Aprovada criação do Grupo Parlamentar Brasil-Venezuela 31/10/2013


O Senado aprovou, na noite desta quarta-feira (30), o projeto de resolução que cria o Grupo Parlamentar Brasil-Venezuela. O projeto segue para promulgação. De acordo com o projeto, o grupo será "um serviço de cooperação interparlamentar” e quaisquer senadores e deputados federais poderão a ele aderir. Os parlamentares integrantes ficarão responsáveis pela elaboração e aprovação do estatuto do grupo.


Na justificação, o autor do projeto, senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), informa que o grupo deverá estudar, discutir, analisar, propor e buscar medidas adequadas para o estreitamento dos laços comerciais, culturais, sociais e de recursos energéticos entre Brasil e Venezuela.

“O intercâmbio que poderá advir da criação do Grupo Parlamentar contribuirá para o crescimento econômico com equidade, como via para se alcançar sociedades mais justas, com a garantia de acesso a uma vida digna à totalidade da população desses países”, diz Mozarildo.

De forma não oficial, um grupo parlamentar Brasil-Venezuela foi lançado em 2007 e relançado em 2011. O projeto aprovado oficializa de maneira definitiva o grupo.

Da Redação em Brasília
Com Agência Senado

Ativista brasileira do Greenpeace é oficialmente acusada de vandalismo na Rússia 31/10/2013



Carolina Sarres
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A brasileira ativista do Greenpeace Ana Paula Maciel, 31 anos foi oficialmente comunicada hoje (31) pela Justiça russa da acusação de vandalismo pelos atos de protesto dos quais participou em uma plataforma petrolífera no país. A ativista está detida na Rússia há cerca de dois meses. A audiência paracomunicar a acusação era para ter ocorrido ontem (30), mas houve um adiamento. Ainda não há informação sobre quais ações serão tomadas pelos advogados de defesa.

Na semana passada, a Justiça da Rússia informou que as acusações aos ativistas seriam amenizadas - de pirataria para vandalismo. O ato, porém, não havia sido oficializado. Os 30 ativistas envolvidos estão sendo convocados, um a um, para serem comunicados sobre a nova acusação.

De acordo com a legislação da Rússia, a alteração significa redução das penas que poderão ser aplicadas, se eles forem condenados. No caso de vandalismo, a pena pode chegar a sete anos de reclusão. Se fossem acusados e condenados por pirataria, poderiam pegar até 15 anos de prisão. O Greenpeace, que tem participado da defesa dos ativistas, rechaçou as novas acusações e informou que irá recorrer.

Segundo a organização, a oficialização da acusação de vandalismo não retira automaticamente a acusação de pirataria. Espera-se que, em breve, a Justiça russa oficialize, também, a retirada dessa acusação. Na semana passada, o pedido de fiança de Ana Paula Maciel, assim como dos outros detidos, foi negado pela Justiça do país.

Os ativistas do Greenpeace foram detidos no Ártico quando faziam um protesto em um barco de bandeira holandesa, em águas internacionais. Todos os participantes do movimento tiveram prisão preventiva decretada até 24 de novembro. Quando o prazo expirar, nova prisão preventiva poderá ser decretada, os detidos poderão ser soltos para responder o processo em liberdade ou o caso poderá ser julgado até a data.



Edição: Carolina Pimentel

Haddad diz que esquema de corrupção pode ter mais envolvidos 31/10/2013

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O prefeito Fernando Haddad disse hoje (31) que a fraude no recolhimento do Imposto Sobre Serviços foi descoberta por meio de um inédito cruzamento de dados de todos os servidores da prefeitura, combinando o que é declarado com o que de fato ele possui. “Foi a partir do cruzamento que descobrimos a quadrilha, que está encarcerada e prestando depoimento para que saibamos se há mais pessoas envolvidas”, disse.

Quatro funcionários da Subsecretaria da Receita da prefeitura de São Paulo foram presos, acusados de desvio de R$ 200 milhões nos últimos três anos. As detenções decorreram de uma operação deflagrada pelo Ministério Público Estadual, após investigação feita em conjunto com a Controladoria-Geral do Município de São Paulo.

Além das prisões, foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas residências dos servidores, assim como nas sedes das empresas ligadas ao esquema de corrupção. Os acusados eram investigados há cerca de seis meses pelos crimes de corrupção, concussão, lavagem de dinheiro, advogacia administrativa e formação de quadrilha.

Para Haddad, o número de pessoas presas pode não ficar apenas nos quatro detidos na quarta-feira. “Eles podem dar detalhes e isso expandir a rede. Além disso, vamos chamar as empresas, porque elas têm que prestar esclarecimentos sobre as condições em que se submeteram a essa prática”, disse sem citar os nomes das empresas envolvidas.

O prefeito ressaltou que a intenção agora é recuperar os recursos desviados. “Os bens dos envolvidos estão bloqueados. Todos os carros, pousadas, hotéis, apartamentos de luxo, tudo está bloqueado. E, ao fim do processo, pode voltar para o Poder Público”.



Edição: Beto Coura

Deputados do PT querem a punição a de Grandis 31/10/2013




Bancada do partido na Câmara irá protocolar ação junto ao Conselho Nacional do Ministério Público contra o procurador da República, responsável pelo caso Alstom em São Paulo; ao não investigar acusados de intermediar pagamentos de propina ligados ao PSDB, ele "descumpriu os princípios constitucionais e deveres funcionais", afirma o deputado Renato Simões (PT-SP), autor da iniciativa; ele levará a ação com o líder da bancada, José Guimarães, e mais dois deputados na próxima segunda-feira; Rodrigo de Grandis alegou "falha administrativa" por não ter feito apurações a pedido de autoridades suíças

31 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 18:37

247 – Desconfiada da justificativa apresentada pelo procurador Rodrigo de Grandis para não investigar acusados de envolvimento no caso Alstom ligados ao PSDB, em São Paulo, a bancada do PT na Câmara dos Deputados irá protocolar representação junto ao Conselho Nacional do Ministério Público na próxima segunda-feira 4. A ação deverá ser encaminhada pelo líder do partido na Casa, José Guimarães (CE), e os deputados Renato Simões (PT-SP), Ricardo Berzoini (PT-SP) e Edson Santos (PT-RJ).

"Pelo que apontam os noticiários e as evidências, De Grandis descumpriu os princípios constitucionais e deveres funcionais ao deixar de encaminhar investigação sobre práticas de corrupção de agentes públicos ligados ao governo de São Paulo", afirma Renato Simões, autor da iniciativa. A representação dos parlamentares não foi protocolada nesta semana por conta do feriado no Poder Judiciário da capital federal, que não funciona na quinta-feira 31 e sexta-feira 1º.

O membro do MPF-SP é suspeito de ter causado atraso nas investigações contra suspeitos de ter pagado propina num esquema que envolve a multinacional francesa em licitações da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e Metrô paulista. Procuradores na Suíça pediram à Procuradoria da República de São Paulo para que investigasse quatro suspeitos no caso, o que não foi feito. Sem resposta do Brasil, as autoridades daquele país arquivaram então o caso contra três acusados (leia mais aqui).

Em sua justificativa para não ter dado andamento na investigação, Rodrigo de Grandis afirmou que houve uma "falha administrativa". O pedido dos suíços foi arquivado em uma pasta errada e esquecida no arquivo do órgão, de acordo com ele. Os petistas consideram que omissão do procurador paulista desrespeitou a missão institucional do Ministério Público, impossibilitou o avanço na apuração de crimes de corrupção e permitiu a impunidade dos envolvidos.

No documento, os deputados solicitam que o CNMP "apure se de fato aconteceu às violações aos preceitos legais e funcionais que os indícios já apurados apontam" e, "sendo verdadeiros os fatos, que promova a devida aplicação de penalidade, de forma a fazer com que seja responsabilizado o responsável pela omissão na investigação e apuração dos crimes de corrupção perpetrados pelos agentes do Governo de São Paulo".

Como a NSA penetrou as redes de telecomunicações latino-americanas 31/10/2013

por Wayne Madsen [*]


Graças aos documentos proporcionados por Edward Snowden, o denunciante da National Security Agency (NSA), as actividades de um ramo pouco conhecido da comunidade estado-unidense de inteligência, o Special Collection Service (SCS), estão a tornar-se mais claras. Como organização híbrida composta sobretudo por pessoal da NSA e também da CIA, o SCS, conhecido como F6 dentro da NSA, tem sede em Beltsville, Maryland. A sede do SCS, num edifício de escritórios ostentando as iniciais "CSSG", fica adjacente ao Diplomatic Telecommunications Service (DTS) do Departamento de Estado. Um cabo subterrâneo protegido entre os dois edifícios permite ao SCS comunicar-se seguramente com postos de escuta clandestinos da NSA estabelecidos no interior de embaixadas dos EUA por todo o mundo. Estas "estações exteriores" da NSA, também conhecidas como " Special Collection Elements" e "Special Collection Units" são encontráveis em embaixadas desde Brasília e Cidade do México até Nova Delhi e Tóquio.

Como sabemos agora com os documentos de Snowden, o SCS também tem conseguido colocar escutas (taps) de comunicações dentro de infraestruturas de comunicações Internet, telefones celulares e fixos de um certo número de países, especialmente aqueles na América Latina. Tem trabalhado com o SCS o Communications Security Establishment Canada (CSEC), um dos "Cinco olhos", as agências parceiras da NSA, para escutar alvos particulares, tais como o Ministério das Minas e Energia do Brasil. Durante muitos anos, sob um nome operacional chamado PILGRIM, o CSEC esteve a monitorar redes de comunicações latino-americanas e caribenhas a partir estações localizadas dentro de embaixadas do Canadá e de altas comissões no Hemisfério Ocidental. Estas instalações têm tido nomes código tais como CORNFLOWER para a Cidade do México, ARTICHOKE para Caracas e EGRET para Kingston, Jamaica.

A recolha generalizada de dados digitais de linhas de fibra óptica, Internet Service Providers, comutadores de rede de companhias de telecomunicações e sistemas celulares na América Latina não teria sido possível sem a presença de activos de inteligência dentro de companhias de telecomunicações e outros service providers de redes. Entre os "Cinco olhos", Estados Unidos, Grã-Bretanha, Austrália, Canadá e Nova Zelândia, os países que partilham sinais de inteligência (signals intelligence, SIGINT), tal cooperação de firmas comerciais é relativamente fácil. Eles cooperam com as agências SIGINT dos respectivos países tanto para obter favores como evitar retaliação dos seus governos. Nos Estados Unidos, a NSA desfruta da cooperação da Microsoft, AT&T, Yahoo, Google, Facebook, Twitter, Apple, Verizon e outras empresas a fim de executar a vigilância maciça efectuada pelo programa PRISM de recolha de metadados.

