Diário do Centro do Mundo
O PSDB respira por aparelhos em São Paulo
Paulo Nogueira
O dado mais relevante da última pesquisa do Datafolha é o que mostra
que apenas 8% dos paulistanos simpatizam hoje com os tucanos.
Um foi ganhar dinheiro com palestras, o outro destruiu o partido em seu principal reduto
Passou relativamente em branco o dado mais importante da pesquisa feita pelo Datafolha para comemorar os seus trinta anos.
O foco do noticiário foi para a surpreendente escolha pelos
paulistanos de Marta Suplicy como o melhor prefeito da cidade nas
últimas três décadas. (Isso pode fortalecer Marta para uma eventual
candidatura ao governo.)
Mas o dado mais relevante é um que diz respeito ao partido que
dominou a cena paulista e paulistana nos últimos vinte anos: o PSDB.
Apenas 8% dos ouvidos pelo Datafolha disseram ter preferência pelo PSDB. O PT foi a escolha de 28%.
Isso quer dizer o seguinte: o PSDB respira por aparelhos em São Paulo.
É o que pode ser chamado de herança maldita de Serra.
Serra não foi apenas um prefeito incompetente, incapaz de sequer
proteger as árvores da cidade de tombarem a qualquer chuva e de inibir a
proliferação de pernilongos.
Ele foi também um tratante comprovado: prometeu que ficaria no cargo
aos paulistanos nas eleições e depois, sem pudor, esqueceu o que disse.
E deixou em seu lugar um administrador ainda mais inepto que ele, Kassab, sob o qual qualquer chuva podia virar uma enchente.
Os paulistanos não são tão bobos assim.
Ficaram indignados com o papelão de Serra, e isso se reflete nos raquíticos 8%.
Onde estava FHC enquanto Serra destruía o PSDB na terra em que sua supremacia parecia inexpugnável?
Fazendo palestras, palestras e palestras de cachês na casa dos 200 mil reais.
Aos 81 anos, FHC acumulou um patrimônio considerável pós-presidência, mas dificilmente irá leva-lo para a próxima vida.
E, enquanto gerava muito mais moedas do que seria necessário a um
homem já bem entrado em anos, deixou que Serra transformasse o PSDB num
partido semimorto.
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