Fenafar define como espetáculo midiático Operação Ph.D no Sul
A denúncia dos retrocessos quem vendo sendo impostos pelo governo de Michel Temer resultou na prisão e condução coercitiva de professores, pesquisadores e ativistas do Sistema Único de Saúde (SUS) das Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). O episódio fez parte da Operação PH.D e aconteceu na sexta-feira (9). A avaliação é da Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar) que define a ação como de "cunho macartista".
Tadeu Vilani/Agência RBS
Policia Federal faz buscas no predio do Educasaúde em Porto Alegre
Confira na integra a nota divulgada pela Fenafar:
A Federação Nacional dos Farmacêuticos vem a público expressar sua
consternação e repúdio às ações da Polícia Federal ocorridas nesta
sexta-feira, 09 de dezembro de 2016, da “Operação PH.D”. Alegando má
gestão dos recursos públicos, a Polícia Federal prendeu e conduziu
coercitivamente pesquisadores, professores e servidores da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Universidade do Vale do Rio
dos Sinos (Unisinos) que atuam na área da Saúde Coletiva.
Tal operação – que contou com amplo apoio e divulgação da mídia –
ocorre no momento em que o governo instalado no país, com o apoio da
maioria no Congresso Nacional, tenta congelar os investimentos públicos
em Saúde e Educação por 20 anos, através da aprovação da PEC 55 (PEC da
Morte). O objetivo de mais este espetáculo jurídico/policial/midiático é
tentar ganhar apoio para a PEC que é amplamente desaprovada pela
população brasileira.
Este episódio só torna mais evidente que o golpe desferido pelas
forças conservadoras que assaltaram o governo brasileiro instalou um
Estado de Exceção no país. A Constituição Federal e as leis foram
rasgadas.
Para garantir a aplicação de sua agenda neoliberal, de retirada de
direitos e de desmonte de importantes políticas públicas conquistadas ao
londo de mais de uma década, o governo precisa silenciar as vozes
dissonantes. Adota medidas de cunho marcartista, numa perseguição
política contra professores e pesquisadores que participaram de gestões
do Ministério da Saúde nos governos Lula e Dilma e tiveram inegável
protagonismo em importantes conquistas nas áreas de educação em saúde e
na constituição de políticas públicas para o SUS. Por conhecerem a fundo
a gestão do SUS no Brasil, vinham denunciando incansavelmente os
retrocessos do governo Temer nas áreas da saúde e social.
As ações arbitrárias da Polícia Federal que atingiu esses
importantes intelectuais e ativistas de defesa do Sistema Único de Saúde
do Brasil é uma mostra de que os golpistas não mediram esforços para
atingir seus objetivos e uma ameaça contra todas as organizações que
lutam em defesa do SUS e da democracia no nosso país.
A Fenafar defende a mais rigorosa fiscalização da gestão pública,
desde que ela ocorra dentro dos procedimentos estabelecidos pela lei. O
que ocorreu nesta sexta-feira foi abuso de poder por parte da Polícia
Federal e do Judiciário, que violou direitos civis, ignorou regras
básicas do Direito e do devido processo legal, como o direito à
intimação prévia, o amplo direito de defesa, à presunção da inocência e à
privacidade.
Mas nós não vamos nos intimidar e não deixaremos de denunciar o
golpe, os ataques à democracia e jamais abandonaremos a luta em defesa
do SUS no Brasil.
Fenafar, 10 de dezembro de 2016
Fonte: Fenafar
http://www.vermelho.org.br/noticia/290906-1
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