O Government Communications Headquarters (GCHQ) da Grã-Bretanha assegura a cooperação da British Telecom, Vodafone e Verizon. O CSEC do Canadá tem relacionamentos de trabalho com companhias como Rogers Wireless e Bell Aliant, ao passo que o Defense Signals Directorate (DSD) da Austrália pode confiar num fluxo constante de dados de companhias como Macquarie Telecom e Optus.

É inconcebível que a recolha pela NSA de 70 milhões de intercepções de comunicações telefónicas e mensagens de texto francesas, num único mês, pudesse ter sido cumprida sem a existência de activos de inteligência colocados dentro das equipes técnicas das duas companhias alvo das telecomunicações francesas, o Internet Service Provider Wanadoo e a firma de telecomunicações Alcatel-Lucent. Também é improvável que a inteligência francesa estivesse inconsciente das actividades da NSA e do SCS em França. Analogamente, é improvável que a penetração da NSA nas redes de telecomunicações alemãs fosse desconhecida das autoridades germânicas, especialmente porque o Bundesnachrichtendiesnt (BND) da Alemanha, o Serviço de Inteligência Federal, proporcionou dois programas BND de intercepção de comunicações, Veras e Mira-4, e seus dados interceptados, em troca do acesso pelo BND de intercepções SIGINT de comunicações alemãs contidas na base de dados conhecida como XKEYSCORE. A NSA e o BND quase certamente também têm agentes encaixados em companhias de telecomunicações alemãs como a Deutsche Telekom.

Diapositivos classificados preparados pelo GCHQ confirmam a utilização do engineering e equipe de apoio para penetrar a rede BELGACOM na Bélgica. Um diapositivo sobre o projecto de penetração da rede classificada MERION ZETA descreve a operação da GCHQ: "O acesso interno CNE [Certified Network Engineer] continua a expandir-se – ficando perto de acessar o núcleo dos routers GRX [General Radio Packet Services (GPRS) Roaming Exchange] – actualmente sobre computadores anfitriões (hosts) com acesso". Um outro diapositivo revela o alvo da penetração do router núcleo da BELGACOM: "alvos de roaming que utilizem smart phones".

Em países onde falta à NSA e seus parceiros uma aliança formal com as autoridades nacionais de inteligência, a Special Source Operations (SSO) e a unidade Tailored Access Operations (TAO) da NSA voltam-se para o SCS e seus parceiros da CIA para infiltrar agentes em equipes técnicas de fornecedores de telecomunicações tanto através do recrutamento de empregados, especialmente quando administradores de sistemas, contratando-os como consultores, ou subornando empregados existentes com dinheiro ou outros favores ou chantageando-os com informação pessoal embaraçosa. Informação pessoal que possa ser utilizada para chantagem é recolhida pela NSA e seus parceiros a partir de mensagens de texto, pesquisas web e visitas a sítios web, livros de endereços e listas de webmail e outras comunicações alvo.

As operações SCS são aquelas em que o SIGINT se encontra com o HUMINT, ou "inteligência humana". Em alguns países como o Afeganistão, a penetração da rede celular Roshan GSM é facilitada pela vasta presença dos EUA e aliados militares e pessoal de inteligência. Em países como os Emirados Árabes Unidos, a penetração da rede de satélite móvel Thuraya foi facilitada pelo facto de que foi o grande empreiteiro da defesa estado-unidense, a Boeing, que instalou a rede. A Boeing também é um grande empreiteiro da NSA.

Este interface SIGINT/HUMINT tem sido visto com dispositivos clandestinos de intercepção colocados em máquinas fax e computadores em várias missões diplomáticas em Nova York e Washington, DC. Ao invés de penetrar como intruso em instalações diplomáticas a coberto da escuridão, o método outrora utilizado pelas equipes operacionais "saco negro" do SCS, é muito mais fácil obter a entrada em tais instalações como pessoal dos serviços de telecomunicações ou de plantão para apoio técnico. O SCS colocou com êxito dispositivos de intercepção nas seguintes instalações etiquetadas com estes nomes código: missão europeia na ONU (PERDIDO/APALACHEE), embaixada italiana em Washington DC (BRUNEAU/HEMLOCK); missão francesa na ONU (BLACKFOOT), missão grega na ONU (POWELL); embaixada da França em Washington DC (WABASH/MAGOTHY); embaixada grega em Washington DC (KLONDYKE); missão brasileira na ONU (POCOMOKE); e embaixada brasileira em Washington DC (KATEEL).

O Signals Intelligence Activity Designator "US3273" da NSA, com o nome código SILVERZEPHYR, é a unidade de recolha SCS localizada dentro da embaixada dos EUA em Brasília. Além de efectuar vigilância de redes de telecomunicações do Brasil, o SILVERZEPHYR também pode monitorar transmissões do satélite estrangeiro (FORNSAT) da embaixada e possivelmente outro, unidades clandestinas a operar fora da cobertura diplomática oficial, dentro do território brasileiro. Um tal ponto de acesso à rede clandestina encontrado nos documentos fornecidos por Snowden tem o nome código STEELKNIGHT. Há cerca de 62 unidades SCS semelhantes a operarem a partir de outras embaixadas e missões dos EUA por todo o mundo, incluindo aquelas em Nova Delhi, Pequim, Moscovo, Nairobi, Cairo, Bagdad, Cabul, Caracas, Bogotá, San José, Cidade do México e Bangkok.

Foi através da penetração clandestina de redes do Brasil, utilizando uma combinação de meios técnicos SIGINT e HUMINT, que a NSA foi capaz de ouvir e ler as comunicações da presidente Dilma Rousseff e seus conselheiros chefes e ministros, incluindo o ministro das Minas e Energia. As operações de intercepção contra este último foram delegadas ao CSEC, o qual deu à penetração do Ministério das Minas e Energia, bem como à companhia estatal de petróleo PETROBRÁS, o nome de código projecto OLYMPIA.

As operações RAMPART, DISHFIRE e SCIMITAR da NSA, visaram especificamente as comunicações pessoais de chefes de governo e chefes de Estado como Rousseff, o presidente russo Vladimir Putin, o presidente chinês Xi Jinping, o presidente equatoriano Rafael Correa, o presidente iraniano Hasan Rouhani, o presidente boliviano Evo Morales, o primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan, o primeiro-ministro indiano Manmohan Singht, o presidente queniano Uhuru Kenyatta e o presidente venezuelano Nicolas Maduro, entre outros.

A unidade especial SIGINT da NSA, chamada "Mexico Leadership Team" utilizou penetração semelhante na Telmex e Satmex do México para poder efectuar vigilância das comunicações privadas do actual presidente Enrique Peña Nieto e seu antecessor Felipe Calderon – a operação contra este último recebeu o nome de código FLATLIQUID. A vigilância pela NSA do Secretariado de Segurança Pública mexicano recebeu o nome de código WHITEMALE e deve ter utilizado colaboradores internos dado o facto de que alguns níveis de responsáveis mexicanos de segurança utilizam métodos de comunicação encriptados. O SCS certamente confiou em algumas pessoas de dentro bem colocadas monitoração das comunicações celulares de redes mexicanas num projecto secreto com o nome de código EVENINGEASEL.

Se bem que haja um certo número de medidas técnicas e contra-medidas que podem evitar a vigilância, pela NSA e os Cinco olhos, de comunicações de governos e corporações, uma simples ameaça e avaliação de vulnerabilidade concentrada no pessoal e na segurança física é a primeira linha de defesa contra os ouvidos e olhos itinerantes do "Big Brother" da América.

26/Outubro/2013

[*] Jornalista investigador, vive em Washington DC.

Ver também:

There is an NSA/CIA Hybrid Agency That May Explain Snowden's Involvement in SIGINT and HUMINT

O original encontra-se em www.strategic-culture.org/...

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/

Portugal: Emigração maior do que nos anos 60 31/10/2013

Esquerda.Net

Em 2012, 120 mil pessoas deixaram Portugal, mais do que em 1966. São 10 mil pessoas por mês, o que ultrapassa o auge do movimento emigratório da década de 60. A quebra da população é “preocupante”, alertam demógrafos.
ARTIGO | 30 OUTUBRO, 2013 - 16:32

O aumento exponencial da emigração pode ter uma semelhança com a dos anos 60: a fuga a uma política desastrosa do governo português

O jornal “Diário de Notícias” destaca que “dez mil pessoas deixam Portugal todos os meses”.

De acordo com os dados das Estatísticas Demográficas 2012 do INE, divulgadas nesta terça-feira, 121.418 pessoas abandonaram Portugal em 2012, um número superior ao pico da emigração portuguesa dos anos 60 do século passado, com a emigração de 120.239 pessoas em 1966. Os destinos principais de quem sai continua a ser prioritariamente a Europa, com destaque para França, Luxemburgo, Suíça e Reino Unido. A seguir a estes 4 países, Angola é o destino mais procurado.

O jornal ouviu vários especialistas que mostram preocupação com o crescimento da emigração, as caraterísticas da emigração atual e a queda da população.

Para o demógrafo Mário Leston Bandeira à saída da população é preciso acrescentar a diminuição da imigração e dos nascimentos e o aumento das mortes. O demógrafo sublinha que o país está no “pior dos mundos possível em termos demográficos”. A queda da população, em 2012, foi de 55.109 pessoas.

Carlos Pereira da Silva, professor universitário, refere os prejuízos para o país no terreno económico. “A população é um fator importante no terreno económico, especialmente a faixa entre os 15 e os 64 anos” e, apesar dessa faixa não ter diminuído muito, os níveis “desesperadamente baixos de natalidade são insuficientes para a renovação das populações e isso vai refletir-se no ativos que sustentam a economia”, sublinha Carlos Pereira da Silva.

Este especialista destaca também que a emigração atual é diferente da dos 60, com consequências mais gravosas para a economia e para o país. A atual onda de saídas é caraterizada por jovens que “o país forma e que vão para outros países europeus que não gastaram um tostão na sua formação”, destaca Carlos Pereira da Silva.

No entanto, se os demógrafos e especialistas estão preocupados, outra é a posição do governo PSD/CDS-PP. Em 2011, o então secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Miguel Mestre, afirmou: “Se estamos no desemprego, temos de sair da zona de conforto e ir para além das nossas fronteiras”. Passos Coelho afirmou, dois meses depois, referindo-se aos professores sem trabalho: “Nos próximos anos haverá muita gente em Portugal que das duas, uma, ou consegue, nessa área, fazer formação e estar disponível para outras áreas ou, querendo manter-se, sobretudo como professores, podem olhar para todo o mercado de língua portuguesa e encontrar aí uma alternativa”.

Na verdade, o aumento exponencial da emigração pode ter uma semelhança com a dos anos 60: a fuga a uma política desastrosa do governo português. Nos anos 60 era a ditadura e a política do governo de Salazar, que provocava a guerra, a miséria e levava a população a fugir. Atualmente, é a desastrosa política de austeridade do governo e da troika que empobrece o país, aumenta o desemprego, espalha a miséria e ameaça já a Constituição portuguesa.

