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terça-feira, 29 de outubro de 2013
Lucro menor da Petrobras tem nome: investimento gigante 29/10/2013
Tijolaço
No último final de semana, os jornais se deliciaram explorando a queda no lucro da Petrobras no terceiro trimestre.
Vejam bem, queda no lucro, não prejuízo. “Só” R$ 3,4 bilhões no trimestre, um pouco mais da metade (55%) do que lucrou no segundo trimestre.
Altos e baixos são comuns nos resultados de grandes empresas. Ninguém fez um escarcéu quando, no primeiro semestre do ano passado, o lucro da megapetroleira Chevron caiu 25%, de US$ 7,2 bi para US$ 5,4 bilhões.
Ainda assim, a Petrobras teve 30% de lucro a mais em 2013, se comparado aos nove primeiros meses de 2012.
Claro que pesou a alta do dólar e a contenção do preço da gasolina, mas o lucro poderia ter sido bem maior.
Como?
Simples, investindo menos e não o volume fabuloso de dinheiro que a empresa vem invertendo em plataformas, navios, poços, gasodutos e tudo o que é necessário para estar à altura de explorar o pré-sal.
Foram R$ 69,2 bilhões – bi, mesmo – nos nove primeiros meses do ano, um crescimento de 16% sobre os R$ 59,8 bilhões de 2012. Até o final do ano, os investimentos devem chegar perto da casa dos US$ 100 bilhões.
E sem se cortar um real sequer para fazer face ao que vem pela frente: o megacampo de Libra.
Compare: a Vale, em todo o ano de 2012, investiu R$ 36 bilhões e este ano reduziu em 7% o valor, para R$ 33,7 para os 12 meses.
Em 2002, o investimento da Petrobras mal chegava a R$ 7 bilhões por ano.
A Petrobras é a maior alavanca de desenvolvimento do Brasil.
Como empresa, deve gerar lucro e reajustar seus preços de acordo com seus custos.
Mas como agente do desenvolvimento brasileiro não pode fazer isso ao ritmo da gritaria histérica do mercado e de sua mídia, que hoje berra por reajustes e, daqui a tempos, quando eles ocorrerem, vai esgoelar-se contra a empresa, como responsável que fosse pela alta do dólar.
A turma do mercado quer, mesmo, é que a Petrobras invista menos e, neste investimento, gaste menos, comprando lá fora em lugar de estimular a produção e o emprego nacionais.
Mas esse tempo passou, definitivamente.
E só meia-dúzia de cegos – e algumas centenas de “espertos” – não vêem que ela, além de pensar em lucro, pensa no Brasil.Por: Fernando Brito
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