terça-feira, 5 de março de 2013

Ideologia dos BRICS deve ser a justiça na economia mundial 05/03/2013

Voz da Rússia






brics

© Colagem: Voz da Rússia

Nesta semana em Moscou tem lugar um encontro consultivo internacional sobre as perspectivas de desenvolvimento dos países-membros do grupo BRICS e a participação das instituições da sociedade civil dos novos Estados emergentes.

Semelhantes encontros remontam ao primeiro fórum das organizações que lutam pela paz, realizada com a participação da Rússia, China e Índia em 2009, em Pequim. O encontro de hoje conta com a presença não somente dos países-membros do grupo BRICS, mas também de representantes de 19 países da Ásia, América Latina e Próximo Oriente.
Representantes das organizações de defesa da paz dos vários países participaram da conferência de imprensa. Os participantes apoiaram na íntegra a ideia dos dirigentes deste grupo de países de lutar pela diminuição gradual do papel do dólar e do euro na qualidade de moedas mundiais e pela criação de um banco especial do grupo BRICS. Falou-se também do papel decisivo da juventude na formação do futuro dos países que participaram deste foro e da necessidade de trabalhar com a juventude. Quanto às questões ideológicas, que também foram discutidas no decurso da coletiva de imprensa, eis a resposta de Maria do Socorro Gomes Coelho, presidente do Conselho Mundial da Paz.
"Quanto à ideologia do grupo BRICS, - uma associação de diversos países, com diversas culturas, mas com dificuldades comuns, creio que as ideias básicas devem ser, em primeiro lugar, a justiça. Isto é, cada país deve ter direitos e obrigações iguais no quadro da comunidade mundial e, em primeiro lugar, na economia mundial. Quanto ao segundo momento ideológico, na minha opinião, deve ser o princípio da soberania, isto é, o direito de cada país de seguir a sua própria via. A base da criação do BRICS foi a ideia de uma aliança ou uma comunidade capaz de resistir a ameaças e responder aos desafios da atualidade."
Os participantes da coletiva de imprensa comentaram também o problema de desarmamento nuclear e de não proliferação de armas nucleares no mundo.
"Quanto à esfera de não proliferação de armas nucleares, devemos evitar a situação em que será proibida também a utilização pacífica do átomo. É preciso traçar uma divisória bem clara entre as armas nucleares e as tecnologias nucleares pacíficas. É preciso também utilizar o regime de não proliferação das armas nucleares próprias e das tecnologias da sua criação mas proporcionar a outros países a possibilidade de utilizar as tecnologias nucleares para fim pacíficos – na medicina, na indústria de geração e distribuição de energia, etc.
Concluída a conferência de imprensa, o nosso representante conseguiu fazer uma pergunta à representante do Brasil a respeito da sua posição no tocante à atual situação na esfera de ecologia.
“Para as organizações que lutam pela paz, especialmente, para as organizações brasileiras, é muito importante a consecução da coexistência pacífica com o meio- ambiente. No entanto, estamos contra a hipocrisia da chamada economia verde. Hoje, as maiores economias do mundo, que já esgotaram os seus próprios recursos e causaram um prejuízo suficiente ao meio ambiente, impõem restrições aos países emergentes, camuflando-se com slogans verdes. Por isso, somos a favor do desenvolvimento equilibrado, - a favor do desenvolvimento em harmonia com a natureza, desenvolvimento que tenha em vista também as futuras gerações. Somos a favor do desenvolvimento que nos permita conseguir um progresso maior e preservar o meio ambiente de maneira que os nossos descendentes também possam viver nele”.
O presidente da Federação da Paz e da Concórdia Viktor Karmichanov, que representou a Rússia, declarou que a informação obtida no encontro será entregue para debate aos participantes da cúpula do BRICS, a realizar em fins de março em Durban.

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