Grupo Saudita planeja mais investimentos no Brasil 31/10/2013

O príncipe saudita Khaled bin Alwaleed, presidente da holding KBW, deve anunciar uma série de investimentos durante uma visita ao Brasil. De acordo com comunicado divulgado pelo grupo, a KBW está envolvida em projetos que somam mais de R$ 1 bilhão no Brasil e a sede da companhia no País será instalada em Santa Catarina.Os primeiros Estados contemplados com os aportes da holding serão Espírito Santo e Ceará, em projetos de longo prazo, principalmente nas áreas de Infraestrutura, óleo e gás, mineração, construção e logística."O Brasil é um mercado atraente, tem uma crescente demanda em seu mercado interno e oferece grandes oportunidades nas áreas de infraestrutura, petróleo e construção. Além disso, Brasil e Arábia Saudita vêm estreitando suas relações comerciais, em especial na área de óleo e gás, o que ficou mais evidente nos últimos anos", afirmou o príncipe Khaled bin Alwaleed.Durante a visita ao Brasil, o príncipe Khaled terá um encontro com o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, e com o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo. O presidente da KBW também deve participar de uma audiência sobre o Programa Invest in Santa Catarina, que visa a atração de investimento estrangeiro direto, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina.Atualmente, o maior investimento da KBW é o PetroCity, complexo portuário na cidade de São Mateus, no Estado de Espírito Santo. "Trata-se de um projeto único no mundo, com 1,5 milhão de metros quadrados de área inicial (o equivalente ao Parque do Ibirapuera, em São Paulo), aliando tecnologia diferenciada, responsabilidade socioambiental, investimento na formação de colaboradores e localização estratégica, tudo com foco no setor de óleo e gás", segundo o comunicado."O PetroCity fica perto da maior área de produção e no meio da costa do Brasil, em uma região de muita demanda por causa do pré-Sal, mas que não era atendida de forma especializada", explicou o diretor geral do complexo portuário, José Roberto Barbosa da Silva. O comunicado afirma também que o PetroCity terá monitoramento de carga em tempo integral, operação 24 horas por dia, 7 dias por semana, além de parceria com a Universidade de Vila Velha para qualificação de mão-de-obra e tanques especiais para proteção da flora e da fauna marinha.A KBW também tem participação na Royal Minerals, mineradora no Espírito Santo que deve começar a operar em novembro de 2013, após os últimos atos de registros legais, segundo a empresa. Outro ativo do grupo é a Raimundi Cranes, uma fábrica de gruas para construção no Ceará. De acordo com a KBW, a Raimundi Cranes já entregou mais de 15 mil unidades desde a sua aquisição, em 2009.

A lógica inatacável do aumento do IPTU em São Paulo 31/10/2013



 Postado em 30 out 2013 por : Paulo Nogueira


Foco certo nos mais pobres

Num país em que rico não paga imposto, é com satisfação que vejo a questão do novo IPTU em São Paulo.

Há uma lógica perfeita nos aumentos: ele é menor nas regiões mais pobres e maior nas regiões mais afluentes.

Em algumas áreas, na verdade, o que houve foi uma redução. No Parque do Carmo, por exemplo, o IPTU ficou 12% menor.

Isso se chama redistribuição de renda, e é algo de que São Paulo precisa com urgência e em doses torrenciais.

Louve-se a coragem do prefeito Haddad, uma vez que a periferia não tem voz na mídia, e a turma das áreas mais nobres já está batendo nele com seu habitual egoísmo e completa falta de solidariedade.

Há um simbolismo na tabela de aumentos que merece aplausos.

Não é o primeiro episódio de escolha acertada de Haddad. Na questão da mobilidade urbana, ele já optou pelos ônibus e não, como sempre aconteceu em São Paulo, pelos carros.

Um ex-prefeito de Bogotá disse que um ônibus que passa em boa velocidade enquanto um carro está no engarrafamento significa democracia.

Haddad parece seguir a mesma lógica ao aumentar as faixas exclusivas de ônibus. Em breve, de tanto ver passar ônibus enquanto seu carro não anda, muitos paulistanos mudarão de ideia sobre a melhor forma de se locomover em São Paulo.

Há ainda uma longa caminhada até sabermos se Haddad será ou não um bom prefeito. (Sabemos, com certeza, que prefeitos como Serra e Kassab foram uma tragédia paulistana, com sua miopia, falta de visão e foco em quem já é mimado demais.)

Mas Haddad parece saber para onde quer ir, como ficou claro no caso do IPTU e da mobilidade urbana.

Na grande frase romana, vento nenhum ajuda quem não sabe para onde ir. Haddad parece saber.

E esta é uma excelente notícia para os paulistanos.

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-logica-inatacavel-do-aumento-d...

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Quatro auditores fiscais da gestão Kassab em SP são presos por desvio de R$ 200 milhões 30/10/2013

Conversa Afiada

HADDAD PÕE A POLÍCIA
EM CIMA DE EQUIPE DE CERRA

Mauro Ricardo é o elo de ligação entre Cerra, Kassab, ACM Neto e um rastro de suspeitas



Saiu no Globo:
QUATRO AUDITORES FISCAIS DA GESTÃO KASSAB EM SP SÃO PRESOS POR DESVIO DE R$ 200 MILHÕES


Agentes públicos são suspeitos de emitir guias de pagamento de ISS para empreendimentos imobiliários menor do que deveriam e receber propina em suas contas bancárias
A ação também bloqueou cerca de R$ 80 milhões em bens dos presos



SÃO PAULO – Quatro auditores fiscais da prefeitura de São Paulo na gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) foram presos na manhã desta quarta-feira em uma operação montada pelo Ministério Público Estadual e a Controladoria Geral do Município (CGM) para desbaratar um esquema de corrupção. De acordo com a promotoria, o grupo pode ter causado prejuízo de pelo menos R$ 200 milhões aos cofres públicos, somente nos últimos três anos. A ação também bloqueou cerca de R$ 80 milhões em bens dos presos, entre eles, apartamentos, flats, prédios, barcos e automóveis de luxo e até uma pousada em Visconde de Mauá, no Rio.

Foram presos Rolilson Bezerra Rodrigues, ex-subsecretário da Receita Municipal (exonerado do cargo em 19/12/2012); Eduardo Horle Barcelos, ex-diretor do Departamento de Arrecadação e Cobrança (exonerado do cargo em 21/01/2013); Carlos Augusto di Lallo Leite do amaral, ex-diretor da Divisão de Cadastro de Imóveis (exonerado do cargo em 05/02/2013), e o agente de fiscalização Luis Alexandre Cardoso Magalhães. Além das prisões, foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas residências dos servidores e de terceiros, assim como nas sedes das empresas ligadas ao esquema.



O portal da MSN tem fotos exuberantes dos bens da equipe cerrista de arrecadação:

http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/fraude-em-sp-servidores-tinham-apartamentos-de-luxo-barcos-e-at%C3%A9-pousada

Diz o Estadão:

(…)


Apenas entre outubro de 2010 e o fim de 2012, agentes do Ministério Público Estadual e da Controladoria têm indícios do pagamento de R$ 200 milhões de propina aos servidores.

Para efeito de comparação, o “caso Aref” – investigação deflagrada no ano passado que levou à prisão do diretor do setor da Prefeitura responsável por aprovar empreendimentos, Hussain Aref Saab, que tinha 106 apartamentos em seu nome – estimou que o dano ao erário público foi de R$ 50 milhões, ou um quarto do dano causado por essa quadrilha, entre os anos de 2005 e 2012.

O PSD, do prefeito Gilberto Kassab, vice do Cerra, emitiu a seguinte nota:

NOTA À IMPRENSA

O presidente nacional do PSD e ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, embora desconheça a investigação em curso na Secretaria das Finanças, apoia integralmente a apuração e, se comprovada qualquer irregularidade, defende a punição exemplar de todos os envolvidos.


(…)


Durante a gestão, o ex-prefeito de São Paulo deu total autonomia aos secretários de Estado para montar as suas respectivas equipes e tem certeza que todos se colocarão à disposição das autoridades competentes para colaborar com as investigações e esclarecer todas as dúvidas existentes.

Assessoria de Comunicação do PSD

Indignação: escândalo se arrasta e há 15 anos tucanos emperram investigação 30/10/2013


Zé Dirceu 

“Procurador manda apurar omissão em caso Alstom” e “Procurador manda investigar demora para investigar Alstom”. São dois títulos da Folha de S.Paulo hoje, na 1ª página e no caderno interno. Está tudo no jornal: o procurador-geral da República (PGR), Rodrigo Janot, instaurou uma apuração interna sobre o fato de o órgão que dirige não ter ajudado a Suíça a investigar o caso Alstom.

É aquele escândalo pelo qual a multinacional, dentre outras formas integrando o cartel montado nos transportes e denunciado pela Siemens, é acusada de pagar R$ 1,5 bi em propina e vantagens para integrantes de três governos tucanos de São Paulo, de Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin.

Vocês estão acompanhando o caso. A irritação do PGR ocorreu porque só agora se descobre que a Suíça pediu a colaboração das autoridades do Ministério Público para apurar o caso, esperou dois anos e como não recebeu nenhuma resposta, nenhuma palavra, arquivou parte do processo que corria por lá, na Europa.

Pedido foi arquivado em pasta errada e esquecido!!!

Depois da descoberta do arquivamento de parte do caso na Suíça, só aí o gabinete da Procuradoria da República em São Paulo informou que as providências não foram tomadas porque o pedido suíço foi arquivado numa pasta errada do gabinete do procurador responsável pelo caso Rodrigo de Grandis, e foi esquecido. Só dois anos depois e quando a Suíça o arquivou, lembraram-se do pedido.

É, o procurador Rodrigo de Grandis é o mesmo que há pouco tempo, depois de exaustivas investigações que levaram à conclusão de que o vereador paulistano Andrea Matarazzo (PSDB) precisava ser intimado para falar sobre o caso (ele foi secretário de Estado em áreas em que a Alstom/Siemens atuam), decidiu que não era o momento e que se fizessem mais e mais investigações.

Tem ou não tem razão o jornalista Ricardo Kotscho quando escreve essa pensata em seu blog Balaio, à qual dá o titulo de “Propinoduto tucano: 15 anos de mistério e impunidade“. Kotscho diz que, no escândalo, “há muitas perguntas a serem respondidas”. Põe perguntas nisso…

Físicos propõem que espaço é formado por "átomos de espaço" 30/10/2013


Com informações do Instituto Max Planck - 25/10/2013


Seria o espaço formado por "átomos de espaço"? É o que propõe uma nova teoria da gravidade quântica, que poderá ser capaz de descrever a evolução do Universo do Big Bang até os nossos dias, tudo em uma única teoria.[Imagem: T. Thiemann/FAU Erlangen]

Teoria da gravidade quântica

Apesar de todos os avanços recentes, a física de hoje não consegue descrever o que aconteceu no Big Bang.

A teoria quântica e a teoria da relatividade funcionam muito bem dentro de suas próprias fronteiras, mas colapsam nesse estado primordial quase infinitamente denso e quente do Universo.

Em certas regiões extremas - em distâncias extremamente pequenas, na chamada escala de Planck, por exemplo - nenhuma das duas teorias tem qualquer coisa a dizer.

Espaço e tempo, portanto, não têm nenhum significado em buracos negros ou, mais notavelmente, durante o Big Bang.

É por isso que os físicos sonham com uma teoria mais abrangente, uma teoria da gravidade quântica, que unifique estes dois pilares fundamentais da física.

Assim, esperam eles, poderíamos ter uma visão plausível de como o Universocomeçou.

Unificação da descrição do Universo

Agora, cientistas do Instituto Max Planck de Física Gravitacional (Alemanha) e do Perimeter Institute (Canadá) fizeram uma descoberta importante nesse percurso rumo a uma explicação mais geral do Universo.

De acordo com a nova teoria, o espaço seria composto de pequenos "blocos fundamentais" - assim como a matéria tem nos átomos seus blocos de construção básicos, o espaço também seria formado por algo parecido com "átomos de espaço".

Tomando essa hipótese como ponto de partida, os cientistas chegaram a uma das equações mais fundamentais da cosmologia, a equação de Friedmann, que descreve o Universo.

Isso mostra que a mecânica quântica e a teoria da relatividade realmente podem ser unificadas, defendem eles.

A equação de Friedmann, que descreve o Universo em expansão, foi derivada pelo matemático russo Alexander Friedmann na década de 1920, com base na Teoria Geral da Relatividade de Einstein.

Átomos de espaço

Assim como um líquido consiste de átomos, Daniele Oriti e seus colegas imaginam o espaço como algo composto de pequenas células ou "átomos de espaço", o que exige uma nova teoria para descrevê-los: a gravidade quântica.

"Nós podemos descrever o comportamento de um fluxo de água com a teoria clássica há muito conhecida da hidrodinâmica. Mas se avançamos para escalas cada vez menores e, eventualmente, chegamos aos átomos individuais, a hidrodinâmica não se aplica mais. Então precisamos da física quântica," compara ele.

Na Teoria da Relatividade de Einstein, o espaço é um continuum.

Oriti segmentou esse espaço em pequenas células elementares, e aplicou nelas os princípios da física quântica, como se faz com outras partículas elementares.

Esta é a ideia unificadora, já que a física quântica foi então aplicada não apenas ao espaço descrito pela Relatividade, mas ao "cerne do espaço", à sua própria "consistência".


Algumas teorias sugerem que a natureza quântica do espaço - sua "granularidade" - deve manifestar-se na chamada escala de Planck: a 10-35 metro. [Imagem: ESA/SPI Team/ECF]

Escalas dimensionais

Um problema fundamental de todas as abordagens da gravidade quântica consiste em estabelecer uma ponte entre as grandes escalas dimensionais - dos átomos até as dimensões do Universo.

Voltando à ideia dos fluidos: Como pode a hidrodinâmica que vale para a água que flui ser derivada de uma teoria para os átomos?

A tarefa agora consistiu em descrever a forma como o espaço evolui a partir de células elementares - os átomos de espaço.

Esta tarefa matemática desafiadora levou a um resultado que se mostrou um sucesso surpreendente.

"Sob hipóteses especiais, o espaço é criado a partir desses blocos básicos, e evolui como um Universo em expansão," explica Oriti. "Pela primeira vez, portanto, nós fomos capazes de derivar a equação de Friedmann diretamente, como parte de nossa teoria completa da estrutura do espaço."

Oriti e seus colegas, então, conseguiram fazer a ponte do micromundo até o mundo macro e, portanto, da mecânica quântica para a Teoria da Relatividade Geral: eles mostraram que o espaço emerge como o condensado dessas células elementares e evolui para um universo que se assemelha ao nosso.

Detalhes

Nesse ponto, é bom lembrar que, em sua conclusão, Oriti começou sua frase com "Sob hipóteses especiais".

É que a solução é válida para um universo homogêneo.

Mas nosso mundo real é muito mais complexo, contendo "heterogeneidades" tais como galáxias, estrelas, planetas - e seres humanos.

Os físicos agora estão trabalhando para tentar incluir esses "detalhes" em sua teoria dos átomos de espaço.

Satélite Sino -Brasileiro, CBERS-3, é levado para base de lançamento 30/10/2013


Satélite CBERS-3 é levado para base de lançamento

Com informações do INPE - 30/10/2013


Brasil e China criaram o Programa CBERS para juntar esforços pela capacitação na área de observação da Terra - este [e o quarto satélite da série. [Imagem: CBERS/INPE]


O CBERS-3, quarto satélite da parceria entre Brasil e China, foi transportado do centro espacial de Pequim para a base de lançamento de Taiyuan (TSLC).

O Programa CBERS (sigla em inglês para Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) no Brasil é desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e, na China, pela Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST).

No centro técnico do TSLC, os especialistas do INPE e da CAST farão a integração dos módulos de serviço e de carga útil do satélite, que serão submetidos novamente a testes elétricos para verificar se não houve danos durante o transporte. Em seguida serão realizadas as atividades de preparação final do satélite e a instalação do painel solar.

"Ao término destas atividades será realizada a Revisão de Prontidão do Satélite (SRR), que autoriza o enchimento dos tanques de combustível do satélite", explica Antônio Carlos de Oliveira Júnior, engenheiro do INPE.

Com os tanques cheios, o satélite será transferido para a torre de lançamento e acoplado ao foguete Longa Marcha-4 para a realização dos testes de pré-lançamento.

O lançamento do CBERS-3 está previsto para a primeira quinzena de dezembro.

Programa CBERS

Em 1988, Brasil e China criaram o Programa CBERS para juntar esforços pela capacitação na área de observação da Terra. Já foram lançados três satélites - CBERS-1, em 1999, CBERS-2, em 2003, e CBERS-2B, em 2007.

Imagens de satélites são fundamentais para coletar, de forma rotineira e consistente, informações sobre a superfície da Terra, como as necessárias para avaliar mudanças globais, as florestas, a evolução do agronegócio, estudos urbanos e costeiros.

A observação a partir do espaço é ainda mais importante para países de dimensões continentais, como o Brasil e a China.

Os satélites também são essenciais para obter informação de forma rápida sobre eventos cuja localização e ocorrência é de difícil previsão ou acesso, como desastres naturais (enchentes, por exemplo), ou produzidos pelo homem (queimadas, poluição causada por derramamento de óleo no mar).

Ley de Medios da Argentina põe Globo de cabelo em pé! 30/10/2013


Argentina põe Globo de cabelo em pé!
Enviado por Miguel do Rosário on 30/10/2013 – 10:19 am3 comentários


Ley de Medios apavora a Globo

Por Altamiro Borges, em seu blog.

A Suprema Corte da Argentina declarou nesta terça-feira (29) a constitucionalidade de quatro artigos da “Ley de Medios” que eram contestados pelo Grupo Clarín. Com esta decisão histórica, o governo de Cristina Kirchner poderá finalmente prosseguir com a aplicação integral da nova legislação, considerada uma das mais avançadas do mundo no processo de democratização da comunicação. A decisão representa um duríssimo golpe nos monopólios midiáticos não apenas na vizinha Argentina. Tanto que a TV Globo dedicou vários minutos do seu Jornal Nacional para atacar a nova lei.

Pelas regras agora aprovadas pela Suprema Corte, os grupos monopolistas do setor serão obrigados a vender parte dos seus ativos com o objetivo expresso de “evitar a concentração da mídia” na Argentina. O império mais atingido é o do Clarín, maior holding multimídia do país, que terá de ceder, transferir ou vender de 150 a 200 outorgas de rádio e televisão, além dos edifícios e equipamentos onde estão as suas emissoras. A batalha pela constitucionalidade dos quatro artigos durou quatro anos e agitou a sociedade argentina. O Clarín – que cresceu durante a ditadura militar – agora não tem mais como apelar.

O discurso raivoso da TV Globo e de outros impérios midiáticos do Brasil e do mundo é de que a Ley de Medios é autoritária e fere a liberdade de expressão. Basta uma leitura honesta dos 166 artigos da nova lei para demonstrar exatamente o contrário. O próprio Relator Especial sobre Liberdade de Expressão da Organização das Nações Unidas (ONU), Frank La Rue, já reconheceu que a nova legislação é uma das mais avançadas do planeta e visa garantir exatamente a verdadeira liberdade de expressão, que não se confunde com a liberdade dos monopólios midiáticos.

Aprovada por ampla maioria no Congresso Nacional e sancionada pela presidenta Cristina Kirchner em outubro de 2009, a nova lei substitui o decreto-lei da ditadura militar sobre o setor. Seu processo de elaboração envolveu vários setores da sociedade – academia, sindicatos, movimentos sociais e empresários. Após a primeira versão, ela recebeu mais de duzentas emendas parlamentares. No processo de pressão que agitou a Argentina, milhares de pessoas saíram às ruas para exigir a democratização dos meios de comunicação. A passeata final em Buenos Aires contou com mais 50 mil participantes.

Em breve será lançado um livro organizado pelo professor Venício Lima que apresenta a tradução na íntegra da Ley de Medios, além dos relatórios Leveson (Reino Unido) e da União Europeia sobre o tema. A obra é uma iniciativa conjunta das fundações Perseu Abramo e Maurício Grabois e do Centro de Estudos Barão de Itararé e visa ajudar na reflexão sobre este assunto estratégico no Brasil – hoje a “vanguarda do atraso” no enfrentamento da ditadura midiática.

Leia neste link, os quatro artigos agora declarados constitucionais pela Suprema Corte, traduzidos por Eugênio Rezende de Carvalho.



- See more at: http://www.ocafezinho.com/2013/10/30/argentina-poe-globo-de-cabelo-em-pe/#sthash.trlBUmL8.dpuf

Fator previdenciário: hora da decisão 30/10/2013


Por Altamiro Borges

No dia 12 de novembro as centrais sindicais realizarão um protesto unitário em São Paulo pelo imediato fim do fator previdenciário – medida imposta pelo ex-presidente FHC que penaliza milhões de aposentados e pensionistas no país. O governo Dilma Rousseff havia se comprometido a dar uma resposta até final de outubro à demanda trabalhista, mas até hoje não tomou nenhuma atitude. Diante desta enrolação, CUT, Força Sindical, CTB, UGT e Nova Central decidiram organizar a ação conjunta, que prevê paralisações parciais e manifestações de rua na capital paulista.

Em reunião realizada em 21 de agosto, os ministros Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, Manoel Dias, do Trabalho e Emprego, e Garibaldi Alves Filho, da Previdência Social, prometeram enviar uma proposta alternativa ao fator previdenciário no prazo de 60 dias. Como nada foi feito, as centrais decidiram intensificar a pressão, mas continuam abertas à negociação. “Estamos apostando que até o dia 12 o governo apresentará uma proposta alternativa para ser apreciada, porque esse foi o compromisso e estamos abertos para discussões”, afirma o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre.

