Uma fala da presidente Dilma Rousseff, 
sobre crescimento e inflação, desencadeou mais uma onda de críticas à 
política econômica, como se o Brasil sacrificasse a estabilidade de 
preços em nome de níveis de emprego maiores; do novo ataque 
especulativo, fazem parte economistas, como Alexandre Schwartsman e Ilan
 Goldfajn, e jornalistas, como Merval Pereira e Eliane Cantanhêde; 
ocorre que a missão do Federal Reserve, banco central americano, traduz 
exatamente o que a presidente Dilma falou: antes mesmo da estabilidade, 
vem o emprego, como meta central
247 - Dias atrás, dois economistas 
ligados ao sistema financeiro, Ilan Goldfajn, do Itaú Unibanco, e 
Alexandre Schwartsman, ex-Santander, renovaram suas críticas à política 
econômica do governo Dilma Rousseff e foram explícitos em seu 
receituário. Para conter a alta de preços, pregaram como remédio de 
política econômica que o governo incentivasse demissões na economia. Por
 mais que pareça incompreensível, é a pura verdade (leia mais aqui).
Foi a esse tipo de crítica e, provavelmente, a esses dois 
economistas que a presidente Dilma Rousseff falou ontem, na África do 
Sul, ao comentar a dicotomia entre emprego e inflação. "Não concordo com
 políticas de combate à inflação que olhem a redução do crescimento 
econômico", afirmou. "Esse receituário quer matar o doente em vez de 
curar a doença".
Instantaneamente, grandes bancos dispararam ordens para 
apostar na queda dos juros futuros, num movimento que pareceu ser 
coordenado. E foi isso que levou a presidente Dilma, no Blog do 
Planalto, a enfatizar seu compromisso com o combate à inflação.
O movimento presidencial deflagrou uma nova rodada de 
críticas à política econômica. Colunistas políticos, agora especialistas
 em economia, como Merval Pereira, do Globo, e Eliane Cantanhêde, da 
Folha, criticam o suposto descaso da presidente Dilma com a inflação.
Ocorre, no entanto, que a presidente não falou 
absolutamente nada que seja exótico ou mesmo surpreendente. Sua fala 
traduz uma mensagem que está expressa na missão do Federal Reserve, o 
banco central dos Estados Unidos. Lá, o emprego vem antes da 
estabilidade e a missão principal do Fed é "conduzir a política 
monetária, influenciando as condições monetárias e de crédito na 
economia, em busca do maior nível de emprego, de preços estáveis e de 
taxas de juros moderadas no longo prazo". Ou seja, nos Estados Unidos, 
economistas com uma visão de mundo semelhante às de Schwartsman ou 
Goldfajn, não teriam sucesso, nem pautariam editoriais na chamada grande
 imprensa. Emprego baixo e juros na lua não têm Ibope no mundo 
civilizado.
Abaixo, em inglês, a missão do Fed: 
The
 Federal Reserve System is the central bank of the United States. It was
 founded by Congress in 1913 to provide the nation with a safer, more 
flexible, and more stable monetary and financial system. Over the years,
 its role in banking and the economy has expanded.
Today, the Federal Reserve's duties fall into four general areas:
- conducting the nation's monetary policy by influencing the monetary and credit conditions in the economy in pursuit of maximum employment, stable prices, and moderate long-term interest rates
 - supervising and regulating banking institutions to ensure the safety and soundness of the nation's banking and financial system and to protect the credit rights of consumers
 - maintaining the stability of the financial system and containing systemic risk that may arise in financial markets
 - providing financial services to depository institutions, the U.S. government, and foreign official institutions, including playing a major role in operating the nation's payments system
 
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