Jorge Maisson, Washington,
declarou no Fórum Gaidar-2013, realizado em Moscou, que dentro de alguns
anos o crescimento da mão-de-obra chinesa vai ceder lugar à recessão
devido ao envelhecimento geral da população. Isto quer dizer que os
modelos econômico e social dos últimos trinta anos estarão ameaçados. O
professor americano reputa que as áreas de produção asiáticas devem
deslocar-se gradualmente para a África.
Tanto os
economistas, como os especialistas em estudos orientais estão de acordo
de que o recurso básico da China será esgotado em breve. Eis a opinião
de Andrei Ostrovski, vice-diretor do Instituto do Extremo Oriente junto
da Academia de Ciências Russa.
"Com efeito, a
mão-de-obra chinesa torna-se cada vez mais cara e dentro de uns dez anos
o seu preço será comparável ao respectivo parâmetro de Taiwan,
Hong-kong, Coréia e Japão. O nível salarial irá subir substancialmente
todos os anos. O problema está ligado basicamente ao fato de que a
partir de 2016 vai diminuir a cota economicamente ativa na população da
China. Por isso, irá crescer o custo da mão-de-obra. Além disso, irá
exercer a sua influência a elevação da qualificação dos quadros."
Ao
mesmo tempo, os peritos encaram com ceticismo a tese a respeito do
futuro papel da África. Eis a opinião de Ruslan Grinberg, diretor do
Instituto de Economia junto da Academia de Ciências Russa.
"Quanto
à idéia de que depois do preço da mão-de-obra na China atingir o nível
europeu toda a produção vai passar para a África, esta idéia é
totalmente exótica. Na África não existem condições necessárias e é
pouco provável que a produção seja transferida para este continente.
Falta também a respectiva infra-estrutura. A sua edificação é toda uma
epopéia. Neste caso deve existir a força de vontade do Partido
Comunista, o que se deu na China. Ou a exemplo do Partido Comunista, na
Coréia. Creio que no caso da África isto não dará certo."
Com
efeito, os investimentos afluem para os países do Continente Negro.
Todavia o perito em estudos orientais Andrei Ostrovski constata que
tanto os EUA, como a China, investem nos ativos relativos à
matéria-prima, de que necessitam para o desenvolvimento da produção nos
seus próprios territórios.
Mas a questão básica não é a África. O trabalho mal pago tornou-se uma das causas da crise econômica.
O
trabalho barato não somente freia as tecnologias, mas também
intensifica a desigualdade social. Aliás, Ruslan Grinberg ressalta que
jamais faltam as produções que requerem o trabalho braçal.
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