terça-feira, 24 de setembro de 2013

Além de espionagem, Dilma destaca na ONU conquistas sociais brasileiras na última década 24/09/2013


Presidente brasileira criticou "imobilismo" do Conselho de Segurança e pediu reforma também no FMI
Ao abrir a 68ª Assembleia Geral das Nações Unidas, nesta terça-feira (24/09), a presidente Dilma Rousseff fez um discurso que teve como focos principais o repúdio à espionagem norte-americana e a valorização das conquistas do Brasil nos últimos dez anos.

Agência Efe

Dilma Rousseff falou por 22 minutos em Nova York, nesta terça-feira


Como era de se esperar, a primeira parte da fala de Dilma foi voltada para criticar os grampos dos Estados Unidos, que “ferem o direito internacional e afrontam os princípios que regem as relações entre nações amigas”.

Assim como já havia feito na Cúpula do Mercosul, realizada em julho na cidade de Montevidéu, a chefe de Estado brasileira não aceitou a justificativa do governo de Barack Obama de que a espionagem tem importância para o combate ao terrorismo. “O Brasil sabe proteger-se e não dá abrigo a grupos terroristas”, argumentou a petista. Ela ainda lembrou que a “situação foi ainda mais grave” no caso do Brasil, pois representações diplomáticas e comunicações da Presidência sofreram interceptações inegáveis e injustificáveis.



Depois de tecer fortes críticas a Washington, Dilma reiterou que o Brasil apresentará à ONU propostas de governança que regulem a internet, com o objetivo de poder explorar todo o potencial desse meio de comunicação, sem que sejam violadas as liberdades dos cidadãos, e garantindo a "neutralidade da rede".

A partir daí, a presidente elencou uma série de conquistas que o governo brasileiro alcançou nos últimos dez anos: redução da mortalidade infantil e da desigualdade social, aumento maciço dos investimentos em educação, entre outros. 

Tais argumentos introduziram a fala da presidente sobre os protestos que ocorreram em junho no país. Na ONU, ela lembrou dos cinco pactos sugeridos pelo governo como resposta às mobilizações e repetiu o que tem dito no Brasil.

“Ao promover a ascensão social, como estamos fazendo, criamos contingente de cidadãos mais conscientes de seus direitos. As manifestação de junho em meu país são parte indissociável de nossa construção de democracia. Meu governo ouviu e compreendeu a voz das ruas. A rua é nosso chão, a nossa base. Os manifestantes não pediram a volta do passado, mas sim um avanço. Democracia gera mais desejo por democracia. Qualidade de vida pede mais qualidade de vida. Não basta ouvir, é necessário fazer.”

Princípios lulistas

No restante do discurso, Dilma repetiu o que havia feito em 2012 e tentou se aproximar novamente da diplomacia executadas durante o governo Lula (2003-2010). O tema mais importante foi a defesa da reforma do Conselho de Segurança da ONU, que a brasileira classificou como “urgente”.

Leia mais: Brasil muda estratégia por vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU

Ao analisar as dificuldades de chegar a uma solução nos conflitos da Síria e de Israel e Palestina, Dilma argumentou: “A recorrente polarização gera imobilismo perigoso. Somente a ampliação do número de membros e a inclusão de países em desenvolvimento poderá sanar o déficit de representatividade do Conselho de Segurança da ONU.”

Por fim, a presidente ainda reiterou que a direção do FMI (Fundo Monetário Internacional) deverá ser reestruturada o quanto antes, “para refletir o peso dos emergentes”.

No esperado discurso anual de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, Dilma cumpriu com as expectativas no que se refere à espionagem dos Estados Unidos. Mas surpreendeu o destaque dado a temas internos do Brasil. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário