A informação, publicada na coluna Radar On-Line, de Veja, só atesta que a relação dos dois não é nada além de distante. Marin, que como deputado estadual por São Paulo na década de 70 foi um ferrenho defensor do regime militar, não é visto com bons olhos por Dilma, que foi presa e torturada durante a ditadura. Os dois nunca tiveram um encontro desde que ele assumiu o cargo, em março do ano passado, e desta vez, os áudios divulgados na internet que revelam críticas do dirigente contra o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, certamente foram o estopim para sua moral.
Novo inimigo
Como se já não bastassem os protestos que pedem sua saída da Confederação, Marin ganhou agora mais um inimigo de peso. O presidente da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro, Wadih Damous, cobrou sua renúncia, fazendo coro à versão de que ele contribuiu para a prisão do jornalista Vladimir Herzog, que foi torturado e acabou sendo morto no período da ditadura.
"Marin foi um fiel servidor dos militares na ditadura e, pelo que se diz, também delator. Com essas credenciais, não pode continuar no cargo de presidente da CBF", afirmou Damous, segundo o jornalista Felipe Patury, de Época. A acusação ganhou uma petição na internet do filho do jornalista, Ivo Herzog, pedindo para que a CBF não seja presidida por um apoiador do regime militar enquanto o Brasil sedia os maiores eventos de futebol mundiais, a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, em 2013 e 2014.
O abaixo-assinado já reuniu quase 55 mil nomes, superando a meta proposta inicialmente, de 50 mil. Entre os assinantes estão artistas e parlamentares como Chico Buarque, Ana de Hollanda, Chico Alencar, Ivan Valente e Marcelo Freixo. Marin também pode passar ser convocado a prestar depoimento à Comissão Nacional da Verdade para esclarecer suas posições. Afinal, como escreveu Zuenir Ventura, seria irônico um admirador do torturador Sérgio Paranhos dirigir a CBF num país presidido por quem já foi torturada.
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