O fator previdenciário é uma das piores heranças malditas do reinado neoliberal de FHC. Ele reduz o valor do benefício de quem se aposenta por tempo de contribuição antes de atingir 65 anos, no caso dos homens, e 60 anos, no caso das mulheres. “Hoje em dia, muita gente prorroga a sua aposentaria, porque os trabalhadores sabem que perderão muito com isso”, explica Adilson Araújo, presidente da CTB. “O que temos como consenso no movimento sindical é não discutir idade mínima, não aceitamos isso”, afirma o vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados da Força Sindical, Carlos Ortiz.

Além do protesto de 12 de novembro em São Paulo, as centrais sindicais também organizam outra atividade unitária para 26 de novembro, em Brasília. O objetivo é cobrar do governo federal o cumprimento da “agenda da classe trabalhadora”, aprovada em julho de 2010 na 2ª Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), no Pacaembu, em São Paulo. Entre outros pontos, o sindicalismo exigirá o fim do fator previdenciário, reajuste das aposentadorias, valorização do trabalho com igualdade e inclusão social, redução da jornada de trabalho sem redução dos salários e combate à terceirização.

Operação prende auditores suspeitos de desvio milionário na Prefeitura de SP 30/10/2013

Último Segundo

Por iG São Paulo 

Segundo o Ministério Público Estadual, esquema em causou prejuízos de pelo menos R$ 200 milhões


Quatro agentes públicos ligados à subsecretaria da Receita da Prefeitura de São Paulo na gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) foram presos, na manhã desta quarta-feira (30), acusados de integrar um esquema de corrupção que teria causado prejuízos de pelo menos R$ 200 milhões aos cofres públicos, somente nos últimos três anos.


Na operação foram presos o ex-subsecretário da Receita Municipal (exonerado do cargo em 19/12/2012); o ex-diretor do Departamento de Arrecadação e Cobrança (exonerado do cargo em 21/01/2013); o ex-diretor da Divisão de Cadastro de Imóveis (exonerado do cargo em 05/02/2013), e um agente de fiscalização. Todos são investigados pelos crimes de corrupção, concussão, lavagem e dinheiro, advocacia administrativa e formação de quadrilha.


MP-SP
Pousada em Visconde de Mauá, de propriedade de um dos agentes fiscais presos

Além das prisões, foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas residências dos servidores e de terceiros, assim como nas sedes das empresas ligadas ao esquema.

A operação ocorreu na cidade de São Paulo, em Santos e também em Cataguases, Minas Gerais, e mobilizou mais de 40 pessoas, entre promotores de Justiça, agentes da Controladoria Geral do Município, e das Polícias Civis de São Paulo e de Minas Gerais.

Também foi determinado pela Justiça o sequestro dos bens dos envolvidos e das empresas por eles operadas. Nas investigações, iniciadas há cerca de seis meses e que contaram com o apoio da Secretaria Municipal de Finanças e Desenvolvimento Econômico e dos componentes da Agência de Atuação Integrada de Combate ao Crime Organizado (Secretaria de Segurança Pública, Polícia Civil e Polícia Federal), apurou-se que os quatro auditores montaram um esquema de corrupção envolvendo os valores do ISS cobrado de empreendedores imobiliários.

O que Marx e Keynes tem a dizer a 2014 30/10/2013


Carta Maior

Quem considera indiferente a vitória de Dilma Rousseff, Eduardo Campos ou Aécio Neves em 2014 deve abrir os olhos à experiência da história.

por: Saul Leblon
Um congresso sobre marxismo numa Europa devastada pela recessão e o desemprego, fruto da austeridade pró-mercados, seria a última pauta do mundo para a grande mídia conservadora.

Esse é um dos motivos pelos quais é importante existir pluralismo informativo (ademais de condições estruturais e econômicas para que ele possa ser exercido).

Carta Maior decidiu cobrir o II Congresso Karl Marx, em Lisboa, por considerar que o Brasil vive uma transição de ciclo de desenvolvimento fortemente condicionada pelas determinações internacionais. E pelas escolhas históricas embutidas nesse divisor.

As condicionalidades precisam ser entendidas para que possam ser afrontadas ou ao menos mitigadas –e isso passa pela compreensão que a análise marxista propicia sobre a natureza da crise atual.

A maior crise do capitalismo desde 1929 marmoriza o debate sobre o passo seguinte do desenvolvimento brasileiro mais do que desconfiam, ou gostariam de admitir, os protagonistas reconhecidos e pretensos da disputa de 2014.

É com esses olhos que devem ser lidos os vários despachos enviados pela correspondente em Lisboa, Cristina Portella.

Não se trata de transpor as condições europeias para a singularidade de nossa equação de desenvolvimento.

Mas o que aqui se apregoa como sendo um ‘novo’ caminho para o Brasil, como alardeiam os presidenciáveis Campos, Marina , Aécio, seus colunistas e o dispositivo emissor que os ancora, encontra preocupantes pontos de identidade com as políticas de ajuste que jogaram a Europa no moedor de carne analisado no II Congresso Karl Marx.

Da entrevista feita por Cristina com o economista português Francisco Louçã, por exemplo, do Bloco de Esquerda, ou da conversa carregada de angústia com o filósofo grego Stathis Kouvelakis, dirigente do Syriza, a Coligação da Esquerda Radical (leia nesta pág), avultam advertências implícitas às receitas de arrocho redentor (contração expansiva, diz-se elegantemente) embutidas no discurso do conservadorismo brasileiro.

Seria essa a alternativa ao que se acusa de ‘intervencionismo de baixo crescimento’ do governo Dilma.
Um aumento brutal da exploração social. Nisso consiste o ajuste a mercado das economias europeias, achatadas em endividamento e déficits fiscais vitaminados pela própria mecânica do arrocho em curso.

“O que a burguesia europeia pretende é a estabilidade de um regime que permita assegurar esse aumento da extração da mais-valia”, diz Louçã na entrevista a Carta Maior. “ A redução da taxa de lucro é respondida pela afirmação das políticas liberais (...) o aumento da dívida (pública) e o aumento da exploração. E a dívida é uma forma de exploração, porque é uma garantia do valor dos salários que é pago no futuro sobre a forma de impostos”, diz Louçã.

As consequências políticas da supremacia da lógica financeira sobre os interesses da sociedade são devastadoras, explica o dirigente do Syriza, Stathis Kouvelakis.

Na Grécia, reduzida a um laboratório de ponta do arrocho neoliberal, todo o antigo sistema político se dissolveu na convulsão mercadista.

“Um pouco da forma como o velho sistema político boliviano ou venezuelano desapareceram depois do choque das reformas neoliberais”, diz ele.

A receita só se viabiliza, na verdade, com a concomitante desintegração do próprio aparelho de Estado, uma vez que se trata de erradicar a dimensão pública da economia.

A singularidade terminal do caso grego, segundo Kouvelakis, é que essa liquefação não se restringiu à esfera social e dos serviços. Sua virulência atingiu o próprio núcleo duro do Estado. “Incluindo o aparelho repressivo, o próprio Exército, que também foi atingido pela contração da atividade e os cortes orçamentais”, explica.

“Há uma atmosfera geral de que a autoridade do Estado já não se sustenta, e isto cria situações absolutamente explosivas na Grécia. E muito contraditórias’, desabafa o dirigente do Syriza na entrevista a Carta Maior.

“Há uma radicalização política tanto na esquerda quanto na direita, e a ascensão pela primeira vez, no contexto da Europa ocidental, de um movimento fascista, com apoio real em certos setores da sociedade, e também com a capacidade de infiltrar-se em certos setores do Estado, e até da polícia, como vimos recentemente”.

A derrota do Syriza nas eleições de 2012, mesmo sendo por pequena margem de votos, teve um efeito desmobilizador dramático na Grécia, facilitando a sangria conservadora.

Quem considera indiferente no Brasil a vitória de Dilma, Campos ou Aécio deve abrir os olhos à experiência da história.

‘Os tempos são muito duros, porque foram implementadas as mesmas políticas, a sociedade está ainda mais traumatizada do que há um ano e meio, os fascistas tornaram-se a terceira força política; existe uma corrida entre as alternativas progressistas, como a do Syriza, ou soluções extremamente perigosas e autoritárias, como as defendidas não só pelos fascistas, mas também por todo um setor do Estado e das forças políticas dominantes’, adverte Kouvelakis.

A tragédia grega exacerba uma marca do nosso tempo.

A mesma que perambula dissimuladamente como virtude no discurso conservador brasileiro. Às vezes fantasiada da leveza verde.

Esse é um tempo em que a saúde dos mercados e a deriva da sociedade e do seu desenvolvimento não são realidades contraditórias.

Antes, exprimem uma racionalidade impossível de se combater sem uma intervenção política que enquadre os mercados e instrumentalize o Estado para agir nessa direção.

Sintomas dessa dualidade funcional podem ser pinçados nesse momento na Espanha, por exemplo.

A austeridade jogou 26% da força de trabalho na rua (seis milhões de pessoas), mas os banqueiros saúdam ‘a recuperação’.

Despejos atingiram milhares de famílias espanholas, enquanto 750 mil imóveis novos encontram-se encalhados e mais 500 mil inconclusos.

Segundo o jornal ‘El país’, especialistas discutem a conveniência de se demolir uma parte dessa ‘sobra’.

Para recuperar os preços do mercado imobiliário.

O absurdo foi implementado nos EUA e na Irlanda. Com bons resultados, dizem os analistas de negócios.

O que parece ser exceção é a norma.

Corporações saudáveis, nações devastadas. Populações acuadas, ambientes asfixiados pela desigualdade, a violência e o desalento.

O que importa reter, das lições ecoadas no II Congresso Karl Marx, é a tendência mais geral de um capitalismo que, deixado à própria sorte, mais que nunca vai operar em condições de baixa demanda efetiva e elevado desemprego.

Ou não será exatamente isso, deixa-lo à vontade para funcionar assim, o que tem pregado a agenda conservadora no Brasil?

Duas em cada três manchetes do jornalismo econômico que a ecoa manifestam irritação com o pleno emprego, com o fomento ‘desenvolvimentista do BNDES’, com as exigências de índice de nacionalidade nas encomendas do pré-sal, com a fórmula ‘inflacionária’ de reajuste do salário mínimo, com a baixa alocação de superávit fiscal aos rentistas e a ‘gastança’ dos programas sociais.

Comandar socialmente o investimento, puxando-o pelas rédeas do Estado, como se inclina a fazer o governo, desde 2008, sem dúvida é uma dos antídotos ao arrocho que devasta a Europa e alguns querem trazer ao Brasil.

Mas ser keynesiano em tempos de capital monopolista e desordem neoliberal tem um preço que o governo brasileiro hesita em pagar.

O keynesianismo em si tornou-se uma teoria desprovida de conteúdo histórico.
A democracia precisa avançar sobre a supremacia dos mercados para abrir espaço de coerência à macroeconomia necessária ao fomento da produção e da justiça social em nosso tempo.

