Os árabes dizem que a construção de assentamentos israelenses em terras capturadas na guerra de 1967, incluindo Jerusalém Oriental, torna inviável uma solução com dois Estados, como defendem os Estados Unidos.
O emir do Catar, xeique Hamad bin Khalifa Al-Thani, disse que seu país vai contribuir com 250 milhões de dólares para o fundo, proposto por ele no seu discurso de abertura de uma cúpula árabe em Doha.
"A cúpula ... propõe o estabelecimento de um fundo para apoiar Jerusalém no valor de 1 bilhão de dólares a fim de financiar projetos e programas que mantenham o caráter árabe e islâmico da cidade e que reforcem a disposição do seu povo", disse a proposta de resolução.
O Banco Islâmico de Desenvolvimento, com sede na Arábia Saudita, irá gerir o fundo, segundo o texto preliminar.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, saudou a criação do fundo e pediu que outros Estados árabes contribuam.
"A ocupação israelense está trabalhando de forma sistemática e apressada para judaizar Jerusalém Oriental, alterar suas características e erradicar os habitantes palestinos, atacando a mesquita de Al-Aqsa e seus locais sagrados muçulmanos e cristãos", disse Abbas em discurso à cúpula.
O porta-voz da chancelaria israelense, Yigal Palmor, afirmou que a iniciativa é um "distintivo de vergonha" para o Catar.
"Objetar à 'judaização de Jerusalém', digamos assim, é absurdo e equiparável a uma objeção à natureza católica do Vaticano ou à islamização de Meca, é naturalmente impensável", disse Palmor.
Citando laços judaicos bíblicos, Israel anexou em 1980 a parte oriental de Jerusalém e arredores, sem reconhecimento internacional. O destino da cidade foi um dos pontos de maior divergência em processos de paz entre palestinos e israelenses no passado.
O emir do Catar não explicou se as verbas do fundo árabe serão canalizadas para a Autoridade Palestina, que controla partes da Cisjordânia ocupada, mas nada de Jerusalém.
Cerca de 200 mil israelenses vivem na parte árabe de Jerusalém, sendo mais de mil na Cidade Velha e arredores.
(Por Sami Aboudi e Noah Browning, em Ramallah; com reportagem adicional de Maayan Lubell, em Jerusalém)
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