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Nesta semana em Moscou tem lugar um encontro consultivo internacional sobre as perspectivas de desenvolvimento dos países-membros do grupo BRICS e a participação das instituições da sociedade civil dos novos Estados emergentes.
Semelhantes encontros remontam ao
primeiro fórum das organizações que lutam pela paz, realizada com a
participação da Rússia, China e Índia em 2009, em Pequim. O encontro de
hoje conta com a presença não somente dos países-membros do grupo BRICS,
mas também de representantes de 19 países da Ásia, América Latina e
Próximo Oriente.
Representantes das organizações de
defesa da paz dos vários países participaram da conferência de imprensa.
Os participantes apoiaram na íntegra a ideia dos dirigentes deste grupo
de países de lutar pela diminuição gradual do papel do dólar e do euro
na qualidade de moedas mundiais e pela criação de um banco especial do
grupo BRICS. Falou-se também do papel decisivo da juventude na formação
do futuro dos países que participaram deste foro e da necessidade de
trabalhar com a juventude. Quanto às questões ideológicas, que também
foram discutidas no decurso da coletiva de imprensa, eis a resposta de
Maria do Socorro Gomes Coelho, presidente do Conselho Mundial da Paz.
"Quanto
à ideologia do grupo BRICS, - uma associação de diversos países, com
diversas culturas, mas com dificuldades comuns, creio que as ideias
básicas devem ser, em primeiro lugar, a justiça. Isto é, cada país deve
ter direitos e obrigações iguais no quadro da comunidade mundial e, em
primeiro lugar, na economia mundial. Quanto ao segundo momento
ideológico, na minha opinião, deve ser o princípio da soberania, isto é,
o direito de cada país de seguir a sua própria via. A base da criação
do BRICS foi a ideia de uma aliança ou uma comunidade capaz de resistir a
ameaças e responder aos desafios da atualidade."
Os
participantes da coletiva de imprensa comentaram também o problema de
desarmamento nuclear e de não proliferação de armas nucleares no mundo.
"Quanto
à esfera de não proliferação de armas nucleares, devemos evitar a
situação em que será proibida também a utilização pacífica do átomo. É
preciso traçar uma divisória bem clara entre as armas nucleares e as
tecnologias nucleares pacíficas. É preciso também utilizar o regime de
não proliferação das armas nucleares próprias e das tecnologias da sua
criação mas proporcionar a outros países a possibilidade de utilizar as
tecnologias nucleares para fim pacíficos – na medicina, na indústria de
geração e distribuição de energia, etc.
Concluída a
conferência de imprensa, o nosso representante conseguiu fazer uma
pergunta à representante do Brasil a respeito da sua posição no tocante à
atual situação na esfera de ecologia.
“Para as
organizações que lutam pela paz, especialmente, para as organizações
brasileiras, é muito importante a consecução da coexistência pacífica
com o meio- ambiente. No entanto, estamos contra a hipocrisia da chamada
economia verde. Hoje, as maiores economias do mundo, que já esgotaram
os seus próprios recursos e causaram um prejuízo suficiente ao meio
ambiente, impõem restrições aos países emergentes, camuflando-se com
slogans verdes. Por isso, somos a favor do desenvolvimento equilibrado, -
a favor do desenvolvimento em harmonia com a natureza, desenvolvimento
que tenha em vista também as futuras gerações. Somos a favor do
desenvolvimento que nos permita conseguir um progresso maior e preservar
o meio ambiente de maneira que os nossos descendentes também possam
viver nele”.
O presidente da Federação da Paz e da
Concórdia Viktor Karmichanov, que representou a Rússia, declarou que a
informação obtida no encontro será entregue para debate aos
participantes da cúpula do BRICS, a realizar em fins de março em Durban.
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