Em outras palavras, o desenvolvimento que afronta a coagulação histórica do capital requer um projeto social que o conduza.

Logo, um protagonista coletivo que o lidere.

Essa defasagem da democracia brasileira explica, em boa medida, o difícil parto do passo seguinte da história nesse momento.

Esgotada a fase alegre dos consensos, como é o caso, e o será cada vez mais, uma sugestão ao governo é de que aproveite a boa fase atual e se articule.

A disputa de 2014 pode ser uma oportunidade para recuperar o tempo perdido nesse quesito incontornável: erguer pontes de compromissos e políticas que harmonizem a democracia política com as tarefas sociais e econômicas de um novo ciclo de desenvolvimento.

A ver.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Bombardeiros russos chegam à Venezuela 29/10/2013




Tu-160                                                                                   RIA Novosti

Dois bombardeiros supersónicos russos Tu-160, os maiores aviões de guerra do mundo, aterraram esta segunda-feira na Venezuela, no âmbito de uma demonstração presidida pela ministra venezuelana da Defesa, Carmen Meléndez e de representantes da aviação russa.

Segundo fontes militares venezuelanas, os aviões aterraram no Aeroporto Internacional Simón Bolívar de Maiquetía, o principal da Venezuela, depois de voarem mais de 10 mil quilômetros em 13 horas, um voo que começou na base aérea russa de Engels e que passou pelos oceanos Pacífico, Atlântico e pelo mar das Caraíbas.

Aptos para transportar mísseis de cruzeiro com ogivas nucleares e convencionais e 40 toneladas de bombas, bombardeiros Tu-160 já tinham aterrado em 2008 na base aérea Libertador, na Venezuela, no âmbito de uma sessão de treino.

Segundo a imprensa local, o Tu-160 é o maior bombardeiro quatrimotor do mundo, tripulado por quatro pessoas, e pode viajar distâncias de até 14.600 quilômetros a 18 mil metros de altitude, a uma velocidade de 2.230 quilômetros por hora.

A demonstração coincide com a chegada a Caracas do secretário do Conselho de Segurança da Rússia, general Nikolai Patrushev, para uma visita de dois dias, durante os quais manterá reuniões de trabalho para debater temas como a segurança regional na América Latina e Caraíbas, a cooperação técnico-militar para a defesa civil e a luta contra as drogas.

Diário Digital

Policiais em pé de guerra com Alckmin 29/10/2013


Críticas da categoria englobam decisões tomadas nos protestos de junho e mudança na cúpula da Segurança



As manifestações de policiais por aumento salarial que tumultuaram a Assembleia Legislativa de São Paulo na semana passada expuseram um gargalo político que preocupa o governador Geraldo Alckmin (PSDB), candidato a reeleição em 2014. Por mais que tente se aproximar da categoria, que representa um universo de 200 mil pessoas e encarna o debate sobre segurança pública, o tucano é considerado pela maioria das 17 entidades que representam as forças policiais como um adversário a ser batido.


As críticas são duras e partem de todos os escalões e partidos, inclusive de siglas da base aliada de Alckmin e do próprio PSDB. Os espectro das queixas vai além dos salários. Engloba as decisões tomadas nos protestos de junho e a mudança na cúpula da Segurança Pública.



O vereador paulistano Adriano Lopes Telhada (PSDB), conhecido como Coronel Telhada, é o principal representante dos tucanos na categoria. Apesar de ser do partido de Alckmin, sua avaliação sobre a segurança, um dos temas que deve estar no cento da campanha de 2014 no Estado, é bastante dura. "O combate ao crime organizado caiu bastante com a chegada do (secretário de Segurança Pública) Fernando Grella (que tomou posse em 2011 no lugar de Antonio Ferreira Pinto)", diz.

PCC.

O "fogo amigo" surge justamente no momento em que uma pesquisa feita pelo PSDB para consumo interno registrou que a popularidade de Alckmin cresceu depois da revelação de que o PCC teria planejado sua morte devido à postura "dura" contra os bandidos. Isso credenciaria o discurso tucano de "coragem" no enfrentamento ao crime organizado e serviria de antídoto aos ataques da oposição, que aponta o crescimento do PCC durante os seguidos governos tucanos.


"O crime organizado de São Paulo é fruto do PSDB", diz o deputado estadual Edinho Silva, presidente do PT paulista.


Presidente do PSDB no Estado, o deputado federal Duarte Nogueira minimiza o mal-estar com a polícia. "São Paulo tem os melhores indicadores de combate ao crime do País. O governador deu aumento real para os policiais" afirma.


Chetè da polícia militar paulista em três governos tucanos - José Serra, Alberto Goldman e Geraldo Alckmin- o coronel Álvaro Camilo, hoje vereador da capital pelo PSD, se consolidou como um dos principais líderes militares de oposição ao governo. Ele também reclama do novo secretário, mas com um argumento oposto ao de Telhada.


"Com a saída de Ferreira Pinto, priorizou-se o enfrentamento. Havia antes mais atenção com a polícia comunitária. Isso se perdeu. Houve aumento da letalidade", afirma Camilo.


Kassab.


Interlocutores de Alckmin creditam ao ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), que também deve concorrer ao governo em 2014, o bem sucedido movimento de unificar o discurso de uma categoria historicamente desunida no âmbito político.


Ele teria conseguido uma interlocução intensa com a Polícia Militar depois de colocar 156 coronéis em cargos chaves da prefeitura, o que inclui o comando de 30 subprefeituras da capital. Além disso, teria se aproximado dos dirigentes das entidades policiais e construído pontes para se aproximar de um eleitorado fiel estimado em pelo menos 1 milhão de pessoas.


Esse movimento teria ganhado densidade com a decisão do ex-secretário de Segurança Pública Antonio Ferreira Pinto de migrar para o PMDB para disputar uma vaga de deputado federal - no campo de oposição aos tucanos. Outro fator que preocupa dirigentes do PSDB é a pré-candidatura do deputado estadual Olímpio Gomes, ex-presidente da Associação Paulista dos Oficiais da Polícia Militar do Estado de São Paulo, ao Palácio dos Bandeirantes pelo PDT, partido que orbita na área de influência do PSDB paulista. Sua presença no horário eleitoral gratuito e nos debates teria potencial de acuar o governador no tema da segurança pública.


Bate-rebate


"Essa gestão é insatisfatória" Angelo Crisuolo - Presidente da Associação dos Sargentos e Subtenentes do Estado de São Paulo


"Tirar as balas de borracha abateu a tropa. Se depender de mim, o governador não terá voto da categoria" Ricardo Jacob - Presidente da Associação dos oficiais militares do Estado de São Paulo


Medidas não acalmaram categoria

Prevendo uma rebelião política entre os policiais, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) adotou medidas para tentar se apro-ximar da categoria. No último dia 25 de setembro, ele apresentou dois projetos de lei que aumentam em 25,7% os salários de delegados, escrivães e investigadores da Polícia Civil.

Outra iniciativa foi dobrar o valor das indenizações aos familiares de policiais mortos no Estado. O teto do seguro passou a ser de R$ 200 mil. Para tentar diminuir o tom das críticas entre os PMs, anunciou a reestruturação do plano de carreira para acelerar as promoções. O tucano também autorizou, no dia 14, a remuneração nas jornadas extraordinárias de policiais, conhecidas como "escalas extras". Os PMs que trabalharem voluntariamente nos dias de folga receberão diária especial.

As entidades que representam os policiais não recuaram. "Essa gestão é insatisfatória", diz Angelo Crisuolo, presidente da Associação dos Sargentos e Subtenentes de São Paulo e filiado ao PV, partido da base de Alckmin. Ele revela que uma decisão do governador tomada depois das manifestações de junho teve um impacto devastador para a imagem do tucano: a proibição do uso de balas de borracha para coibir manifestações violentas - depois, o governo recuou e voltou a liberar os artefatos.

"Se depender de mim, o governador não terá nenhum voto na categoria", afirma o coronel Ricardo Jacob, presidente da Associação dos Oficiais Militares do Estado de São Paulo, que representa um contingente de 25 mil policiais. Ele é filiado ao PRB, legenda que estará no palanque de Alckmin no ano que vem. "Tirar as balas de borracha abateu a tropa", diz Jacob.

Nota.
O secretário de Segurança, Fernando Grella, rebate as críticas e lamenta que algumas pessoas busquem explorar este tema apenas com o objetivo de obter benefícios eleitorais", diz nota enviada ao jornal O Estado de São Paulo.

Caso Alstom: Janot apura prevaricação do MP 29/10/2013




Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu explicações sobre o engavetamento do pedido de cooperação internacional feito pela Suíça a respeito do esquema de pagamentos de propinas a representantes do PSDB pela multinacional Alstom; responsável pelo caso, procurador Rodrigo de Grandis alegou ter arquivado o pedido numa pasta errada, numa suposta "falha administrativa"

29 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 20:01

247 - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ofício à Secretaria de Cooperação Jurídica Internacional do Ministério Público Federal, nesta terça-feira (29), solicitando esclarecimentos sobre a suposta demora no cumprimento de pedido de cooperação jurídica no caso Alstom, que envolve o pagamento de propina pela empresa francesa a quadros ligados ao PSDB para obter licitações do metrô paulistano. A empresa também é investigada pelo Ministério Público da Suíça por supostos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção ativa de agentes públicos.

Diante da falta de cooperação de brasileiros, procuradores da Suíça que investigam negócios feitos pela multinacional com o governo do Estado de São Paulo arquivaram, nesta semana, as investigações sobre três acusados de distribuir propina a funcionários públicos e políticos do PSDB. Desde fevereiro de 2011, pedidos de informações foram feitos aos procuradores do Brasil. Na solicitação, a Suíça pediu que o MPF brasileiro interrogasse quatro suspeitos do caso, analisasse sua movimentação financeira no país e fizesse buscas na casa de João Roberto Zaniboni, um ex-diretor da estatal CPTM.

Como o pedido não foi atendido, o Ministério Público da Suíça informou às autoridades brasileiras que desistiu de contar com a colaboração do Brasil e decidiu arquivar parte das suas investigações. Segundo o procurador da República Rodrigo de Grandis, responsável pelas investigações sobre os negócios da Alstom no Brasil, houve uma "falha administrativa": o pedido da Suíça foi arquivado numa pasta errada e isso só foi descoberto anteontem (leia mais aqui).

O Ministério Público da Suíça havia pedido que Grandis fizesse buscas na casa de Zaniboni porque ele é acusado de receber US$ 836 mil (equivalentes a R$ 1,84 milhão) da Alstom na Suíça. A procuradoria suíça também pediu que fossem interrogados os consultores Arthur Teixeira, Sérgio Teixeira e José Amaro Pinto Ramos, suspeitos de atuar como intermediários de pagamento de propina pela Alstom.

Em nota, o MP aponta falha administrativa, mas a ação de Janot sinaliza possível investigação pelo crime de prevaricação (retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal, segundo o código penal).

