O ex-presidente do Supremo, Carlos Velloso, chamou de disparate a ideia de uma constituinte exclusiva, cuja convocação seria decidida por plebiscito.
Curioso é que ele nunca hesitou em legislar no STF, sem voto nenhum.
Há previsão constitucional do plebiscito, mas é fora de dúvida que a questão vai acabar sendo decidida no Supremo. E ficará a ele a decisão de permitir ou não que o povo exerça sua soberania.
O homem do chapeuzinho, Reinaldo Azevedo, já disse que a “ torção à esquerda do processo político”.
Taí… Vamos lá na rua, meter fogo em tocha e sapatear sobre o Congresso. É um convite e tanto para um “by pass” no Parlamento , sob aplauso de muita gente que deveria estar pedindo para aquela gente descer de lá.
E tome pau no financiamento público de campanhas e na possibilidade – fantasmagórica – que que o controle da mídia esteja embutido na reforma política.
A mídia também vai ficar numa sinuca de bico.
Se a “classe política” é imprestável, se o Congresso perdeu legitimidade, se o povo tem razão em dizer que “eles não nos representam”, como ficar contra o direito do povo de escolher representantes para mudar as leis de organização política que nos levaram a este quadro de esvaziamento das instituições?
É curioso: todos são contra os privilégios. Os dos outros, claro, não os seus próprios privilégios.
Quer dizer que o povo pode pedir mudança nas ruas, mas não pode pedir nas urnas?
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