Este blogue não concorda com o Golpe. RESISTÊNCIA JÁ A morte da Marisa, não é diferente da morte dos milhares no Iraque, invadido, na Líbia destroçada, entre outros, as mãos são as mesmas, acrescentadas dos traidores locais.
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sábado, 24 de setembro de 2016
Eis o custo do golpe: 1,65 milhão de demitidos 24/09/2016
Desde que o senador Aécio Neves (PSDB-MG), derrotado nas eleições presidenciais de 2014, e o ex-deputado Eduardo Cunha se aliaram para sabotar a presidente Dilma Rousseff no Congresso e criar as condições para o impeachment, apostando no "quanto pior, melhor", as empresas brasileiras só demitiram; dados do Caged, divulgados nesta sexta-feira, revelam que já são 17 meses seguidos de demissões, que levaram 1,65 milhão de brasileiros ao desemprego; Michel Temer e Henrique Meirelles, que já estão no poder desde 13 de maio, ou seja, há mais de quatro meses, não foram capazes de resgatar a confiança e já não podem mais falar em "herança maldita"; conta do golpe será paga pelas próximas gerações
23 de Setembro de 2016 às 18:59 /
247 – Nunca é demais recordar: em agosto de 2014, a economia brasileira vivia uma situação de "pleno emprego". A taxa de desemprego, segundo o IBGE, era de apenas 5% – a menor de toda a série histórica com os critérios atuais, iniciada em 2002 (relembre aqui).
O ministro da Fazenda era Guido Mantega, preso e solto nesta semana, na mais polêmica etapa da Operação Lava Jato. Acusado frequentemente de "quebrar a economia brasileira", Mantega foi o ministro que entregou as maiores taxas de crescimento da história recente do País (no governo Lula) e os menores níveis de desemprego (no governo Dilma).
Poucos meses depois daquele agosto fantástico, logo depois de ser reeleita para o segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff reconheceu que o novo quadro internacional, com a queda das commodities e o esgotamento das medidas de estímulo, exigia um ajuste fiscal. Decidiu trocar Mantega por Joaquim Levy, que planejava colocar em marcha um rápido plano de controle orçamentário, que previa a volta da CPMF e o reequilíbrio das contas públicas.
Tudo parecia certo, mas não havia pintado ainda no horizonte a aliança entre o senador Aécio Neves (PSDB-MG), derrotado nas eleições presidenciais de 2014, e o hoje cassado deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Juntos, ambos fizeram com que a agenda do País passasse a ser dominada pelo tema do impeachment, contando com o auxílio luxuoso dos meios de comunicação conservadores. Se isso não bastasse, colocaram em pauta no Congresso as "pautas-bomba", que arrombavam as contas públicas e impediam qualquer iniciativa de ajuste. Era a tática do "quanto pior, melhor", defendida publicamente por alguns tucanos, como Alberto Goldman, como estratégia para se conseguir o impeachment (saiba mais aqui).
O resultado foi a deterioração progressiva da economia brasileira, que criou as condições para o crescimento dos protestos de rua. Além disso, o avanço da Operação Lava Jato prejudicava setores inteiros da economia, como a construção pesada e a indústria naval, aumentando a massa de desempregados.
O resto da história é conhecido. Dilma foi afastada, o PMDB está no poder e o PSDB, que apostou no 'quanto pior, melhor', hoje posa de bom moço, cobrando de Michel Temer cortes de gastos e reformas estruturais na economia. A Petrobras vende ativos a toque de caixa, em processos com pouca transparência, no que vem sendo definido pelos petroleiros como um crime de lesa-pátria (leia mais aqui).
17 meses de demissões
Quem ganhou com isso? Os brasileiros, certamente, não. Com os dados do Caged divulgados nesta sexta-feira, soube-se que a confiança prometida por Temer e Meirelles não voltou. Ao contrário, as empresas continuam demitindo, ainda que num ritmo menor, e agosto foi o décimo-sétimo mês seguido de demissões. Em um ano, a crise brasileira produziu 1,65 milhão de desempregados a mais (saiba mais aqui).
Em Nova York, Temer e sua equipe tentaram vender otimismo a investidores. Meirelles disse que, a partir de agora, o preço das concessões será dado pelo mercado – como se as concessões do governo Dilma tivessem sido um fracasso. O problema é que a história desmente essa versão. Basta notar as transformações recentes dos aeroportos de cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Campinas.
Quem hoje de fora olha para o Brasil enxerga uma economia arruinada, um Poder Judiciário hipertrofiado, empresários amedrontados, e alguns sendo obrigados a depositar fianças bilionárias para, simplesmente, ter o direito de entrar nas próprias empresas. Por mais que se venda "segurança jurídica", os donos do capital não são idiotas.
O resultado final é uma economia em círculo vicioso: menos emprego, menos renda, menos consumo, menos investimento, menos arrecadação e contas públicas – o pretexto para o golpe – ainda mais arrombadas. Não por acaso, a única realização obtida até agora pela equipe econômica foi a ampliação do déficit em mais de R$ 100 bilhões.
Valeu a pena destruir o Brasil para retirar o PT do poder? Os que hoje estão no poder e os que tentam contar uma história oficial a partir dos meios de comunicação associados ao golpe dirão que sim. Mas a conta ficou pesada demais e será paga pelas próximas gerações. Por muitos e muitos anos.
http://www.brasil247.com/pt/247/economia/256839/Eis-o-custo-do-golpe-165-milh%C3%A3o-de-demitidos.htm
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