Dilma anuncia investimento de R$ 5,3 bilhões no transporte coletivo de Curitiba 29/10/2013


Mariana Tokarnia
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A presidenta Dilma Rousseff anunciou hoje (29) o investimento de R$ 5,3 bilhões no transporte coletivo de Curitiba e da região metropolitana. Os recursos serão investidos em conjunto com os governos estaduais e municipais. A parcela federal faz parte dos R$ 50 bilhões destinados à mobilidade urbana contidos nos cinco pactos firmados pela presidenta para atender às reivindicações das manifestações de junho e julho deste ano.

O transporte urbano, disse a presidenta, "é uma questão essencial, porque diz respeito à vida das pessoas, não é só a qualidade e a segurança no transporte, mas quantidade de tempo que as pessoas gastam no transporte público do trabalho para a casa e de casa para o trabalho e a quantidade de tempo que as crianças e os jovens gastam para ir e voltar da escola".

Dilma destacou que, em Curitiba, a maior parte dos recursos, R$ 4,56 bilhões, será investida na construção do metrô, com 17,6 quilômetros de extensão. Desses recursos, R$ 1,8 bilhão será do Orçamento Geral da União. Mais R$ 1,4 bilhão serão financiados em condições privilegiadas, com 30 anos de amortização, cinco anos de carência e juros subsidiados.

O governo, segundo Dilma, é o primeiro a oferecer financiamentos desse tipo. "Isso explica por que, durante muito tempo, não se fez metrô neste país, porque não tinha linha de financiamento do governo federal". Mais cidades também serão beneficiadas com investimentos em metrô: Fortaleza, Recife, Salvador, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo, Brasília e Porto Alegre.

"Nossa prioridade é garantir qualidade ao sistema e gerar incentivos para que a população deixe o carro em casa e passe a usar o transporte coletivo e, com isso, todos nós vamos ganhar tempo para as nossas vidas".

A presidenta voltou a falar do andamento de outros dois pactos: para a educação e a saúde. Sobre o Programa Mais Médicos serão, até o final do mês, 3,5 mil médicos atendendo em todo o país, beneficiando cerca de 47 milhões de brasileiros.

Sobre a educação, a presidenta voltou a falar da importância da licitação de Libra. Segundo a presidenta, 75% dos recursos do petróleo gerados por Libra seão destinados ao governo federal, aos estaduais e municipais. Os recursos de Libra, somados aos royalties e a 75% da metade do Fundo Social do Pré-Sal, "que no mínimo estará em torno de R$ 600 bilhões, R$ 700 bilhões. Isso conduzirá a uma receita permanente e constante deste país para investir em educação". Ela disse que o poço já havia sido licitado no passado, mas que não chegou a ser explorado, "pararam a 1,5 mil metros antes de achar [a área do pré-sal], para a sorte do Brasil e dos brasileiros".

A presidenta segue agora para Foz do Iguaçu (PR), onde vai inaugurar uma linha de transmissão na subestação de energia da margem direita de Itaipu Binacional. "Esta linha de transmissão cobrirá 25% da demanda por eletricidade do Paraguai, ampliando industrialização, investimentos e geração de riqueza", escreveu no Twitter.

Edição: Fábio Massalli

Por que discutir Marx hoje? 29/10/2013

Carta Maior

Capitalismo não apresenta mais saídas para a crise, diz historiador
 

Por que discutir Marx hoje? Afinal, não diziam que o marxismo está morto e enterrado? Fomos ouvir dois participantes do Congresso Karl Marx sobre esse tema
Cristina Portella




Lisboa - Por que discutir Marx hoje? Afinal, não diziam (alguns ainda insistem em dizer) que o marxismo está morto e enterrado? Fomos ouvir o que opinam sobre o assunto dois especialistas portugueses e participantes do II Congresso Karl Marx: os historiadores Fernando Rosas, um dos organizadores do congresso e professor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, e Manuel Loff, professor da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

Fernando Rosas: “Capitalismo é incapaz de encontrar saídas para a crise”

Por que mais um Congresso sobre Karl Marx?

É o segundo (o primeiro foi em 2008) e pareceu-nos que era altura de convocar outro numa situação de crise internacional, de crise do capitalismo em grande escala, com reflexos económicos, sociais e políticos tremendos, e em que a leitura, o estudo, o regresso a Marx e aos contributos do marxismo parecem indispensáveis para compreender e atuar nesta situação. E neste sentido achamos que era exatamente este o momento de tornar a realizar um congresso. Tivemos cerca de 70 contribuições, praticamente sobre todos os domínios, economia, política, estética, movimentos sociais, luta de classes, história…

A crise económica iniciada em 2007/2008 comprova a falência do capitalismo e a necessidade de retomar com mais intensidade as ideias marxistas?

Exatamente, ela prova que Marx tinha razão ao dizer duas coisas muito importantes: o capitalismo quanto mais durava, mais putrefacto e parasitário se tornava. O capitalismo deixa sequer de produzir, e a atual crise é uma crise em grande parte fruto do caráter crescentemente parasitário do capitalismo, do caráter puramente especulativo, financeiro. Isso vem ao encontro daquilo que eram uma das grandes linha de previsão de Marx. E que as crises iam se tornando, simultaneamente mais frequentes, e sobretudo mais profundas e prolongadas.

Estamos em crise desde 2007, 2008, sem nenhuma perspetiva de saída fácil à vista, o que coloca o problema de que é preciso apresentar alternativas a este sistema político e buscar no horizonte socialista respostas a esta situação.

Portanto, é nas contribuições de Marx, e de outros também, que temos de buscar muitas das respostas às questões com as quais somos confrontados.

O que é ser marxista hoje?

Há muitas correntes do marxismo hoje, não há nem nunca houve um marxismo.
Acho que o que unifica essas correntes todas é a conscientização de que o capitalismo é um sistema que chegou ao fim, como capacidade de resposta para os desafios da sociedade, e que temos de procurar uma solução alternativa em sociedades de outro tipo, em sociedades socialistas. Ainda que a própria concepção do socialismo seja objeto de polêmica. Mas que estamos a entrar na época do socialismo parece-me claro. O capitalismo está a entrar numa fase incapaz de encontrar saídas. Portanto, acho que as esquerdas por todo o mundo têm que buscar inspiração no socialismo para ver o caminhos que vêm a seguir.

Então o neoliberalismo morreu?

O neoliberalismo é a expressão política e ideológica de um capitalismo desesperado e moribundo, disso não tenho dúvida nenhuma.

Manuel Loff: “As notícias sobre a morte do marxismo eram exageradas”

O marxismo morreu ou renasceu no rescaldo da crise de 2007/2008?

O marxismo é uma proposta de leitura do mundo, que tem, como todas aquelas que resistem ao tempo, características suficientemente flexíveis para poderem ser aplicadas a qualquer contexto histórico. E isso só depende daqueles que quiserem utilizar essa forma de leitura do mundo. Outra história é se me perguntas se o marxismo como produção política, ideológica à escala internacional está renovada ou não. Como proposta de leitura da realidade ela está sempre presente e é evidente que todas as notícias sobre a sua morte algures no final dos anos 80 e início os anos 90 eram claramente exageradas.

E o capitalismo, está no fim? O marxismo pode ser uma ferramenta teórica para a construção de uma alternativa?

É uma ferramenta essencial. De resto, naquela que é uma das pré-condições essenciais para a construção de qualquer alternativa que é a conscientização da exploração, da opressão e da necessidade de emancipação. Agora, o que o capitalismo demonstrou e demonstra nos seus 200 anos, na fase industrial e pós-industrial, é uma enorme capacidade de renovação e resistência. Mas isso já sabíamos desde o início. O que não significa que a interpretação central de Marx das contradições essenciais do sistema capitalista não permaneçam perfeitamente válidas.

Sim, mas o Marx até agora não conseguiu grande coisa...

Os marxistas conseguiram muitas coisas na transformação do capitalismo.
Conseguiram, em determinados momentos da história, o seu fim, a sua ruptura em várias escalas nacionais e numa grande escala internacional. E conseguiram o mal chamado Ocidente desenvolvido, que deu origem à versão mais consolidada do capitalismo que conhecemos, a partir de meados do século XIX, e que conseguiu transformações essenciais no período posterior à II Guerra Mundial. A tal ponto foram essas transformações importantes na construção de políticas sociais básicas, às quais hoje associamos à versão mais avançada de democracia sob as regras da permanência de um mercado capitalista, o Estado Social, que os neoliberais estão hoje totalmente apostados no seu desmantelamento.

O que é ser marxista hoje?

É antes de mais produto de uma vontade de conhecer de forma crítica o mundo, de nos equiparmos para uma capacidade de leitura independente, autônoma, das formas de ideologia dominantes e hegemônicas, que as nossas próprias condições materiais de vida nos impõem, nos ajudam a reproduzir e sob as quais vivemos. É também um convite, uma necessidade intrínseca à ação política no sentido da transformação. Como dizia o Marx, não basta simplesmente interpretar o mundo, é preciso transformá-lo.


Créditos da foto: Cristina Portella

Megaoperação das Forças Armadas leva médicos aos rincões do país 29/10/2013

Carta Maior

O objetivo é distribuir os 2.182 médicos estrangeiros que aderiram à segunda etapa do programa Mais Médicos em 783 municípios das 27 unidades da federação.
Najla Passos



Brasília - Está em curso uma das maiores operações logísticas já realizada pelas Forças Armadas brasileira. O objetivo não é deslocar tropas ou transportar armas, mas distribuir os 2.182 médicos estrangeiros que aderiram à segunda etapa do programa Mais Médicos em 783 municípios das 27 unidades da federação.

A previsão do Ministério da Saúde (MS) é que, a partir de 4/11, quando eles estiverem em atuação junto aos 1,9 mil profissionais que aderiram à primeira fase do programa, 13 milhões de brasileiros estarão cobertos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), grande parte deles moradores dos 700 municípios brasileiros que, até então, não contavam com nenhum médico.

Nesta etapa, foram contemplados 432 municípios do nordeste, 141 do norte, 100 do sudeste, 74 do sul e 36 do centro-oeste. Segundo o MS, a distribuição seguiu critérios técnicos, que deram igual prioridade às cidades em que é maior a parcela da população que depende completamente do atendimento ofertado pelo SUS e àquelas com alto percentual da população em situação de pobreza, conforme o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

Operação
Onze aeronaves da Aeronáutica participam da operação, que teve inicio às 5:30 h de sábado, com a saída dos médicos de Brasília (DF), Recife (PE) e Vitória (ES) para Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Cuiabá (MT), Campo Grande (MS), Aracaju (SE), Teresina (PI), Petrolina (PE), Natal (RN), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Rio (RJ), Belo Horizonte (MG), Manaus (AM), Maceió (AL) e Boa Vista (RR).

