Alvo preferencial das manifestações que tomaram o País em junho, governador de São Paulo tem agora um novo problema para resolver: esclarecer o envolvimento de seu governo numa denúncia de cartel em licitações do Metrô e trens metropolitanos no Estado; Geraldo Alckmin (PSDB) reuniu, ontem à noite, o chamado núcleo político de seu governo para avaliar o cenário eleitoral de 2014; pesquisas serão feitas em várias regiões a fim de apurar prejuízo dos atos; tucano teme novo protesto contra desvios no transporte, marcado para o dia 14
Na noite deste domingo, o governador se reuniu com o chamado núcleo político de seu governo, no Palácio dos Bandeirantes, para avaliar o cenário eleitoral do próximo ano. O governo encomendou pesquisas, em diferentes regiões do Estado, para apurar qual foi exatamente o prejuízo tido com as manifestações. O objetivo é quantificar as perdas obtidas contra a figura de Alckmin e como isso pode refletir em 2014.
O Movimento Passe Livre, que deu início aos protestos, programa para o dia 14 uma grande manifestação, agora contra o chamado propinoduto tucano no transporte paulista, ato que está provocando grande temor em Alckmin. A tese dos jovens ativistas é que, se não houvesse desvios nas obras do Metrô, as tarifas do transporte público seriam muito mais baratas em São Paulo. Ontem, um grupo de cerca de 20 manifestantes continuava acampado, desde a madrugada de sábado, na sede do governo, onde mora o governador, pedindo, entre outras reivindicações, uma CPI na Assembleia Legislativa para apurar o esquema.
Reação do governo
Neste final de semana, Alckmin decidiu sair da defensiva para blindar seu governo às vésperas da campanha de sua reeleição. Como fez seu secretário-chefe da Casa Civil, Edson Aparecido, na última sexta-feira, o governador colocou a culpa no Cade, órgão regulador da concorrência de mercado, que, segundo ele, não estaria dando acesso aos documentos sobre o caso e promovendo um "vazamento de informações por baixo do pano". "O vazamento está causando prejuízos às pessoas e enxovalhando até um homem de honra como o Mário Covas", disse.
O problema (para Alckmin) é que a denúncia não vem do Cade, mas da Siemens, empresa que diz fazer parte do esquema e que já revelou que havia conhecimento e até aval de governos tucanos no Estado para a concretização do esquema, além de pagamento de propina a políticos do PSDB. Mesmo que Alckmin consiga provar que não sabia do esquema, portanto, terá que trabalhar duro para retirar seu nome do caso.
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