Nos estados, os médicos passam por novo processo de ambientação, com duração de uma semana. Durante as aulas, irão aprender mais sobre as variações da língua portuguesa falada em cada região, sobre os problemas de saúde mais comuns no local e conhecerão a rede de atendimento pública, antes de seguirem para seus destinos finais, em operações que serão coordenadas pelos governos e prefeituras.

A distribuição dos 500 profissionais que atuarão na Amazônia Legal, que exige mais estrutura, caberá às Forças Naval e Terrestre. Conforme planejamento do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), a Marinha dará suporte aos profissionais que chegarem a Manaus (AM), Belém (PA) e São Luís (MA) e o Exército cuidará dos direcionados à Macapá (AP), Boa Vista (RR), Porto Velho (RO), Cuiabá (MT), Palmas (TO) e Rio Branco (AC).

Ley dos Medios é aprovada pela Suprema Corte argentina 29/10/2013


Enviado por Miguel do Rosário

A “derrota” do kirchnerismo não durou 48 horas.

A festa do Clarín durou pouco.

A Corte Suprema de Justiça, após anos de espera, decidiu, nesta terça-feira, pela constitucionalidade da Ley dos Medios, que combate o monopólio dos meios de comunicação, e que afeta sobretudo o grupo Clarín.

A Justiça deu dois anos para que a lei seja aplicada em sua plenitude. De qualquer forma, a decisão configura uma das mais importantes vitórias políticas de Cristina Kirchner, que se empenhou pessoalmente para aprová-la.

Segue a nota publicada há pouco pela Reuters:

BUENOS AIRES – A Suprema Corte da Argentina declarou nesta terça-feira, 29, a constitucionalidade de quatro artigos da Lei de Mídia que eram contestados pelo Grupo Clarín, principal atingido pela medida. Com a decisão da Justiça, o governo da presidente Cristina Kirchner terá sinal verde para prosseguir com a aplicação integral da nova legislação.

As regras da Lei de Mídia obrigarão 21 grupos a vender parte de seus ativos sob o pretexto de “evitar a concentração da mídia”. O mais atingido será o Clarín, a maior holding multimídia da Argentina, que terá de ceder, transferir ou vender de 150 a 200 licenças, além dos edifícios e equipamentos onde estão suas emissoras.

Esses bens e licenças deverão passar a sociedades diferentes às quais pertencem atualmente. Segundo Martín Sabbatella, presidente da Autoridade Federal de Serviços de Comunicação Audiovisual (Afsca), os donos das empresas poderão dividir os grupos de mídia entre parentes e ex-sócios. Mas cada caso seria analisado durante vários meses pela Afsca, entidade encarregada de aplicar a Lei de Mídia.

O governo afirma, com ironia, que os donos do Grupo Clarín poderão repassar as empresas da holding aos filhos. Mas os analistas afirmam que dificilmente o governo autorizaria a passagem das empresas do grupo para os parentes. / REUTERS

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Descobertas computações sub-neurais no cérebro 19/10/2013


Redação do Site Inovação Tecnológica - 29/10/2013


Rede de células piramidais no córtex cerebral. Estes neurônios foram simulados usando um programa de computador que captura a arquitetura dendrítica de células piramidais reais. Agora se demonstrou que esses dendritos realizam cálculos por si próprios.[Imagem: UCL]

Computações cerebrais

Os cientistas há muito sonham em construir computadores tão poderosos quanto o cérebro humano.

Agora a tarefa ficou muito mais difícil.

Não porque o desenvolvimento dos computadores tenha se deparado com algum gargalo, mas porque o cérebro humano é muito mais complicado do que se imaginava.

Spencer Smith e seus colegas de universidades britânicas e norte-americanas descobriram que os dendritos, as partes menores dos neurônios, também são componentes ativos que fazem suas próprias "computações".

Até agora, o saber científico estabelecia que apenas os axônios, as porções maiores dos neurônios, seriam ativas, e todos os processos cerebrais seriam resultantes da atuação das redes neurais, conjuntos de vários neurônios disparando seus axônios de forma coordenada.

Nessa interpretação, os dendritos seriam apenas a "fiação" que interliga os neurônios uns aos outros.

"Subitamente, é como se o poder de processamento do cérebro se tornasse muito maior do que tínhamos pensado originalmente," comenta Smith.

"Imagine que você fizesse uma engenharia reversa de um pedaço de tecnologia alienígena, e o que você pensava que fosse uma simples fiação na verdade fossem transistores que computam informação. Foi algo assim que acabamos de descobrir," compara o pesquisador.

Poder computacional do cérebro

O maior poder computacional do cérebro revelou-se quando os pesquisadores desenvolveram uma tecnologia com resolução suficiente para medir a atividade elétrica dos dendritos, o que revelou sua capacidade de gerar seus próprios disparos elétricos de forma independente.
Foi uma tecnologia similar que permitiu que, há menos de duas semanas, os pesquisadores conseguissem medir pela primeira vez a corrente elétrica de uma sinapse individual.
O experimento consistiu em inserir uma pipeta de vidro microscópica, cheia de solução fisiológica, em dendritos neuronais no cérebro de um camundongo. Isso permitiu "ouvir" diretamente o processo de sinalização de cada dendrito.
Os dados coletados comprovaram que os dendritos efetivamente atuam como verdadeiros "computadores sub-neurais", processando ativamente os sinais neuronais por conta própria, sem depender dos axônios e menos ainda das redes neurais.
Assim, as estimativas que sempre se faz sobre a quantidade de neurônios no cérebro - os últimos cálculos indicam 86 bilhões - não servem mais como parâmetro para o poder computacional do cérebro porque há cálculos sendo realizados internamente nos neurônios, em uma quantidade e velocidade que ainda precisarão ser calculadas.
Atualmente, as tentativas de imitar os processos cognitivos cerebrais em computadores concentram-se nos chamados processadores neuromórficos, geralmente construídos não com transistores, mas com um componente eletrônico com capacidade de memória, chamado memristor.

Lucro menor da Petrobras tem nome: investimento gigante 29/10/2013



Tijolaço

No último final de semana, os jornais se deliciaram explorando a queda no lucro da Petrobras no terceiro trimestre.

Vejam bem, queda no lucro, não prejuízo. “Só” R$ 3,4 bilhões no trimestre, um pouco mais da metade (55%) do que lucrou no segundo trimestre.

Altos e baixos são comuns nos resultados de grandes empresas. Ninguém fez um escarcéu quando, no primeiro semestre do ano passado, o lucro da megapetroleira Chevron caiu 25%, de US$ 7,2 bi para US$ 5,4 bilhões.

Ainda assim, a Petrobras teve 30% de lucro a mais em 2013, se comparado aos nove primeiros meses de 2012.

Claro que pesou a alta do dólar e a contenção do preço da gasolina, mas o lucro poderia ter sido bem maior.

Como?

Simples, investindo menos e não o volume fabuloso de dinheiro que a empresa vem invertendo em plataformas, navios, poços, gasodutos e tudo o que é necessário para estar à altura de explorar o pré-sal.

Foram R$ 69,2 bilhões – bi, mesmo – nos nove primeiros meses do ano, um crescimento de 16% sobre os R$ 59,8 bilhões de 2012. Até o final do ano, os investimentos devem chegar perto da casa dos US$ 100 bilhões.

E sem se cortar um real sequer para fazer face ao que vem pela frente: o megacampo de Libra.

Compare: a Vale, em todo o ano de 2012, investiu R$ 36 bilhões e este ano reduziu em 7% o valor, para R$ 33,7 para os 12 meses.

Em 2002, o investimento da Petrobras mal chegava a R$ 7 bilhões por ano.

A Petrobras é a maior alavanca de desenvolvimento do Brasil.

Como empresa, deve gerar lucro e reajustar seus preços de acordo com seus custos.

Mas como agente do desenvolvimento brasileiro não pode fazer isso ao ritmo da gritaria histérica do mercado e de sua mídia, que hoje berra por reajustes e, daqui a tempos, quando eles ocorrerem, vai esgoelar-se contra a empresa, como responsável que fosse pela alta do dólar.

A turma do mercado quer, mesmo, é que a Petrobras invista menos e, neste investimento, gaste menos, comprando lá fora em lugar de estimular a produção e o emprego nacionais.

Mas esse tempo passou, definitivamente.

E só meia-dúzia de cegos – e algumas centenas de “espertos” – não vêem que ela, além de pensar em lucro, pensa no Brasil.Por: Fernando Brito

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Falta de mão de obra qualificada afeta 65% das empresas, diz CNI 28/10/2013

Sul 21

Ivan Richard
Agência Brasil

Encontrar mão de obra qualificada tem sido um problema para as empresas brasileiras nos últimos anos, de acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada nesta segunda-feira (28). O levantamento, que ouviu 1.761 empresas entre 1º e 11 de abril, mostra que 65% das empresas dos segmentos extrativo e de transformação apontaram a falta de trabalhador qualificado como um problema.

Segundo a pesquisa Sondagem Especial – Falta de Trabalhador Qualificado na Indústria, da CNI, o problema é ainda maior para as empresas de grande e médio porte. Na comparação com a edição anterior da pesquisa, feita em 2011, o percentual de empresas de grande porte que relataram dificuldade em encontrar trabalhadores qualificados passou de 66% para 68%.

Entre as de médio porte, o índice se manteve em 66%, enquanto para as de pequeno porte, o percentual de entrevistados com problemas para contratar mão de obra qualificada ficou em 61%, ante 68% do último levantamento.

Para a CNI, o problema pode se agravar caso a economia do país volte a crescer. “Desde o fim de 2010, a indústria não cresce e, ainda assim, os empresários têm dificuldade para encontrar trabalhadores qualificados. À medida que a indústria voltar a crescer, o problema vai se acirrar”, disse o gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca, responsável pelo levantamento.

Conforme o levantamento, a dificuldade em encontrar candidatos com capacitação atinge todas as áreas das empresas, dos postos da base aos de nível gerencial. Para preencher cargos de operadores, 90% das empresas ouvidas admitiram enfrentar dificuldade, e para os de técnicos, o relato foi igual em 80% das empresas. As duas áreas juntas correspondem por aproximadamente 70% dos contratados na indústria.

De acordo com a pesquisa, 68% das empresas afirmaram ter dificuldade para encontrar profissionais preparados na área administrativa, 67% informaram déficit de contratação de engenheiros, 61% de profissionais de venda e marketing, 60% para postos gerenciais e 59% para trabalhadores na área de pesquisa e desenvolvimento.

Para superar a escassez de mão de obra qualificada, segundo a CNI, as empresas têm investido na capacitação dos próprios funcionários. De acordo com o levantamento, 81% das empresas informaram que desenvolvem programas de treinamento, 43% investem na política de retenção do trabalhador, com oferta de bons salários e benefícios, e 38% promovem capacitações fora das empresas.

Algumas empresas (24%) adotam a estratégia de substituir a mão de obra humana por máquinas. Essa solução é usada por 26% entre as de pequeno porte, 24% entre as médias e 21% entre as grandes.